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Publicado em 17 de Fevereiro às 12:21:06

IBC-BR (Dez/24): Índice avança 3,8% no ano indicando desaceleração à frente

Em dezembro, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), recuou 0,73% m/m, vindo pior do que a mediana das projeções de mercado e do que a nossa estimativa, ambas de -0,4% m/m (Broadcast+). Com este resultado, o indicador acumula dois recuos no último trimestre do ano, de modo que, apresentou estabilidade na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano, evidenciando que há um processo de arrefecimento da economia em curso. Na comparação interanual, a expansão foi de 2,36% a/a, também ficando abaixo do consenso de mercado (3,4% a/a, Broadcast+).

Na nossa avaliação, os números de dezembro vão ao encontro da nossa expectativa de moderada desaceleração da economia a partir do último trimestre de 2024. Entretanto, dado o elevado grau de incerteza do cenário doméstico e global, marcados por uma inflação elevada, ciclo de aperto monetário, aumento do risco fiscal e incertezas em torno da agenda política do novo governo norte-americano. Nesse sentido, apesar de enxergar que a economia seguirá apresentando um ritmo de crescimento robusto ao longo do primeiro semestre de 2025, entendemos que os riscos de uma desaceleração mais acentuada ao longo da segunda metade do ano se mostram crescentes. Dessa forma, se, por um lado, a desaceleração da economia se mostra bem-vinda para o processo de convergência de inflação para a meta, por outro, dada a forte dependência do ajuste fiscal ao desempenho das receitas, avaliamos que o arrefecimento da economia pode se mostrar um fator de risco ao cenário fiscal brasileiro. Diante do resultado de dezembro, revisamos preliminarmente a nossa projeção de crescimento do PIB do último trimestre do ano de 0,5% t/t para 0,4% t/t, de modo que, a economia brasileira deve apresentar crescimento de 3,5% em 2024. Para 2025, avaliamos que os números do último trimestre de 2024 impõem um viés baixista para a nossa projeção de crescimento de 2,1%.

Houve revisões para os dados dos meses anteriores. O número de setembro saiu de 0,73% m/m para 0,62% m/m, o de outubro de 0,09% m/m para -0,34% m/m e o de novembro de 0,10% m/m para 0,16% m/m. Em posse do resultado de dezembro e dessas revisões, o IBC-Br deixa um carrego estatístico de -0,44% m/m para o primeiro trimestre de 2025 e de 0,33% para o ano cheio.

No mês de dezembro, todos os três grandes setores da economia (indústria, comércio e serviços) apresentaram contrações na margem. Em primeiro lugar, a atividade industrial registrou recuo de 0,3% m/m, vindo próximo ao teto das expectativas (-0,1% m/m, Broadcast+), constituindo o terceiro mês consecutivo de recuos do setor e acumulou uma queda de 1,2% no último trimestre de 2024. Por sua vez, o varejo ampliado registrou queda de 1,1% m/m, vindo significativamente pior do que o consenso de mercado (+0,1% m/m, Broadcast+), dando continuidade ao recuo de 1,4% m/m registrados no mês imediatamente anterior. Por fim, o setor de serviços recuou 0,5% m/m, também frustrando o consenso de mercado (+0,1% m/m, Broadcast+). Este resultado dá continuidade ao recuo de 1,4% m/m registrados em novembro, de modo que, a sua média móvel trimestral registrou variação de -0,2% no último trimestre do ano, confirmando a perspectiva de desaceleração da economia.

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