No trimestre encerrado em fevereiro, houve alta de 1,23% em relação aos três meses anteriores na série com ajuste sazonal. Além disso, na comparação trimestral até fevereiro com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 2,35%. Por fim, na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br avançou 0,54% em relação ao trimestre móvel encerrado em janeiro, ante alta de 0,43% observada no mês anterior. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no 1º trimestre ficou em 1,3%, e em 1,34% para 2024.
No mês de fevereiro, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. Primeiramente, a produção industrial recuou 0,3% m/m na série com ajuste sazonal, pior do que as estimativas do mercado. Apesar do resultado negativo, observa-se um perfil disseminado de taxas positivas, em que 13 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram crescimento. Já o setor varejista, por outro lado, avançou 1,0% m/m em fevereiro em relação ao mês imediatamente anterior, melhor que o teto das estimativas (0,3% m/m), atingindo o patamar mais elevado da série histórica. Por fim, o setor de serviços recuou 0,9% m/m em fevereiro na série com ajuste sazonal, pior do que a mediana das estimativas de 0,2% m/m.
Os dados de fevereiro continuam mostrando a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 306,1 mil vagas, acima das estimativas de 232,5 mil vagas. Além disso, a taxa de desemprego ficou em 7,8%, em linha com as expectativas de 7,8%, com destaque para o avanço da população ocupada, sendo acompanhado pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentou elevação ao longo do segundo semestre do ano passado. Tal resultado reverte a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho.
De maneira geral, a leitura do IBC-Br corrobora a resiliência da atividade econômica. Assim, com a continuidade do ciclo de flexibilização monetária, observa-se certa melhora na saúde financeira das famílias que, somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, deve contribuir para a maior resiliência da atividade econômica. Por fim, projetamos um crescimento de 0,7% t/t do PIB no primeiro trimestre e de 2,4% a/a na comparação interanual.