No trimestre encerrado em janeiro, houve alta de 0,90% em relação aos três meses anteriores na série com ajuste sazonal. Além disso, na comparação trimestral até janeiro com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 2,37%. Por fim, na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br avançou 0,53% em relação ao trimestre móvel encerrado em dezembro, ante alta de 0,31% observada no mês anterior. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no 1º trimestre ficou em 1,20%, e em 1,30% para 2024.
No mês de janeiro, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. Primeiramente, a produção industrial recuou 1,6% m/m na série com ajuste sazonal, em linha com as projeções. Apesar do resultado negativo, observa-se um perfil disseminado de taxas positivas, em que 18 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram crescimento. Já o setor varejista, por outro lado, avançou 2,5% m/m em janeiro em relação ao mês imediatamente anterior, melhor que o teto das estimativas (1,7% m/m). Parte deste resultado está relacionado com o fraco desempenho do setor observado em dezembro, visto que as pessoas aproveitam a black Friday para realizar as compras de Natal por conta dos preços. Além disso, em janeiro, existe uma nova onda de promoções com queima de estoques, impulsionando as vendas no varejo. Por fim, o setor de serviços variou 0,7% m/m em janeiro na série com ajuste sazonal, acima do teto das estimativas de 0,2% m/m.
Os dados de janeiro continuam mostrando a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 180,4 mil vagas, acima do teto das estimativas de 115,5 mil vagas. Além disso, a taxa de desemprego ficou em 7,6%, melhor do que as expectativas de 7,8%, com destaque para o avanço da população ocupada, sendo acompanhado pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentou elevação ao longo do segundo semestre do ano passado. Tal resultado reverte a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho.
De maneira geral, a leitura do IBC-Br corrobora a resiliência da atividade econômica. Assim, com a continuidade do ciclo de flexibilização monetária, observa-se certa melhora na saúde financeira das famílias que, somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, deve contribuir para a maior resiliência da atividade econômica. Por fim, projetamos um crescimento de 0,4% t/t do PIB no primeiro trimestre e de 1,6% a/a no ano.