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Publicado em 19 de Setembro às 14:05:52

IBC-Br (jul/23): Avanço de 0,44% m/m supera as expectativas do mercado

Em julho, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) teve alta de 0,44% m/m, na série com ajuste sazonal, ficando acima da mediana das projeções de 0,35% (Broadcast+). Ademais, houve revisão para os dados dos meses anteriores. O número de janeiro foi revisado de 0,22% m/m para 0,20% m/m; fevereiro saiu de 2,89% m/m para 3,09% m/m; março de -0,28% m/m para -0,24% m/m; abril passou de 0,82% m/m para 0,99% m/m; maio foi de -2,05% m/m para -1,82% m/m; junho de 0,63% m/m para 0,22% m/m. No trimestre encerrado em julho, houve queda de 0,97% em relação ao trimestre findado em março. Já na métrica sem ajuste sazonal, o IBC-Br registrou alta de 3,21% no ano até julho e 3,12% no acumulado dos últimos doze meses. Além disso, na comparação trimestral até julho com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 1,88%. Por fim, na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br apresentou estabilidade em relação ao trimestre móvel encerrado em julho, ante queda de 0,6% observada no mês anterior. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no terceiro trimestre ficou nulo e em 2,89% para 2023.

No mês de julho, os três grandes setores da atividade apresentaram resultados mistos. Primeiramente, o volume de vendas no varejo avançou 0,7% m/m, acima das expectativas de 0,5%. Nesse sentido, vale destacar o desempenho do grupo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (responsável por aproximadamente 50% da pesquisa) que acumula crescimento de 1,7% no bimestre. O setor de serviços apresentou crescimento de 0,5% m/m, em linha com a mediana das expectativas. Nesse contexto, três das cinco atividades investigadas acompanharam a expansão do índice, com destaque para Serviços prestados às famílias, que acumula ganhos de 4,9% no período abril-julho. Além disso, o setor continua sendo beneficiado pela safra recorde de grãos, tendo em vista a maior demanda por serviços ligados ao escoamento e armazenagem desses produtos. Por último, a produção industrial apresentou contração de 0,6% m/m, pior do que as expectativas do mercado de -0,3% m/m, reflexo do desempenho negativo da produção de bens de capital (-7,4% m/m) e de bens de consumo duráveis (-4,1% m/m), decorrente do cenário macroeconômico adverso sobre o setor.

Os dados de julho apontam para a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 142,7 mil vagas, resultado melhor do que o esperado pelo mercado de 137,7 mil vagas, refletindo saldos positivos em todos os grupos pesquisados. Com este resultado, o saldo líquido acumulado no ano é positivo em 1,2 milhão ante 1,6 milhão no mesmo período do ano anterior. Além disso, a taxa de desemprego ficou em linha com as expectativas de 7,9% no trimestre móvel encerrado em julho, com destaque positivo para o aumento da taxa de participação, revertendo a leitura dos meses anteriores em que a taxa de desemprego em patamares baixos era sustentada pela saída das pessoas da força de trabalho. Apesar do diagnóstico mais positivo para o mercado de trabalho, avaliamos que o seu processo de arrefecimento deve ser intensificado nos próximos meses, diante da perspectiva de desaceleração mais intensa da economia no segundo semestre devido ao impacto do efeito total da política monetária sobre a economia.

De maneira geral, embora os alguns indicadores setoriais tenham apresentado resultado positivo no mês, o índice de atividade do Banco Central corrobora o nosso cenário de desaceleração a partir do segundo semestre, diante da tendência de arrefecimento que pode ser capturada em sua média móvel trimestral. Nesse sentido, nossos modelos sugerem que a partir do terceiro trimestre, o cenário macroeconômico adverso deve pesar sobre a economia, principalmente diante da deterioração dos indicadores de crédito livre às famílias, que deve dar continuidade ao processo de arrefecimento da demanda agregada. Entretanto, no curto prazo, o resultado mais positivo do IBC-Br sugere que o setor da Agropecuária deve ter um papel de destaque no crescimento do segundo trimestre, diante da boa safra de grãos que vem ocorrendo nos últimos meses.

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