Em maio, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) subiu0,25% m/m
na série com ajuste sazonal, pior do que a mediana das projeções (0,30% m/m,
Broadcast+). Na comparação anual, a expansão foi de 1,30% a/a. Além disso, houve
revisões para os dados dos meses anteriores. O número de janeiro foi revisado de 0,60%
m/m para 0,66%m/m; fevereiro foi de 0,36% m/m para 0,46%m/me março foi de 0,01%
m/m para 0,26% m/m.
No trimestre encerrado em maio, houve alta de 0,53% em relação aos três meses anteriores na série com ajuste sazonal. Além disso, na comparação trimestral até maio com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 1,24%. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no 2ºtrimestre ficou em 0,4%, e em 1,9% para 2024.
No mês de maio, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. Primeiramente, a produção industrial recuou 0,9% m/m na série com ajuste sazonal, melhor do que as estimativas do mercado. Apesar do desempenho significativamente negativo da indústria no mês, este resultado não altera a percepção da resiliência da economia brasileira neste primeiro semestre de 2024, visto que as quedas disseminadas entre as grandes categorias e atividades refletem os efeitos das enchentes no Sul sobre a atividade industrial no mês. Por fim, o setor de serviços apresentou estabilidade enquanto o varejo avançou 1,2% m/m em maio.
Os dados de maio continuam mostrando a resiliência do mercado de trabalho. Embora o Caged tenha registrado a criação de 131,8 vil vagas, abaixo das estimativas, a taxa de desemprego recuou para 7,1%, em linha com o piso das expectativas. Nesse contexto, vale destacar o avanço da população ocupada, sendo acompanhado pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentou elevação. Tal resultado reverte a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho.
De maneira geral, a leitura do IBC-Br corrobora a resiliência da atividade econômica. Assim, com o ciclo de flexibilização monetária, observa-se certa melhora na saúde financeira das famílias que, somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, deve contribuir para a maior resiliência da atividade econômica. Por fim, projetamos um crescimento de 0,4% t/t do PIB no segundo trimestre, com viés altista, e de 2,2% no ano.