No trimestre encerrado em março, houve alta de 1,08% em relação aos três meses anteriores na série com ajuste sazonal. Além disso, na comparação trimestral até março com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 1,04%. Por fim, na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br avançou 0,17% em relação ao trimestre móvel encerrado em fevereiro, ante alta de 0,51% observada no mês anterior. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no 2º trimestre ficou em -0,1%, e em 0,97% para 2024.
No mês de março, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. Primeiramente, a produção industrial avançou 0,9% m/m na série com ajuste sazonal, pior do que as estimativas do mercado. Apesar do resultado positivo, observa-se um perfil disseminado de taxas negativas, em que 20 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram crescimento. Já o setor varejista apresentou estabilidade em relação ao mês imediatamente anterior, melhor que a mediana das estimativas (-0,3% m/m), mantendo o patamar mais elevado da série histórica. Por fim, o setor de serviços avançou 0,4% m/m em março na série com ajuste sazonal, melhor do que a mediana das estimativas de 0,3% m/m.
Os dados de março continuam mostrando a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 244,3 mil vagas, acima das estimativas de 190,0 mil vagas. Além disso, a taxa de desemprego ficou em 7,9%, também melhor que as expectativas de 8,1%, com destaque para o avanço da população ocupada, sendo acompanhado pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentou elevação ao longo do segundo semestre do ano passado. Tal resultado reverte a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho.
De maneira geral, apesar do resultado negativo, a leitura do IBC-Br corrobora a resiliência da atividade econômica. Assim, com a continuidade do ciclo de flexibilização monetária, observa-se certa melhora na saúde financeira das famílias que, somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, deve contribuir para a maior resiliência da atividade econômica. Por fim, projetamos um crescimento de 0,7% t/t do PIB no primeiro trimestre e de 2,2% no ano.