Home > Macroeconomia Brasil > IBC-Br (out/23): Recuo de 0,06% m/m, melhor do que a mediana das projeções de -0,20% m/m

Publicado em 20 de Dezembro às 10:59:38

IBC-Br (out/23): Recuo de 0,06% m/m, melhor do que a mediana das projeções de -0,20% m/m

Em outubro, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) caiu 0,06% m/m, na série com ajuste sazonal, ficando acima da mediana das projeções de -0,20 % (Broadcast+). Ademais, houve revisão para os dados dos meses anteriores. O número de julho foi revisado de 0,41% para 0,35%; agosto passou de -0,81% m/m para -0,71% m/m; setembro foi de -0,06% para -0,05%. No trimestre encerrado em outubro, houve queda de 0,42% em relação aos três meses anteriores. Já na métrica sem ajuste sazonal, o IBC-Br registrou alta de 2,36% no ano até outubro e 2,19% no acumulado dos últimos doze meses. Além disso, na comparação trimestral até outubro com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 0,88%. Por fim, na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br recuou 0,27% em relação ao trimestre móvel encerrado em outubro, ante queda de 0,13% observada no mês anterior. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no quarto trimestre ficou em -0,3% e em 2,27% para 2023.

No mês de outubro, os três grandes setores da atividade apresentaram resultados negativos. Primeiramente, o volume de vendas no varejo recuou 0,3% m/m, abaixo do piso das estimativas de -0,2%. Nesse sentido, vale destacar o desempenho negativo em 5 dos 8 grupos pesquisados, com destaque para a queda de 0,8% de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, interrompendo quatro meses no campo positivo. O setor de serviços apresentou queda de 0,6% m/m, abaixo da mediana das estimativas de estabilidade. Nesse contexto, duas das cinco atividades investigadas acompanharam a retração do índice, com destaque para Transportes (-2,0% m/m), influenciado pela queda no volume de transporte de cargas, que apontou retração de 2,3%, impactado pelo fim das colheitas recordes e pela expectativa de uma safra menor no próximo ano. Por último, a produção industrial avançou 0,1% m/m, também pior do que as expectativas de 0,4%, com destaque para o perfil disseminado de taxas negativas, uma vez que apenas uma das quatro grandes categorias e 14 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram expansão.

Os dados de outubro apontam para a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 190,4 mil vagas, resultado melhor do que o esperado pelo mercado de 135,0 mil vagas, refletindo saldos positivos em todos os grupos pesquisados. Com este resultado, o saldo líquido acumulado no ano é positivo em 1,78 milhão ante 2,34 milhões no mesmo período do ano anterior. Além disso, a taxa de desemprego ficou em linha com as expectativas de 7,6% no trimestre móvel encerrado em outubro, com destaque positivo para aumento da taxa de participação no trimestre, decorrente do aumento da população ocupada no período. Apesar do diagnóstico mais positivo para o mercado de trabalho, avaliamos que o seu processo de arrefecimento deve ser intensificado nos próximos meses, diante da perspectiva de desaceleração mais intensa da economia nos próximos trimestres devido ao impacto do efeito total da política monetária sobre a economia.

De maneira geral, tanto os indicadores setoriais quanto o índice de atividade do Banco Central corroboram o nosso cenário de desaceleração a partir do segundo semestre, com o PIB do quarto trimestre devendo apresentar uma contração de 0,3% na métrica trimestral dessazonalizada. Dessa forma, o cenário macroeconômico adverso deve pesar sobre a economia, principalmente diante da deterioração dos indicadores de crédito livre às famílias, que deve dar continuidade ao processo de arrefecimento da demanda agregada. Para o ano, projetamos que o PIB avance 2,9%.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações

    Vale a pena conferir