Em setembro, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) avançou 0,84% m/m na série com ajuste sazonal, vindo melhor do que a mediana das projeções de mercado de 0,56% m/m (Broadcast+) e ficou próximo ao teto das expectativas (0,90% m/m). Com este resultado, o índice atinge o patamar mais elevado já registrado na série histórica ajustada sazonalmente, reforçando a percepção de resiliência da atividade econômica mesmo diante de um cenário marcado por uma política monetária contracionista. Na comparação interanual, a expansão foi de 5,1% a/a, também superando o consenso de mercado que tinha como projeção mediana uma alta de 4,4% a/a (Broadcast+).
Houve revisões para os dados dos meses anteriores. O número de junho saiu de 1,36% m/m para 1,31% m/m, o de julho de -0,59% m/m para -0,33% m/m e o de agosto de 0,23% m/m para 0,24% m/m. Em conjunto as revisões dos meses anteriores, o IBC-Br de setembro deixa um carrego estatístico de 0,6% para o último trimestre e de 3,4% para o ano de 2024.
No trimestre encerrado em setembro, houve alta de 1,1% t/t em relação ao segundo trimestre do ano na série com ajuste sazonal. Cabe destacar que na passagem do segundo para o terceiro houve apenas desaceleração de 0,1 p.p. no ritmo de crescimento trimestral (de 1,2% t/t para 1,1% t/t), sinalizando que a desaceleração do PIB neste início de segundo semestre deve ser mais modesta do que a antecipada pelo mercado. Na comparação interanual, foi registrada alta de 4,7% a/a em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
No mês de setembro, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) registraram avanços. Primeiramente, o setor industrial apresentou alta de 1,1% m/m, influenciado por altas em três das quatro grandes categorias pesquisadas, com destaque para a produção de Bens de capital (4,2% m/m) no mês. Por sua vez, as vendas no varejo ampliado registraram alta de 1,8% m/m no mesmo período, com destaque para as vendas de Veículos, motos, partes e peças (6,6% m/m), categoria que tem se beneficiado do ritmo ainda acelerado das concessões de crédito nos últimos meses. Por fim, o setor de serviços registrou avanço de 1,0% m/m, vindo no teto das projeções de mercado (Broadcast+). O principal destaque do segmento ficou por conta do desempenho de Outros serviços prestados às famílias e de serviços audiovisuais, beneficiados pelo festival do Rock in Rio que ocorreu no final do mês.
De maneira geral, os números de setembro corroboram a percepção de sustentação de um ritmo de crescimento ainda elevado para a economia, de modo que, a economia brasileira deve apresentar uma desaceleração mais lenta do que a antecipada pelo mercado. Se, por um lado, essa robustez contribui para que a economia surpreenda e apresente um ritmo de crescimento mais próximo de 3,5% em 2024, por outro, se mostra um importante fator de risco inflacionário, visto que o hiato do produto deve ser novamente revisado para cima nas próximas publicações do BC. Nesse contexto, projetamos um crescimento do PIB no terceiro trimestre de 0,8% t/t, de modo que, a economia deve crescer 3,4% em 2024.