O IGP-M de abril registrou alta de 0,24% m/m, forte avanço em relação ao recuo de 0,34% m/m em março e substancialmente acima do teto das expectativas do mercado (0,05% m/m, Broadcast+). A leitura de abril está alinhada com o último IPCA-15, sugerindo que, nos próximos meses, os alimentos e bens industriais devem seguir exercendo pressão inflacionária, ambos apontando para um cenário qualitativo ainda desafiador. No acumulado de 12 meses, o índice registra variação de 8,50%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), principal componente do IGP-M, avançou 0,13% m/m, acelerando expressivamente em relação ao recuo de 0,73% m/m no mês anterior. De forma geral, a pressão altista foi resultado de uma alta acima do esperado nos produtos agropecuários e de uma queda menos intensa nos preços dos produtos industriais. Os itens que exerceram forte pressão inflacionária no IPCA-15 de abril continuam influenciando os preços no nível do produtor, segundo a leitura do mês. Esse comportamento reforça tanto as projeções de alta para os alimentos nos próximos meses quanto as revisões altistas para os preços industriais. Entre os alimentos, destacaram-se o aumento do preço do tomate (40,51% m/m) e a inflexão nos preços dos bovinos e da carne bovina, que voltaram a subir. Por outro lado, o preço do café no atacado continua em trajetória de queda, sugerindo algum sinal de alívio para os próximos IPCAs.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 0,46% em abril na comparação mensal, mostrando desaceleração em relação a março, quando havia subido 0,80%. O resultado ficou em linha com a leitura do IPCA-15 de abril, especialmente em transportes (ônibus e metrô), passagem aérea e locação. Além disso, produtos que vinham exercendo forte pressão inflacionária, como o café, começam a confirmar algum arrefecimento — movimento que também é corroborado pela leitura do IPA. Os custos com aluguel também acompanharam esse comportamento, sugerindo que, ao menos no que se refere aos insumos, há uma contribuição para a redução da pressão inflacionária.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,59% em abril, ante alta de 0,38% m/m em março. Os maiores destaques da categoria foram mão de obra e serviços, corroborando os dados de itens intensivos em trabalho bastante pressionados no IPCA-15 de abril, enquanto materiais e equipamentos desaceleraram menos do que no mês anterior, sugerindo que os bens industriais permaneçam pressionados nos próximos meses.







