Em fevereiro, o IGP-M avançou 1,83% m/m, ante 1,82% no mês anterior. O resultado veio levemente melhor que o esperado, ficando abaixo da mediana das expectativas do mercado (1,86% m/m). Com este resultado o índice acumula alta de 16,1% em 12 meses. O resultado do IGP-M foi puxado mais uma vez pela inflação ao produtor, com o aumento de preço da soja, milho e combustíveis.
Em relação ao mês anterior, houve desaceleração na inflação ao consumidor, passando de 0,42% para 0,33%, e no INCC, passando de 0,64% para 0,48%. Já o IPA aumentou de 2,30% para 2,36%. Referente ao índice cheio (1,83 p.p.), o IPA foi o grande responsável pelo resultado, correspondendo por 94% do crescimento no índice total.
O IPA (que possuí 60% de peso no índice cheio) aumentou de 2,30% em janeiro para 2,36% em fevereiro. Os produtos industriais desaceleraram de 2,52% para 1,63%, enquanto os produtos agrícolas apresentaram forte avanço de 1,77% para 4,18%. A inflação ao produtor foi muito influenciada pelo aumento no preço da soja (de 4,05% para 8,91%), milho (de 5,64% para 7,92%) e combustíveis, com destaque para o óleo diesel (de 2,30% para 5,53%). Esses três itens corresponderam por 45% da elevação do IPA.
O IPC apresentou nova desaceleração, sendo a quinta consecutiva, agora de 0,42% para 0,33%. Em relação ao mês anterior, cinco das oito categorias apresentaram decréscimo em suas taxas. A principal contribuição ocorreu no grupo Educação (de 0,94% para -0,10%), com a redução dos cursos formais (4,27% para 2,02%). Além disso, tivemos redução em Vestuário (1,17% para 0,20%), Habitação (0,33% para 0,13%), Alimentação (1,15% para 1,08%) e Saúde (de 0,07% para 0,05%). Por outro lado, tivemos aumento no grupo Transportes (-0,17% para 0,26%), Comunicação (0,13% para 0,38%) e Despesas diversas (0,14% para 0,16%).
Nas últimas leituras, vemos uma tendência de desaceleração dos grupos Habitação e Transportes enquanto o grupo Alimentação apresenta maior resistência para arrefecer. Em 2021, tivemos dois choques importantes na inflação ao consumidor: aumento do preço da energia elétrica e dos combustíveis. Atualmente, vemos um cenário divergente entre esses dois itens: para o preço da energia vemos forte desaceleração ao longo do ano, em especial a partir do mês de abril com a redução da bandeira tarifária de Crise hídrica para um patamar entre amarela e verde. Por outro, o preço dos combustíveis pode ser impactado pela forte elevação do preço do petróleo no mercado internacional, porém a apreciação cambial recente pode mitigar parcela desse efeito.
O INCC subiu 0,48% em fevereiro, ante 0,64% no mês anterior. Houve aumento de 0,19% no grupo mão de obra (ante 0,14% em janeiro) e avanço de 0,75% em materiais e serviços (ante 1,09% em janeiro). Em 12 meses, o INCC avançou 13,0%.