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Publicado em 27 de Fevereiro às 18:30:33

IGP-M (Fev/25): Café e ovo seguem como vilões da inflação

Em fevereiro, o Índice Geral de Preços (IGP-M) registrou variação de 1,06% m/m, frente a elevação de 0,27% m/m em janeiro e acima do consenso de mercado (1,01% m/m, Broadcast+), acumulando alta de 1,33% no ano. O IGP-M de fevereiro traz uma leitura similar ao IPCA15, com desaceleração em alguns serviços, queda em carnes e frutas, mas sugere sustentação do ritmo de alta do café.

O índice ao produtor amplo (IPA), componente de maior peso no IGP-M, teve alta de 1,17% no mês, frente a alta de 0,24% em janeiro. Os itens de maior impacto tiveram também altas significativas no último IPCA-15 de fevereiro, indicando que esses itens devem continuar tendo seus preços pressionados no curto prazo. As maiores contribuições vieram de itens como café em grãos (13,04% m/m), elevação maior do que a vista no mês anterior (10,45% m/m), da alta de 21,6% m/m dos ovos.

O preço do boi vivo também apresentou alta (1,62% m/m), podendo sugerir alguma exaustão na desaceleração do preço da carne bovina nos próximos meses. Apesar disso, o custo da carne bovina ao produtor ainda segue caindo (-2,75% m/m). Também vale destacar a queda do preço da soja (-5,34% m/m), um possível reflexo da recente apreciação cambial. Além disso, algumas frutas registraram queda, sugerindo manutenção da tendência de queda em alguns in naturas nos próximos IPCAs.

Paralelamente, o índice de preços ao consumidor (IPC), avançou no mês 0,91%, frente a alta de 0,14% em janeiro. Dentre os itens que influenciariam positivamente o componente está energia elétrico (5,52% m/m), reflexo da devolvida do bônus de Itaipu, gasolina (2,42% m/m), devido ao reajuste do ICMS, cursos, mês típico de ajuste das mensalidades, e o café em pó (12,17% m/m) com magnitude similar ao IPCA15. Como influência negativa, se destacam passagens aéreas (-17,25% m/m), cinema (-4,84% m/m) como reflexo da semana do cinema nos dias 6 a 12 de fevereiro. O IPC de fevereiro traz uma leitura qualitativa e quantitativo similar ao do IPCA15.

Por outro lado, o índice nacional de custo da construção (INCC) variou no mês 0,51%, ante a um avanço de 0,71% m/m em janeiro. Assim como IPCA15, serviços mais intensivos em trabalho mostram arrefecimento em fevereiro, consistente o comportamento sazonal dessa categoria no IPCA. Destaque para pedreiro (de 1,25% m/m para 0,69% m/m) e eletricista (de 1,25% m/m para 0,82% m/m), possivelmente incluídos como “mão-de-obra” na POF, item que puxou a categoria dos intensivos em trabalho para baixo no IPCA15.

A desaceleração de alguns itens com influências positivas na métrica refletem o arrefecimento dos serviços intensivos em trabalho desde o final de janeiro, como bombeiros (1,07 % m/m), pedreiro (0,69% m/m) e eletricistas (0,82% m/m). Além disso, os itens de influência negativa, sugerem que alguns insumos (cimento, eletrodutos de PVC, entre outros) seguem em tendência e queda, refletindo em parte a apreciação do câmbio no início de 2025 e a exportação de deflação pela China.

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