Home > Macroeconomia Brasil > IGP-M (jan/23): Índice geral de preços avança 0,21% m/m e 3,79% a/a

Publicado em 30 de Janeiro às 13:22:51

IGP-M (jan/23): Índice geral de preços avança 0,21% m/m e 3,79% a/a

Em janeiro, o Índice Geral de Preços (IGP-M) avançou 0,21% m/m segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), sendo essa a segunda variação positiva do índice depois de quatro meses consecutivos de deflação. O resultado do mês veio um pouco abaixo do esperado pela mediana do mercado (0,23% m/m, Broadcast). O maior responsável pela moderação da alta mensal do IGP-M foi o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) impedindo que o índice geral arrefecesse ainda mais. Com esse número, o índice geral acumulou alta de 3,79% no período de doze meses encerrados em janeiro, uma redução considerável em relação a dezembro, quando o avanço foi de 5,45%.

Em janeiro, o arrefecimento visto no IPA-M, que registrou avanço de 0,47% no mês passado e agora recuou para 0,10%, deveu-se a forte desaceleração do IPA industrial que subiu apenas 0,12%, ante 0,92% em dezembro. Olhando o IPA por estágios de processamento, as Matérias-Primas Brutas continuaram a registrar aumentos de preços em janeiro (1,55%), mas num ritmo menor do que em dezembro (2,09%). Os itens que mais contribuíram para isso foram: bovinos (1,55% para 0,65%), cana-de-açúcar (0,28% para -0,60%) e minério de ferro (16,32% para 9,26%). Os Bens Intermediários aprofundaram a deflação em janeiro, com os preços variando -1,06%, ante -0,30% no mês anterior. A maior contribuição para este fato veio do subitem de combustíveis e lubrificantes para a produção, que saiu de -2,26% em dezembro para -5,05% em janeiro. Os Bens Finais também continuaram a apresentar deflação no mês de janeiro (-0,05%), mas uma queda de preços menor do que em dezembro (-0,29%). Os alimentos in natura foram os principais responsáveis por esse movimento, com a taxa de variação saindo de -0,29% para 2,64% do mês passado para o atual.

Após ter desacelerado um pouco de novembro para dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) voltou a acelerar na passagem de dezembro para janeiro, saindo de 0,44% para 0,61%. Contribuíram para essa aceleração os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,56%, ante 0,37%), Educação, Leitura e Recreação (2,04%, ante -0,26%), Transportes (0,60%, ante 0,31%), Despesas Diversas (0,26%, ante 0,08%) e Comunicação (0,79%, ante 0,48%).  Nessas categorias os destaques foram para os itens cursos formais (4,55%, ante 0,00%), licenciamento (1,06%, ante 0,00%), combo de telefonia, internet e TV (1,38%, ante 0,69%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,32%, ante -0,25%).

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) seguiu na sua tendência de alta e se elevou 0,32% em janeiro após ter aumentado 0,27% em dezembro. Esse resultado foi puxado pelo grupo Mão-de-obra, que voltou a acelerar em janeiro, registrando alta de 0,77%, e pelo grupo Serviços, que saiu de 0,43% para 0,53%. Pela construção civil ser um setor mais sensível aos ciclos da política monetária, a perspectiva da taxa básica de juros (Selic) ser mantida em patamar elevado por mais tempo continua a pesar sobre os custos do setor. Além disso, um mercado de trabalho mais apertado e a maior inércia da inflação de serviços também ajudam a explicar o terceiro aumento seguido da inflação medida pelo INCC. Dos três grupos que compõe o índice, Materiais e Equipamentos foi o único a registrar recuo de preços (-0,26%).

Esse resultado do IGP-M ajuda a frear o pessimismo em meio as surpresas desagradáveis na inflação vindas do IPCA-15 de janeiro. Com a alta do índice em doze meses tendo recuado para 3,79% e tendo sido puxada, principalmente, pelo recuo no IPA-M (que saiu de 5,27% para 3,00%), o espaço para repasses da inflação ao produtor diminui, ajudando a segurar um pouco o avanço da inflação ao consumidor.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações

    Vale a pena conferir