O IGP-M de maio registrou variação de -0,49% m/m, forte recuo em relação ao avanço de 0,24% m/m em abril, vindo abaixo do piso das projeções (-0,47% m/m, Broadcast+) e da nossa projeção (-0,35% m/m). Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,74% no ano e 7,02% nos últimos 12 meses. A leitura de maio veio em linha com o último IPCA-15, com queda significativa em produtos agropecuários no IPA, mesmo com o avanço em proteínas, já ao nível do consumidor, café e in natura também recuaram.
▪ O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), principal componente do IGP-M, caiu -0,82% em maio, invertendo a tendência do mês anterior, que teve alta de 0,13%. Essa queda foi causada principalmente pela redução nos preços dos produtos agropecuários, que também tiveram comportamento semelhante no IPCA-15 de maio. Vale destacar que os itens agropecuários que mais contribuíram para a queda no IPCA-15 continuam desacelerando no nível do produtor. Isso indica que, para o consumidor, pode haver espaço para uma redução nos preços, especialmente no caso dos ovos. Por outro lado, os preços das proteínas, como carne bovina e de aves, voltaram a subir, assim como observado no último IPCA-15. Ainda existe bastante incerteza sobre os efeitos da atual situação de gripe aviária nas condições de oferta doméstica de aves. Além disso, o preço do minério de ferro permaneceu em seu processo de queda, podendo refletir em menores custos para as empreses do setor industrial nos próximos meses.
▪ O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,37% em maio, desacelerando em relação à alta de 0,46% registrada em abril. Mais uma vez, o resultado ficou em linha com o IPCA-15 do mesmo mês, especialmente nas variações dos alimentos in natura (com destaque para a queda expressiva no preço do tomate e a alta relevante da batata), além de passagens aéreas e café em pó. Chama atenção também a desaceleração nos preços ligados ao segmento de cuidados pessoais, que pode indicar um enfraquecimento da demanda. Embora esse movimento ainda não seja claro em todo cross-section do IPCA-15 de maio, existem sinais incipientes captados por um melhor comportamento na média dos núcleos.
▪ Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou avanço de 0,26% m/m, após registrar alta de 0,59% no mês anterior. O destaque para o grupo se encontra nas maiores influências negativas vindo de materiais e equipamentos. Por outro lado, alguns itens mais intensivos em trabalho, foram um dos destaques de alta em linha com o IPCA-15 de maio.







