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Publicado em 30 de Março às 11:22:02

IGP-M (mar/23): Índice de preços vem abaixo da mediana das projeções, e avança 0,05% m/m

Em março, o Índice Geral de Preços (IGP-M) avançou 0,05% m/m segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), novamente abaixo da mediana das projeções (0,15%, Broadcast) e desta vez abaixo do piso (0,10%, Broadcast). Com este resultado, o índice acumula alta de 0,20% no ano e 0,17% em doze meses, a menor taxa desde fevereiro de 2018. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) teve mais uma queda (-0,12% m/m, ante -0,20% m/m), enquanto houve aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) de 0,38% m/m para 0,66% m/m, e desaceleração do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) de 0,21% m/m para 0,18% m/m.

A diminuição da retração do IPA-M em relação ao mês de fevereiro se deveu basicamente ao resultado do IPA agrícola, que saiu de -0,47% m/m para 0,00% m/m, enquanto o IPA industrial acentuou a deflação (-0,16% m/m, ante -0,10% m/m). Olhando o IPA por estágios de processamento, as Matérias-Primas Brutas continuaram a registrar aumento de preços em março (0,71%), numa aceleração considerável em relação a fevereiro (0,20%). Os Bens Intermediários aprofundaram a deflação em março, com os preços variando -1,08%, ante -0,98% no mês anterior. A maior contribuição para isto veio do subitem de materiais e componentes para a manufatura, que saiu de -0,39% em fevereiro para -0,52% em março. Após um repique em fevereiro, os Bens Finais voltaram a desacelerar, com o avanço de 0,29% dando lugar a uma alta de apenas 0,12%. Mais uma vez, os combustíveis para o consumo foram o principal fator de contribuição, com a taxa de variação saindo de 4,07% para -1,46% do mês passado para o atual.

Após certo arrefecimento em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) voltou a acelerar (0,66% m/m, ante 0,38% m/m), apresentando a maior variação desde junho de 2022. O grupo Transportes foi responsável pela maior contribuição para o avanço do mês (2,22% m/m, ante 0,19% m/m), devido a volta da cobrança dos tributos federais sobre a gasolina (6,52% m/m, ante -1,00% m/m). Também apresentaram acréscimo em suas taxas os grupos Habitação (0,84% m/m, ante 0,37% m/m), Saúde e Cuidados Pessoais (1,00% m/m, ante 0,73% m/m), Alimentação (0,14% m/m, ante -0,01% m/m) e Vestuário (0,20% m/m, ante 0,09% m/m). Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,50% m/m, ante 0,46% m/m), Despesas Diversas (0,13% m/m, ante 1,69% m/m) e Comunicação (0,46% m/m, ante 0,78% m/m) registraram decréscimo em suas variações. Nessas categorias os destaques foram para os itens: combo de telefonia, internet e tv por assinatura (0,24%, ante 1,68%), cursos formais (0,00%, ante 2,57%) e serviços bancários (0,00%, ante 2,61%).

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) repetiu a tendência de fevereiro e desacelerou de 0,21% para 0,18%. Esse resultado foi puxado pelos grupos de Materiais e Equipamentos (-0,07%, ante 0,16%) e Serviços (0,88%, ante 1,10%). O grupo Mão-de-obra, por outro lado, voltou a apresentar acréscimo da sua taxa de variação, saindo de 0,10% para 0,27%. Pela construção civil ser um setor mais sensível aos ciclos da política monetária, a perspectiva da taxa básica de juros (Selic) ser mantida em patamar elevado por mais tempo contribui para manter uma pressão altista sobre os custos do setor.

Esse resultado do Índice Geral de Preços reforça a narrativa de que as pressões de custos não são mais um fator tão relevante para a determinação da inflação ao consumidor. Com o IGP-M tendo recuado para 0,17% na métrica em doze meses e com o IPA-M saindo de 0,4% a/a para -1,7% a/a, o espaço para repasses da inflação ao nível do produtor para o consumidor diminuiu. Vale destacar que a variação do IGP-M em março teria sido ainda menor se não fosse pela volta da cobrança dos tributos federais sobre a gasolina, que pressionou o IPC-M, fazendo com que ele fosse o responsável pela maior contribuição para a alta do índice geral no mês.

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