Em novembro, o IGP-M variou -0,56% m/m segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), sendo essa a quarta queda consecutiva do índice. A deflação foi bem maior do que a mediana das expectativas do mercado esperava (-0,34% m/m, Broadcast), vindo, inclusive, mais intensa do que o piso das estimativas (-0,50% m/m, Broadcast). Esse resultado foi puxado novamente pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M). Com esse número, o índice apresentou redução na variação em 12 meses, chegando a 5,90% a/a. No ano, o IGP-M acumula alta de 4,98%. No mesmo mês do ano anterior, o IGP-M subiu 0,02%, acumulando elevação de 17,89% em 12 meses.
Nesse mês, a combinação da deflação registrada nos IPAs agrícola e industrial (passando de -1,46% para -1,45% e de -1,43% para -0,74%, respectivamente) continuou contribuindo para o recuo do índice cheio. Com isso, o IPA-M já acumula três meses seguidos de deflação. Olhando o IPA por estágios de processamento, as Matérias-Primas Brutas caíram 2,86% em novembro, aprofundando um pouco a queda em relação ao mês anterior, que foi de 1,96%. Os itens que mais contribuíram para isso foram: café em grão (-3,35% para -20,97%), minério de ferro (-1,52% para -8,01%) e milho em grão (0,58% para -0,74%). Os Bens Intermediários, apesar de continuarem apresentando deflação em novembro (-0,11%), atenuaram a queda de -2,17% vista em outubro. A maior contribuição para este fato veio do subitem de combustíveis e lubrificantes para a produção, que saiu de -5,67% em outubro para 0,83% em novembro. Já os Bens Finais continuaram a ser o único estágio a registrar inflação em novembro (0,13%). Os alimentos processados foram os principais responsáveis por esse movimento, com a taxa de variação saindo de -1,04% para 0,01% do mês passado para o atual.
Após encerrar a sequência de três meses seguidos de taxas negativas, avançando 0,50% em outubro, a inflação ao consumidor (IPC) avançou ainda mais em novembro, registrando 0,64%. Sete das oito categorias apresentaram acréscimo em suas taxas. Mais uma vez, a principal contribuição para esse movimento adveio do grupo Transportes, que deixou de registrar deflação (-0,96%) e passou a registrar inflação (0,79%). Com o aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional, a gasolina deixou de registrar deflação (-3,74%) e passou a registrar inflação (1,58%).
Por outro lado, o único grupo que continuou a apresentar recuo de preços foi Comunicação (de -1,03% para -0,32%), com destaque nessa categoria indo para o combo de combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-2,45% para -0,32%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,14% em novembro após ter aumentado 0,04% em outubro. O INCC vem apresentando naturalmente maior resistência a queda, diante da sua maior estabilidade e relação com o mercado de trabalho, sendo o índice com a maior variação em 12 meses (9,44%). A trajetória de alta do grupo Mão de Obra continuou em novembro ao registrar aumento de 0,53% (ante 0,31% em outubro). Já Materiais e Serviços seguiram a tendência oposta e aprofundaram a queda de -0,21% em outubro para -0,23% agora em novembro.