Em outubro, o IGP-M variou -0,97% m/m segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), sendo a terceira queda consecutiva do índice (houve redução de -0,70% em agosto e de -0,95% em setembro). A deflação foi maior do que esperava a mediana das expectativas do mercado (-0,77% m/m, Broadcast), e foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M). Com este resultado o índice apresentou redução na variação em 12 meses, chegando a 6,52% a/a. No ano, o IGP-M acumula alta de 5,58%. No mesmo mês do ano anterior, o IGP-M subiu 0,64%, acumulando elevação de 21,73% em 12 meses.
Nesse mês, a combinação do avanço da deflação dos IPAs agrícola e industrial (passando de -0,99% para -1,46% e de -1,39% para -1,43%, respectivamente) continuou influenciando o arrefecimento do índice cheio. Com isso, a queda do IPA-M se intensificou em outubro (-1,44%) ante -1,27% em setembro. Olhando o IPA por estágios de processamento, as Matérias-Primas Brutas caíram 1,96% em outubro, aprofundando um pouco a queda em relação ao mês anterior, que foi de 1,84%. Os itens que mais contribuíram para isso foram: algodão em caroço (-11,02%), aves (-4,58%) e cana-de-açúcar (-2,55%). Os Bens Intermediários seguiram trajetória similar, aprofundando a queda de 1,47% vista em setembro para 2,17% agora em outubro. A maior contribuição para esse fato veio do subitem de materiais e componentes para a manufatura, que recuou de -0,36% para -1,36% de setembro para outubro. Já os Bens Finais deixaram a deflação de setembro (-0,39%) para trás e registraram inflação de 0,03% em outubro. Os alimentos in natura foram os principais responsáveis desse movimento, avançando de 2,35% para 6,12% do mês passado para esse.
A inflação ao consumidor (IPC) encerrou a sequência de três meses seguidos de taxas negativas, avançando 0,50% em outubro. Seis das oito categorias apresentaram acréscimo em suas taxas. A principal contribuição para esse movimento adveio do grupo Educação, Leitura e Recreação (de 4,47% para 3,15%).
Por outro lado, os dois únicos grupos que apresentam decréscimo em suas taxas foram Comunicação (de -0,54% para -1,03%) e Transportes (de -2,93% para -0,96%), destacando nessas categorias a redução das passagens aéreas (27,61% para 16,07%) e o combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,56% para -2,45%). Embora tenha ocorrido aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional, a gasolina continuou a registrar deflação em outubro (-3,74%) devido ao acúmulo de defasagens (18%) no preço do litro (-R$ 0,75).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,04% em outubro após ter aumentado 0,10% em setembro. O INCC vem apresentando naturalmente maior resistência a queda, diante da sua maior estabilidade e relação com o mercado de trabalho, sendo o índice com a maior variação em 12 meses (10,06%). Houve aumento de 0,31% no grupo Mão de Obra (ante 0,26% em setembro) e queda de -0,21% em Materiais e Serviços (ante -0,06%).