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Publicado em 07 de Maio às 14:53:29

Indústria (Mar/25): Desempenho corrobora expectativa de crescimento do PIB de 1,5% no 1T25

Em março, a atividade industrial registrou expansão de 1,2% m/m, vindo melhor do que o esperado pelo consenso de mercado ao superar o teto das estimativas para o mês (0,7% m/m, Broadcast+) e do que a nossa projeção de 0,5% m/m. Com este resultado, a atividade industrial acumula uma expansão de 1,3% no primeiro trimestre do ano, abandonando dois meses consecutivos de resultados próximos à estabilidade e alcançou o patamar mais elevado desde o mês de jun/24. Na comparação interanual, a produção industrial registrou alta de 3,1% a/a, também superando significativamente o consenso de mercado que tinha como uma projeção mediana uma alta de 1,3% a/a (Broadcast+). Em relação ao último trimestre de 2024, a indústria registrou alta de 0,1% t/t, refletindo a combinação entre a alta de 1,0% t/t da indústria extrativa e o recuo de 0,1% t/t da indústria de transformação, corroborando a nossa perspectiva de gradual arrefecimento do setor ao longo de 2025.

O desempenho no mês foi derivado das altas observadas na indústria extrativa mineral (2,8% m/m), dando continuidade à expansão de 3,0% m/m registrada no mês imediatamente anterior, e de 0,9% m/m na indústria de transformação, revertendo a queda de 0,4% m/m de fevereiro. Além disso, vale destacar que a expansão da atividade industrial veio acompanhada das altas em três das quatro grandes categorias e 16 dos 25 ramos de produção pesquisados. Em março, os principais destaques positivos ficaram por conta das altas registradas na produção de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,7% m/m); de móveis (5,6% m/m); de produtos diversos (4,97% m/m; de vestuário e acessórios (4,1% m/m); e de veículos automotores e carrocerias (4,0% m/m). Entre as principais baixas, os destaques ficaram por conta da impressão e reprodução de gravações (-9,2% m/m); e fabricação de produtos do fumo (-4,8% m/m). Entre as principais categorias, o único recuo registrado foi na produção de bens de capital (-0,7% m/m), devolvendo parcialmente a alta de 0,9% m/m registrada no mês imediatamente anterior, porém ainda acumula alta de 2,5% no ano. Por outro lado, os principais destaques altistas ficaram por conta da produção de bens de consumo duráveis (3,8% m/m) e semiduráveis (2,4% m/m), revertendo as quedas de 2,8% m/m e de 0,8% m/m registradas em fevereiro, e da alta de 0,3% m/m da produção de bens intermediários.

De maneira geral, apesar dos desempenhos próximos à estabilidade registrados nos meses anteriores, o resultado da atividade industrial em março reforça nossa avaliação de que, embora o ciclo de contração da política monetária esteja em curso, o arrefecimento da economia brasileira será gradual. Essa avaliação é respaldada pelo desempenho ainda robusto de segmentos mais dependentes do crédito no primeiro trimestre, sugerindo que o aumento do custo de financiamento ainda não resultou em um desaquecimento significativo da demanda. A única exceção foi a produção de bens intermediários, que registrou uma contração de 0,6% em relação ao último trimestre de 2025. Com esse resultado, mantemos nossa projeção de crescimento do PIB para o primeiro trimestre de 2025 em 1,5% e estimamos uma expansão de 2,0% para a economia brasileira em 2025.

Acreditamos que as políticas fiscal e parafiscal (crédito direcionado) implementadas pelo governo continuam, embora em menor magnitude que no ano passado, a obstruir o canal de transmissão da política monetária para a economia real. Isso dificulta ainda mais o processo de desaceleração econômica e a convergência da inflação à meta. Diante disso, entendemos que os dados divulgados hoje reforçam nossa expectativa de que a Selic será elevada em 0,5 p.p. na reunião de hoje, com um aumento adicional de 0,25 p.p. na reunião de junho, atingindo 15,0% até o final do ano.

Com esse resultado, a indústria agora se encontra 2,8% acima do nível pré-pandemia (fev/20). Além disso, a atividade industrial se encontra 14,4% abaixo do nível mais elevado já registrado na série histórica (mai/11). Além disso, a atividade industrial deixa um carrego estatístico de 0,8% para o 2T25 e de 1,5% para o ano cheio.

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