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Publicado em 09 de Setembro às 12:20:59

IPCA (ago/22): Inflação recua 0,36% m/m com queda nos combustíveis

Em agosto, o IPCA recuou 0,36% m/m, resultado pior que o projetado pelo mercado (-0,40%, Broadcast). O resultado do mês reflete, principalmente, os impactos da redução dos preços dos combustíveis, tendo provocado mais uma deflação nos preços administrados. Nos últimos 12 meses, o IPCA passou de 10,07% para 8,73% e acumula alta de 4,39% no ano.

Os bens industriais (0,82%) vieram acima das expectativas (0,37%) e os núcleos (0,66%) um pouco acima das projeções (0,64%), com os serviços subjacentes ainda em patamar elevado (0,73%), porém vindo levemente melhor que a expectativa (0,75%). Os administrados (-2,55%) foram determinantes para queda da inflação no mês, enquanto o arrefecimento da alimentação (0,01%) foi importante para atenuar a alta nos preços.

Houve queda em somente dois dos nove grupos pesquisados. O principal impacto ocorreu no grupo de Transportes (-3,37% e -0,72 p.p.), diante da queda dos combustíveis (-10,82%), com redução nos quatro combustíveis pesquisados, porém com destaque para a variação no preço da gasolina (-11,64%), que sozinha impactou em -0,67 p.p. o índice cheio.  Além disso, houve queda das passagens aéreas (-12,07%), a primeira contração após quatro meses consecutivos de alta. Alguns fatores como sazonalidade e redução do querosene de aviação ajudam a explicar a queda no mês.  

O outro grupo a apresentar contração foi o de Comunicação (-1,1% e -0,06 p.p.), com a queda no plano de telefonia móvel (-2,67%) e fixa (-6,71%). A redução reflete o impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre esses itens, que foram considerados como essenciais.

O grupo Habitação avançou 0,1%. O preço da energia elétrica continuou caindo (-1,27%), ainda refletindo os impactos da redução do ICMS. A maior parte do impacto ocorreu no mês anterior, porém em algumas cidades, como Vitória e Belém, ainda houve reajuste para baixo nas tarifas. Porém, o resultado foi compensado pelo aumento do preço do condomínio (0,97%) e aluguel (0,55%). 

Além disso, o grupo de saúde e cuidados pessoais apresentou a maior contribuição positiva no mês (1,31% e 0,16 p.p.). O resultado reflete o aumento dos itens de higiene pessoal (2,71%) e plano de saúde (1,13%). Vale destacar o arrefecimento do grupo de Alimentos & Bebidas (0,24%), ante 1,3% no mês anterior. O resultado reflete a estabilidade (0,01%) na alimentação no domicílio, porém avanço na alimentação fora do domicílio (0,89%). Importante destacar dentro da alimentação no domicílio a queda do leite longa vida (-1,78%).

Nossa avaliação é que o resultado de agosto apresentou resultados mistos. Por um lado, houve resultados mais positivos na alimentação e nos serviços subjacentes, porém uma visão mais negativa para os bens industriais e para o núcleo. Nossa projeção preliminar é de -0,12% para setembro e 6,0% em 2022. Porém, com viés para baixo diante dos possíveis novos reajustes nos combustíveis nas refinarias da Petrobras e uma visão mais benigna para alimentos. 

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