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Publicado em 12 de Março às 19:18:46

IPCA (Fev/25): Inflação permanece em terrenos desfavoráveis

O IPCA de fevereiro registrou variação de 1,31% m/m, em linha com nossa expectativa e um pouco abaixo da expectativa de mercado (1,32%, Broadcast+). Houve surpresa baixista por parte dos industriais, a qual foi compensada por leves surpresas altistas nas demais categorias, mantendo o índice cheio em linha com nossa projeção. Em nossa avaliação, a composição não apresentou grandes surpresas, ou seja, ainda se encontra em um cenário desfavorável. Além disso, esperamos queda da inflação e atividade nos próximos meses, e o resultado de fevereiro corrobora nossas expectativas. No entanto, esperamos que ocorra uma inversão nesse comportamento para 2026.

Os alimentos registraram uma variação de 0,79% m/m, ligeiramente acima das nossas projeções, que indicavam 0,75% m/m. Os principais destaques ficaram por conta das carnes e dos itens in natura, com este último impulsionado pela alta do ovo de galinha, que continua apresentando uma variação bem acima do seu comportamento sazonal. No segmento das proteínas, a carne bovina, embora com desaceleração nos preços, sugere que o ritmo de queda pode estar chegando ao fim. Além disso, apesar da pressão altista sobre o café, a variação desse item foi menor do que o esperado, o que indica um possível esgotamento do ritmo de aumento atual.

Já nos serviços registraram variação de 0,82% m/m, um pouco acima do esperado (0,77% m/m). Houve alguma surpresa altista em serviços intensivos em trabalho, mas também surpresa baixista em alimentação fora do domicílio, apesar da carne ter surpreendido para cima. Devido ao peso superior dos intensivos em trabalho, este acaba puxando a surpresa no núcleo, mas com um direcional neutro em relação a projeção. De modo geral, a composição veio bem em linha com o esperado. Bom lembrar que o qualitativo da categoria segue negativo com níveis inconsistentes com a meta.

A variação nos bens industriais foi de 0,39% m/m, significativamente abaixo da nossa expectativa de 0,58% m/m. A surpresa baixista foi disseminada de -20bps entre as subcategorias. Esse gap também ocorreu nos subjacentes, contribuindo com queda significativa no núcleo EX3. Nos itens duráveis, a surpresa é explicada por veículos, nos semi o vestuário e nos não duráveis o destaque é a higiene pessoal. Apesar da surpresa, o qualitativo da categoria foi como esperado, com pressão liderada pelos veículos, higiene pessoal e etanol.

A média dos núcleos sugere uma composição um pouco melhor que o esperado. Boa parte desse resultado vem do núcleo EX3, reflexo da surpresa significativa na medida subjacente de industriais. Ao desconsiderar esse núcleo, a média ficaria 0,63% m/m, mais consistente com nossa expectativa (0,65% m/m) e acima da expectativa de mercado (0,61% m/m, Broadcast+). Apesar da surpresa benigna nos bens industriais, seguimos entendendo que a composição ainda é desfavorável.

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