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Publicado em 09 de Agosto às 10:54:09

IPCA (jul/22): Inflação recua 0,68% m/m com queda nos combustíveis e energia elétrica

Em julho, o IPCA recuou 0,68% m/m, resultado melhor que o projetado pelo mercado (-0,66%, Broadcast). O resultado do mês reflete, principalmente, os impactos da desoneração tributária (redução do ICMS) nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, tendo provocado forte deflação nos preços administrados. Nos últimos 12 meses, o IPCA apresentou variação de 10,07% e acumula alta de 4,77% no ano.

Os grupos de Transportes e Habitação puxaram o resultado em julho. No dia 20/07, a Petrobrás anunciou redução de 20 centavos no preço médio da gasolina vendida nas distribuidoras. Além disso, a redução do ICMS nos combustíveis foi determinante para a queda no preço dos combustíveis. Essa combinação de medidas fez com que a gasolina recuasse 15,48%, contribuindo individualmente com -1,04 p.p. (impacto negativo mais intenso nos 377 itens pesquisados).  Além disso, tivemos importante queda no etanol (-11,38%), porém novo avanço nas passagens aéreas (8,02%). Nesse sentido, o grupo de Transportes apresentou recuo de -4,51%, sendo o maior impacto no mês (-1,01 p.p.).

Já o grupo Habitação apresentou deflação de -1,05% (com impacto de -0,16 p.p.). O destaque vai para o recuo da tarifa elétrica residencial (-5,78% e impacto de -0,24 p.p.). A deflação da energia elétrica decorre da desoneração tributária do ICMS combinada com a aprovação pela ANEEL das Revisões Tarifárias Extraordinárias em dez distribuidoras de energia. Houve devolução por meio da redução de tarifas de valores advindos de ações judiciais que estabeleceram a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Confins cobrada na conta de energia.

Outro grupo que contribui com a desaceleração do IPCA no mês foi Vestuário, saindo de 1,67% para 0,58%. O resultado decorre da forte queda no preço do algodão, que é uma das principais matérias primas da indústria têxtil.

Por outro lado, houve aceleração dos Alimentos e Bebidas (1,30%), com o maior impacto positivo no mês. O resultado decorre do aumento no preço do leite longa vida (25%) e seus derivados como queijo (5,28%) e manteiga (5,75%). A alta recente do preço do leite advém do período de entressafra, com redução da oferta do produto combinada com o aumento significativo dos custos da produção. Além disso, houve impacto relevante das frutas (4,40%).

Nesse sentido, vimos forte desaceleração dos preços administrados com a implementação do teto do ICMS para produtos essenciais. Além disso, houve desaceleração dos preços livres, com redução dos bens industriais (diante da queda do preço do etanol) e dos serviços (com atenuação dos preços das passagens aéreas e alimentação fora do domicílio). Por outro lado, a alimentação no domicílio apresentou crescimento com a alta dos leites e derivados e das frutas.  Para o mês de agosto nossa projeção é de nova deflação (-0,26%).

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