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Publicado em 08 de Julho às 12:23:28

IPCA (junho/22): Inflação aumenta 0,67% m/m impulsionada pela alta dos alimentos

Em junho, o IPCA avançou 0,67% m/m, resultado melhor que o projetado pelo mercado (0,71%, Broadcast). O resultado do mês decorre, principalmente, pelo aumento dos alimentos (alimentação fora do domicílio), dos planos de saúde e das passagens aéreas. A inflação de serviços continua pressionando o índice, mitigando, em parte, o arrefecimento dos preços administrados. Nos últimos 12 meses, a inflação voltou a subir, ficando em 11,89%, acumulando 5,49% no ano. 

O principal impacto no mês decorreu do grupo Alimentação e Bebidas (0,80% e impacto de 0,17 p.p.), com destaque para a alimentação fora do domicílio (1,26%).  Com a reabertura dos serviços, havia uma demanda reprimida na pandemia, que vem retornando e sendo refletida nos preços. Já na alimentação no domicílio (0,63%), o destaque vai para o aumento no leite longa vida (10,72%) e o feijão carioca (9,74%).

No grupo de Saúde e cuidados pessoais (1,24% e 0,15 p.p. de impacto), houve aumento de 2,99% nos planos de saúde, sendo o maior impacto individual no índice no mês (0,10 p.p.). No mês de maio, a ANS autorizou o reajuste de até 15,5% nos planos de saúde individuais.  

O grupo Transportes apresentou o terceiro maior impacto no mês (0,13 p.p.) com aumento de 0,57%. Houve contribuição negativa dos combustíveis, com queda de 1,20%: a gasolina caiu 0,72%, enquanto o etanol caiu 6,41% e o diesel cresceu 3,82%. Entretanto, o destaque para o grupo no mês vai para o crescimento das passagens aéreas (11,32% e 0,06 p.p.). Vale salientar que de acordo com a metodologia do IBGE, o preço das passagens aéreas reflete os preços de dois meses atrás. Além disso, ainda houve reajuste nas tarifas de ônibus em algumas regiões (Salvador e Aracaju).

Por fim, no grupo Habitação (0,41% e 0,06 p.p.), o crescimento se deve pelo aumento da taxa de água e esgoto (2,17%) em algumas regiões (Belém, São Paulo, Campo grande e Curitiba). Por outro lado, a energia elétrica residencial recuou 1,07%.

Houve avanço dos preços administrados (de -0,51% para 0,48%), da alimentação (de 0,43% para 0,63%) e dos serviços (de 0,85% para 0,90%), porém desaceleração nos bens industriais (de 1,06% para 0,58%). Em linha com a retomada do emprego e da melhora no mercado de trabalho, os serviços subjacentes passaram de 0,75% para 1,04% no mês de junho.

O impacto do PLP/18 será sentido no mês de julho, em que projetamos deflação (-0,80%). Para o ano de 2022, nossa projeção é de 7,4% e de 5,7% em 2023. A combinação da redução do ICMS de itens essenciais e do aumento de transferências sociais com a PEC dos benefícios, pressionará ainda mais a inflação de serviços no curto prazo, impondo um desafio adicional para a condução da política monetária. Avaliamos que o Banco Central aumentará a Selic em 0,5 p.p. na próxima reunião, chegando a 13,75% a.a. e manterá nesse patamar até o 2º trimestre do ano que vem.

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