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Publicado em 10 de Dezembro às 15:19:19

IPCA (Nov/21): inflação desacelera para 0,95% com ajuda dos preços livres; combustíveis continuam pressionando o indicador

A variação do IPCA em novembro foi de 0,95% m/m, resultado melhor que o projetado pelo mercado (1,10%, Broadcast), ficando próximo ao piso das expectativas (0,94%). Essa foi a maior variação para o mês de novembro desde 2015 (1,01%). Sete das nove categorias analisadas pelo índice subiram no mês. Em relação ao núcleo do IPCA houve desaceleração na margem de 0,95% para 0,61%, com o acumulado em 12 meses chegando a 7,16%.

O resultado não só veio melhor que o esperado, com desaceleração na margem, como também houve queda no índice de difusão (% de itens que apresentam elevação no mês) de 66,84% para 63,13%.

A taxa de inflação dos últimos doze meses ficou em 10,74%. No ano, o IPCA acumula alta de 9,26%, o maior desde novembro de 2003 (11,02%). Já o INPC, que é o indexador da maior parte das despesas públicas, acumula alta de 10,96% em 12 meses, abaixo dos 11,08% observados nos 12 meses anteriores.

Duas categorias puxaram o índice no mês, com cerca de 93% do impacto total. A maior contribuição ocorreu no grupo Transportes (+72 b.p.). Em seguida, tivemos o impacto com o grupo de Habitação (+17 b.p.). Por outro lado, alimentação e bebidas contribuiu para a surpresa baixista do IPCA de novembro. Saindo de uma contribuição de +24 b.p. no mês anterior para -1 b.p. em novembro. Além da contribuição negativa no grupo saúde e cuidados pessoais (-0,57% e -7 b.p.).

O grupo Transportes aumentou 3,35% em novembro, impactando em 0,72 p.p. o índice cheio. Os destaques novamente ficaram com a Gasolina (7,38% e 0,46 p.p.), Etanol (10,53% e 0,10 p.p.), automóveis novos (2,36% e 0,07 p.p.) e automóveis usados (2,38% e 0,05 p.p.).

O segundo maior impacto foi no grupo Habitação (1,03% e 0,17 p.p.). O resultado apresentou estabilidade em relação ao mês anterior. O índice foi impactado pela aceleração do preço da energia (1,24% e 0,06 p.p), Aluguel residencial (0,84% e 0,03 p.p.) e Gás de botijão (2,12% e 0,03 p.p.).

A desaceleração do IPCA em relação ao mês passado decorre do crescimento menos intenso dos preços livres (de 1,21% para 0,45%). Entre os preços livres houve desaceleração na alimentação (de 1,32% para 0,04%), nos serviços (1,04% para 0,27%) e bens industriais (de 1,40% para 0,98%), com destaque para alimentação fora do domicílio, passagens aéreas e cuidados pessoais (perfumes caíram -10,66%). A queda nos preços livres compensou a aceleração dos administrados de 1,35% para 2,30%, principalmente, combustíveis e medicamentos.  Em 12 meses, a inflação de serviços se encontra em 4,79% e a de bens industriais 11,44%.

A Black Friday ajuda a explicar a desaceleração ocorrida em novembro, tendo ocorrido promoções em diversas atividades (lanches, redes de fast food, itens de higiene pessoal, entre outros produtos). Nossa projeção é que o IPCA termine 2021 em 10,5% a/a, diante de uma aceleração dos preços em dezembro.

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