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Publicado em 10 de Novembro às 13:57:42

IPCA (out/21): Inflação acima do teto das expectativas!

A variação do IPCA em outubro foi de 1,25% m/m, resultado acima do teto das expectativas do mercado (1,19%, Broadcast). Essa foi a maior variação para o mês de outubro desde 2002 (1,31%). Todas as nove categorias analisadas pelo índice subiram no mês. 

A taxa de inflação dos últimos doze meses ficou em 10,67%, permanecendo acima do teto para meta de inflação de 2021 (5,25%).  No ano, o IPCA acumula alta de 8,24%. Já o INPC, o indexador da maior parte das despesas públicas, acumula alta de 11,08% em 12 meses.

Três categorias puxaram o índice no mês, com cerca de 77% do impacto total. A maior contribuição ocorreu no grupo Transportes. Em seguida, tivemos os impactos com o grupo de Alimentação e Bebidas e Habitação.

O grupo Transportes aumentou 2,62% em outubro, impactando em 0,55 p.p. o índice cheio. O crescimento expressivo do grupo decorre da elevação dos combustíveis (3,21% e 0,24 p.p.), com destaque para elevação da gasolina (3,10% e  0,19 p.p.) que apresentou o maior impacto individual no mês. Além disso, tivemos forte crescimento das passagens aéreas (33,86% e 0,15 p.p.). Esse crescimento advém da desvalorização cambial, elevação dos preços dos combustíveis (querosene), além da maior demanda por voos com o arrefecimento da pandemia que pressiona os preços. Por fim, os Transportes foram impactados também pelos preços dos veículos novos (1,77%) e transportes por aplicativo (19,85%).

O segundo maior impacto veio do grupo Alimentação e Bebidas (1,17%), com impacto de 0,24 p.p. no índice cheio. O grupo foi impactado pela elevação do tomate (26%) e batata inglesa (16%), acelerando a inflação da alimentação no domicílio (1,32%).

O grupo Habitação  (1,04% e 0,17 p.p.) avançou no mês, porém apresentou desaceleração na margem (6,47% em setembro), com o menor impacto da energia elétrica (1,16%). Em outubro, foi mantida a bandeira de Escassez Hídrica, com reajustes em regiões importantes para o IPCA, como São Paulo, Goiânia e Brasília.

A queda na margem do grupo Habitação (principalmente energia elétrica) foi compensada pelo crescimento intenso do grupo de bens industriais. A inflação de bens avançou 1,40%, sendo a maior elevação desde março de 2003. A categoria já apresenta 11,1% de inflação acumulada em 12 meses. Além disso, a inflação de serviços, com o arrefecimento da pandemia, continua crescendo, subindo  1,04% e chegando a 4,92% a/a. Com isso, a média dos núcleos do IPCA chegou a 6,98% a/a.

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