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Publicado em 03 de Maio às 14:23:50

Mercado de Crédito (mar/24): saldo das concessões de crédito avança 1,2% m/m

Em março, o saldo das concessões de crédito avançou 1,2% m/m, de modo que, o volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) totalizou R$ 5,9 trilhões no mês. Este é resultado da combinação entre o aumento observado no saldo de crédito livre (1,5% m/m) e do avanço do saldo no crédito direcionado (0,8% m/m). No que diz respeito ao público, o desempenho no mês foi influenciado, principalmente, pelo aumento de 2,0% m/m no saldo de crédito destinado às empresas, ao passo em que houve avanço de 0,7% m/m no crédito destinado às famílias. Em relação às concessões, houve avanço de 10,6% m/m no crédito livre e aumento de 28,0% m/m no crédito direcionado.

Na variação interanual, observou-se uma alta de 0,2 p.p em relação ao mês anterior, em termos nominais, com avanço de 8,3% a/a, interrompendo a tendência de desaceleração observada desde o ano passado.

Para as pessoas físicas, o saldo de crédito livre apresentou avanço de 0,4% na passagem de fevereiro para março, ante aumento de 0,6% no mês imediatamente anterior, com destaque para as carteiras de financiamento para a aquisição de veículos (1,5% m/m), crédito pessoal não consignado (1,4% m/m) e consignado para beneficiários do INSS (1,2% m/m). Na métrica interanual, observou-se uma variação de 8,2% a/a, ante 8,7% a/a no mês anterior.

Já no crédito livre para as pessoas jurídicas, houve avanço de 3,0% m/m em março, ante aumento de 0,1% observado no mês imediatamente anterior. Nesse contexto, os destaques foram:  desconto de duplicatas e outros recebíveis (14,2% m/m), carteiras de cartão de crédito total (14,0% m/m) e de adiantamentos de contratos de câmbio – ACC (5,6% m/m).

O volume de crédito com recursos direcionados alcançou R$ 2,5 trilhões em março, elevação de 0,8% m/m no mês e de 11,8% a/a (ante 11,9% a/a em fevereiro). Por segmento, as operações contratadas com as empresas avançaram 0,4% m/m e 10,5% a/a, atingindo R$ 813,9 bilhões. Por sua vez, o crédito direcionado para as pessoas físicas cresceu 1,0% m/m e 12,5% a/a, alcançando o patamar de R$ 1,6 trilhão.

A taxa média de juros das operações de crédito aumentou 0,3 p.p. na passagem de fevereiro para março, atingindo o nível de 28,2% a.a. Esse movimento foi determinado pela estabilidade nas taxas medias de juros para operações contratadas com pessoas jurídicas (18,7% a.a), ao passo em que houve avanço de 0,6 p.p nas taxas cobradas sobre a carteira das famílias (32,9% a.a).

No contexto de taxa de juros e inflação elevadas, as taxas de inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) seguem se sustentando em um patamar historicamente elevado. No crédito livre, a inadimplência das famílias recuou 0,1 p.p. para 5,4%, em linha com o programa Desenrola Brasil que teve como foco inicial a extinção de dívidas de até R$ 100, enquanto para pessoas jurídicas a inadimplência também apresentou variação de mesma magnitude para 3,2%. Nesse sentido, o endividamento das famílias recuou para 47,9% em fevereiro, com queda de 0,1 p.p. na comparação com o mês anterior. Além disso, o comprometimento da renda permaneceu em 25,7%, crescimento de 0,2 p.p em relação ao mês anterior.

Na nossa avalição, tal resultado aponta para uma melhora no mercado de crédito em linha com o início da flexibilização monetária. Assim, a melhora na saúde financeira das famílias somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, devem contribuir para que haja recuperação das concessões de crédito livre PF ao longo do ano. Isso, em conjunto com a expectativa da queda do comprometimento da renda com o pagamento da dívida, deve contribuir para que o consumo das famílias seja um vetor de crescimento importante ao longo deste ano.

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