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Publicado em 28 de Dezembro às 17:56:41

Mercado de Crédito (nov/21): Novas concessões recuam 0,5%, com queda no crédito para famílias e empresas

Em novembro, as concessões de crédito recuaram 0,5% em relação ao mês anterior (série com ajuste sazonal). Houve crescimento na concessão de recursos livres (0,4% m/m), porém significativo recuo no crédito direcionado (-4,4% m/m). No ano, as concessões cresceram 17,9%, com avanço de 22,3% no crédito para as famílias e 13,2% para empresas.

A concessão para pessoas físicas recuou 0,5% em novembro. Houve queda na concessão de crédito livre (-0,5% m/m), generalizada entre as categorias: crédito não rotativo (-3,3% m/m), aquisição de veículos (-7,9% m/m) e cartão de crédito (-0,7%m/m). Já o crédito direcionado para as famílias avançou 3,6% no mês. Apesar do aumento do custo do crédito, em linha com o aumento da taxa básica, as concessões para financiamentos imobiliários avançaram 0,48% m/m em novembro, diante do aumento no crédito por meio de taxas reguladas. As concessões de crédito imobiliário com taxas de mercado recuaram 7,2% m/m.

O crédito para as pessoas jurídicas caiu 1,6% em relação ao mês anterior. Houve recuo de 21,4% no crédito direcionado para empresas e avanço de 1,7% em recursos livres (aumento de 1% no crédito não rotativo e -2,4% em capital de giro). As captações de recursos no mercado de capitais estão se concentrando em títulos de renda fixa, com destaque para emissão de debêntures, enquanto a obtenção de recursos por meio de participação acionária vem perdendo tração. Atualmente, cerca de 90% dos recursos advêm de títulos de renda fixa. Em novembro tivemos recorde na obtenção de recursos em renda fixa (R$50 bi), com participação expressiva das debêntures (R$38 bi). No primeiro semestre de 2021, as captações de recursos por meio de emissão de ações ou cotas representaram 34,5% do total. Já no mês de novembro esse valor ficou em 11,7%. O aumento na percepção de riscos retira o apetite aos investimentos em renda variável, levando as empresas buscarem outras formas de se financiar.

Em linha com o movimento de aumento da taxa básica de juros, as taxas cobradas pelas instituições financeiras subiram de 32,7% a.a. para 34,1% a.a., sendo o maior patamar desde fevereiro de 2020.No ano, a taxa de juros média aumentou em 8,6 p.p. A elevação nas taxas para as empresas subiu de 18,8% a.a. para 20,3% a.a. e as taxas para as famílias de 43,8% a.a. para 45,2% a.a. Já o ICC (indicador do custo do crédito) aumentou de 25,5 para 26. A taxa de inadimplência se manteve estável em 2,3%. Nas operações com recursos livres, a inadimplência aumentou de 3,0% para 3,1% e para operações com recursos direcionados se manteve em 1,2%.

O mercado de crédito que vinha sendo um driver de crescimento importante nos últimos anos, deve desacelerar em 2022. A combinação de atividade mais fraca, inflação elevada, aumento dos juros e a retirada de estímulos fiscais devem atenuar a demanda por crédito tanto das empresas quanto das famílias. Adicionalmente, vale destacar não só o patamar recorde de endividamento das famílias, como também o perfil caro das suas dívidas. A maior parte das dívidas se concentram por meio de cartões de crédito. A mediana do mercado projeta avanço nominal de 6,6% do saldo de crédito no ano que vem.

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