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Publicado em 25 de Outubro às 17:17:44

Mercado de Crédito – Setembro 2021

Em setembro, as concessões de crédito avançaram 3,1% em relação ao mês anterior (série com ajuste sazonal). Houve crescimento na concessão de recursos livres (3,5% m/m), porém forte recuo no crédito direcionado (-0,4% m/m). No ano, as concessões cresceram 17,7% com avanço de 24,3% no crédito para as famílias e 11% para empresas.

A concessão para pessoas físicas aumentou 0,5% em agosto. Houve avanço na concessão de crédito livre (1,7% m/m), porém contração no crédito direcionado (-4,7% m/m). Apesar da elevação da taxa básica de juros, as concessões para financiamento imobiliário continuam em níveis recordes. O crédito para as pessoas físicas ficou em R$16,6 bi em setembro, sendo um crescimento interanual de 31,4%.

O crédito para as pessoas jurídicas aumentou 3,7% em relação ao mês anterior. houve avanço de 8,5% no crédito direcionado para empresas e 6,3% em recursos livres.   As captações no mercado de capitais vem apresentando um bom desempenho. Entretanto, devem perder tração com o aumento das incertezas.

Em linha com o movimento de aumento da taxa básica de juros, as taxas cobradas pelas instituições financeiras subiu de 29,9% a.a. para 30,6% a.a. A elevação nas taxas para as empresas subiu de 16,2% a.a. para 17,1% a.a. e as taxas para as famílias de 40,9% a.a. para 41,3% a.a. Já o ICC (indicador do custo do crédito) aumentou de 24,6 para 25. A taxa de inadimplência se manteve estável em 2,3%. Nas operações com recursos livres, a inadimplência se manteve em 3,0% e para operações com recursos direcionados caiu para 1,3%.

Em suma, vimos um bom desemprenho do setor de crédito no 3º trimestre (avanço de 6,3%), tanto no crédito para famílias quanto para empresas. Houve aumento marginal no custo do crédito, em linha com o processo de elevação da taxa Selic, que ainda não tem afetado as taxas de inadimplência da economia. Entretanto, o cenário para os próximos trimestres será mais desafiador, diante do novo contexto macroeconômico.   

O mercado de crédito vem apresentando um desempenho positivo nas últimas leituras. Entretanto, as condições financeiras nos próximos trimestres devem se deteriorar. Com a alteração do regime fiscal (teto de gastos), a política monetária será mais contracionista (projetamos Selic em 10,75% em fev/22). O custo de capital das empresas aumentará significativamente, reduzindo o apetite das empresas aos investimentos e impactando negativamente o consumo das famílias. Nossa avaliação é que o mercado de crédito, que vinha sendo um “driver” de crescimento importante nos últimos anos, deve desacelerar em 2022.  As captações por meio de IPO vem perdendo força nos últimos meses, diante do aumento das incertezas (já temos 68 IPO’s cancelados em 2021).

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