Índice de Atividade da Genial
Resumo: O IAG avançou tanto em sua variação diária quanto em sua média móvel de 7 dias. Com este resultado, o IAG se encontra, cerca de, 1,7 p.p. acima do nível pré-Covid (100) e 0,3 p.p. acima da nossa leitura da semana passada. Além disso, houve avanço de 2,2 p.p. em relação ao número observado há um mês. Os indicadores que compõem o IAG apresentaram resultados mistos. Por um lado, o número de voos domésticos e todos os indicadores de mobilidade urbana contribuíram positivamente na margem, em especial, a mobilidade através de transporte público se encontra no patamar (96,7) mais elevado desde o início da crise sanitária. Em contrapartida, tanto o consumo de energia elétrica quanto a emissão de notas fiscais apresentaram leves recuos na margem.
Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 265,8 milhões, ante 257,9 milhões na semana anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 73,1% da população total brasileira, um aumento de 0,8 p.p. em relação à semana anterior. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas apresentou leve avanço em relação à leitura anterior passando de 0,92 milhão para 1,077 milhão. Ademais, o percentual da população com vacinação completa alcançou o patamar de 54,8%, um aumento de 3 p.p. em relação à leitura anterior. A aceleração da aplicação da 2ª dose em detrimento à primeira já era esperada, visto que o processo vacinal foi fortemente acelerado a partir do final do mês de maio.
Por outro lado, a média móvel de mortes ficou em 314 mortes, ante 336 observados em nosso relatório semanal anterior. Com este resultado, a média móvel óbitos volta a apresentar sinais de arrefecimento após a já esperada piora do indicador na última semana devido ao efeito calendário do feriado do dia 12/10. Além disso, também houve melhora na média móvel de novos casos registrados que saiu de 12104 para 11494. Ambos os indicadores seguem em uma consistente trajetória de queda sendo muito beneficiados pelo avanço do processo vacinal com duas doses. Em particular, para o Estado de São Paulo, tanto o número de novas internações quanto o número de internados em leitos de UTI seguem apontando para o arrefecimento da pandemia. A média móvel de novas internações saiu de 407 para 394 e o número de internados em leito de UTI saiu de 1677 para 1591.
Em nossa visão, os indicadores seguem apontando para o arrefecimento da pandemia de maneira consistente com o avanço do processo vacinal. Nesse sentido, acreditamos que na atual trajetória de queda no número de óbitos encerraremos o ano com o registro de 180 mortes diárias por Covid-19 e, além disso, projetamos um total de 79% da população vacinada com pelo menos 1 dose e 73% da população com vacinação completa. Entretanto, devido a atual baixa cobertura vacinal com ambas as doses, acreditamos que o risco de uma piora no quadro da pandemia ainda não deve ser descartado.
Agenda Semanal
Indústria
Indústria: Na última semana foram divulgados os dados referentes à Utilização da Capacidade Instalada e da Sondagem da Indústria da FGV para o mês de outubro. Por um lado, a Sondagem da Indústria acumula queda pelo terceiro mês consecutivo ao recuar 1,1% m/m. Este resultado foi bastante influenciado pela piora das expectativas para os próximos meses por conta dos problemas enfrentados pelo setor (aumentos nos custos, desarranjos das cadeias produtivas, elevada inflação e menores projeções de crescimento para os próximos meses). Na comparação interanual, o índice recuou após 14 meses de altas consecutivas, o indicador apresentou forte recuo de 5,2% a/a. Por outro lado, a Utilização da Capacidade Instalada avançou 1,1% m/m de modo que alcançou o nível mais elevado desde novembro de 2014 com um desvio de 4,6% em relação à média de 2019. Nesta semana, teremos a divulgação dos dados referentes à Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de setembro. Nesse sentido, os indicadores antecedentes apontam, em sua maioria, para um recuo do setor no mês. Entretanto, vale destacar que após 4 meses de quedas consecutivas a produção de veículos aponta para um forte avanço no mês (9,8%), além disso, a produção de papel ondulado também aponta para um avanço do setor. Portanto, embora o setor industrial esteja enfrentando obstáculos acreditamos que o desempenho mista dos indicadores antecedentes e uma menor base de comparação devido aos últimos resultados negativos fará com que o setor tenha um leve avanço na margem. Dessa forma, projetamos um avanço de 0,1% m/m e um recuo de -3,3% a/a.
Serviços
Serviços: Na última semana tivemos a divulgação dos dados dos Índices de Confiança Empresarial e da Sondagem de Serviços da FGV referentes ao mês de outro. Nesse sentido, ambos indicadores apontaram para avanço do setor no mês ao registrar alta de 0,4% m/m e 1,8% m/m para a Confiança Empresarial e Sondagem de Serviços, respectivamente. O bom desempenho dos indicadores reflete a retomada das atividades de caráter presencial devido à flexibilização das restrições impostas por conta da pandemia ao longo do segundo semestre devido à aceleração do processo vacinal no período. Na comparação interanual, a Sondagem de Serviços avançou 13,3% a/a e o Índice de Confiança Empresarial avançou 2,8% a/a. Além disso, foi divulgado a Massa de Rendimentos do Trabalho que recuou 0,7% a/a. Nossa avaliação é que a queda na massa de rendimentos reflete a recuperação do mercado de trabalho por meio do aumento da informalidade, principalmente, no setor de serviços por conta do arrefecimento da pandemia. Este fato aponta para uma avaliação positiva das perspectivas destes trabalhadores para os próximos meses, portanto, contribuem para nosso cenário de retomada puxada pelo setor de serviços.
Varejo
Varejo: Na última semana foi divulgado a Sondagem do Comércio referente ao mês de outubro. O indicador apontou para um leve avanço no mês de 0,1% m/m após dois resultados negativos consecutivos. Embora o indicador tenha revertido sua trajetória, acreditamos que o atual cenário econômico de elevação da taxa de juros, a persistência da inflação e a substituição do consumo de bens por serviços impõem um desafio para o setor nos próximos meses. Na comparação interanual, houve um recuo de 1% a/a.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na última semana foram divulgadas a Sondagem da Construção e o Índice de Confiança do Consumidor, ambas da FGV referentes ao mês de outubro. Nesse sentido, o indicador do setor de construção aponta para um recuo na margem de 0,3% m/m em relação ao mês de setembro, de modo que, a variação mensal acumula a quarta desaceleração seguida. Vale destacar que o setor enfrenta obstáculos com a falta de insumos, a elevação dos custos da construção (INCC acumula alta de 12,88% no ano) e o encarecimento do crédito imobiliário com o ciclo de alta da Selic. Na comparação interanual, houve um leve avanço de 0,9% a/a. Por outro lado, o índice de confiança do consumidor avançou 1,3% m/m após dois meses seguidos de baixa. Esta melhora foi reflexo da revisão das expectativas das famílias em relação à renda familiar em um ambiente de maior otimismo em relação à retomada do mercado de trabalho. Entretanto, o atual cenário de aumento da incerteza, elevado nível inflacionário e a alta da taxa básica de juros que aumento o custo do crédito contribui para uma maior cautela em relação ao consumo. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve um recuo de -7,4% a/a.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Na última semana tivemos a divulgação dos dados da PNADC referentes ao trimestre encerrado no mês de agosto. Nesse sentido, a taxa de desemprego foi de 13,2% no período, abaixo da expectativa mediana do mercado (13,5%, Bloomberg), representando uma queda de 1,2 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado e -1,4 p.p. em relação ao trimestre encerrado em maio. Na série com ajuste sazonal, o desemprego também apresentou queda, ficando em 13,1%. Além disso, a população ocupada foi de 90,2 milhões, aumento de 4,0% em relação ao trimestre anterior (3,5 milhões de pessoas a mais em relação ao trimestre encerrado em maio). Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 10,4% (aumento de 8,5 milhões de pessoas). O número de pessoas na força de trabalho foi de 103,8 mi, aumento de 2,3 milhões de trabalhadores em relação ao trimestre encerrado em maio, puxado pelo crescimento da população ocupada (3,5 milhões). Vale ressaltar que em 12 meses, houve crescimento de 10,4% da população ocupada que corresponde a 8,5 milhões de pessoas, dos quais 6 milhões são trabalhadores informais. Já o número de pessoas desocupadas recuou em 1,1 milhão no mesmo período. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a força de trabalho cresceu 8,8% (mais 8,4 milhões de pessoas). Além disso, também houve a divulgação do Caged de setembro que registrou a criação líquida de 313,9 mil postos de trabalho formal, resultado abaixo da expectativa mediana de mercado de 360mil. Houve criação líquida em todos os setores analisados, em especial, o setor de serviços gerou 142,5 mil postos formais.