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Publicado em 13 de Junho às 09:42:48

Monitor de Atividade (13/06): Serviços deve avançar 1,6% m/m em abril puxado pelo carnaval

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 442,2 milhões, ante 438,0 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose alcançou o patamar de 84,5% da população total brasileira, um aumento de 0,1 p.p. em relação à leitura anterior. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 79,3% da população, aumento de 0,7 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 1,1 p.p., alcançando o patamar de 47,4% da população brasileira.

Em relação ao avanço da Covid no Brasil, o boletim divulgado na última quarta-feira pela OMS apontou que o Brasil registrou o quarto maior número de casos de Covid no mundo na semana anterior, um aumento de 36%. No entanto, especialistas alertam que as subnotificações impedem a análise do quadro real. Por outro lado, o número de óbitos apresentou queda de 21% no mesmo período, ainda figurando no terceiro lugar do mundo. Esse comportamento é esperado, uma vez que a Covid-19 é uma doença viral respiratória não controlada, sendo seu contágio mais propício durante as quedas de temperatura e diminuição da imunidade coletiva. Especialistas apontam que esse novo aumento do número de casos está associado às subvariantes Ômicron BA.4 e BA.5. O Ministério da Saúde já autorizou a distribuição da 4ª dose para pessoas acima de 50 anos, além de profissionais da saúde. Diante disso, reiteramos a importância da alta cobertura vacinal já conquistada pelo Brasil para ainda ter os indicadores de casos graves e óbitos sob controle, mas o cenário exige atenção.

A capital chinesa Pequim passa por um surto “explosivo” de Covid-19 relacionado a um bar, disse porta-voz do governo neste sábado, enquanto o centro comercial, Xangai, promove testes em massa para conter avanço nos casos vinculados a um salão de cabeleireiro. O alerta seguiu um novo endurecimento das restrições em função da Covid-19 em Pequim, em vigor desde quinta-feira, com pelo menos dois distritos determinando o fechamento de alguns locais de entretenimento após um surto em um bairro. Embora a taxa de infecção na China esteja baixa para os padrões globais, o governo mantém sua política de tolerância zero à Covid-19, sob o argumento de proteger idosos e o sistema médico, ainda que outros países tentem conviver com o vírus.

A persistência da nova onda de casos de covid-19 nos Estados Unidos preocupa os especialistas. As subvariantes BA.4 e BA.5 já representam 13% dos novos casos, dobrando o percentual em uma semana. A maioria dos casos ainda é causada pela BA.2.12.1. Nos últimos 14 dias, a média móvel de novos casos apresentou aumento de 6,6%, enquanto a média móvel de óbitos aumentou 4,95%.  É importante observar que há uma tendência de freio na evolução da média móvel de mortes, ao contrário da de novos casos. O governo dos Estados Unidos deixou de exigir desde ontem que viajantes internacionais realizem um teste para a covid-19 um dia antes de embarcarem rumo ao país. A exigência é uma das últimas restrições de viagem ainda em vigor que foram implementadas ao longo da pandemia como esforço para conter a propagação da doença.

Com dados do boletim epidemiológico semanal da OMS, os números de novos casos e de mortes por Covid-19 continuam a diminuir globalmente desde o pico em janeiro. Durante a semana de 30 de maio a 5 de junho, mais de três milhões de casos foram relatados em todo o mundo, uma queda de 12% em relação à semana anterior. O número de novas mortes semanais também continua a diminuir, com queda de 22% no mesmo período.

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria :Na última semana, tivemos a divulgação dos dados de Produção de Veículos da Anfavea, Tráfego Pesado nas Rodovias da ABCR do mês de maio. Em primeiro lugar, a produção de veículos apresentou forte avanço de 12,0% m/m na margem, de modo que, o segmento apresentou recuperação em relação à queda observada no mês anterior (-5,9% m/m). Com este resultado, a produção de veículos se encontra 8,3% abaixo do nível pré-Covid (média de jan-fev/20). Na comparação interanual, o setor avançou 6,8%, após quatro recuos consecutivos.  O destaque no mês vai para a produção de veículos leves (automóveis e comerciais leves) que avançou 9,7% m/m e de veículos pesados (ônibus e caminhões) que tiveram alta de 44,5% m/m. Embora a indústria automotiva tenha apresentado um forte desempenho no mês de maio, avaliamos que a manutenção dos gargalos nas cadeias globais de produção, sobretudo no fornecimento de semicondutores, segue como principal fator de risco para a produção global de veículos. Além disso, no front-doméstico, o elevado nível inflacionário, o encarecimento do custo do crédito e o aumento das incertezas, com a aproximação ao período eleitoral, adicionam um viés negativo para o setor. Na mesma direção, o Tráfego Pesado nas Rodovias avançou 1,7% m/m em maio, o quarto avanço consecutivo na margem. Por fim, a Sondagem da Indústria da CNI aponta para continuidade da expansão da indústria no mês de junho. O indicador avançou 2,5% m/m na margem, acumulando o quinto avanço consecutivo.

Setor de Serviços

Serviços: Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços referente ao mês de abril. Nesse sentido, os indicadores antecedentes apontam para um robusto avanço do setor no mês, com destaque para a sondagem de serviços que avançou 4,3% m/m e para o PMI de serviços que ficou 10,6 pontos acima do nível neutro, apontando para expansão do setor no mês. Além disso, os Serviços Prestados às Famílias devem ser beneficiados no mês diante da ocorrência de feriados prolongados e da realização do Carnaval fora de época devido ao recrudescimento da pandemia por conta da variante Ômicron. Por fim, os indicadores de mobilidade urbana apontam que a mobilidade média em abril foi a mais elevada desde o início da pandemia o que deve beneficiar o setor. Nesse contexto, projetamos expansão de 1,6% m/m e 12,0% a/a em maio.

Setor de Varejo

Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de abril. Nesse sentido, pelo quarto mês consecutivo houve crescimento no volume de vendas no setor varejista, situação que não ocorria desde 2020. Em abril, as vendas aumentaram em 0,9% m/m frente março, resultado melhor que a projeção mediana do mercado (0,3% m/m, Broadcast). Além disso, houve revisão positiva no mês anterior de 1,0% para 1,4% (com forte revisão dos combustíveis de 0,4% para 5,5%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação positiva de 4,5% a/a. Em abril, apesar da queda nos grupos de supermercados & hipermercados (-1,1%) e de combustíveis & lubrificantes (-0,1%), o varejo avançou compensado pelo avanço de categorias com peso relevante como: Tecidos & vestuário (1,7%) e Móveis & eletrodomésticos (2,3%). Além disso, houve avanço nos artigos farmacêuticos (0,4%) e artigos de uso pessoal (0,1%). O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) avançou 0,7% m/m. Houve recuo na atividade de Veículos (-0,2% m/m) e em Material de Construção (-2,0% m/m).  No mês, os setores varejistas mais sensíveis ao crédito apresentaram desempenho positivo, enquanto os mais sensíveis a renda arrefeceram. Esse cenário contrasta com a recuperação da massa salarial e com as políticas de estímulo a demanda (liberação do FGTS e antecipação do 13º salário), indicando o forte efeito inflacionário sobre a renda das famílias. Nos próximos trimestres, avaliamos que setores mais sensíveis aos créditos devem desacelerar (a partir do 2º semestre), sentindo o impacto da política monetária contracionista sobre a atividade econômica, enquanto os setores mais sensíveis a renda podem apresentar desempenho mais positivo com o crescimento da massa salarial (tanto no que se refere a recuperação do emprego quanto arrefecimento da inflação).

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Não houve divulgação na última semana.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Não houve divulgação na última semana.

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