Índice de Atividade da Genial
Resumo: O IAG avançou tanto na sua variação diária quanto na média móvel de 7 dias. Com este resultado, o índice de encontra 10,6 p.p. acima do nível pré-Covid (100) e avançou 5,9 p.p. em relação ao número observado há 7 dias. O índice acumula alta de 9 p.p. nos últimos 30 dias. Todos os indicadores que compõem o IAG avançaram em relação à leitura anterior. Em especial, tanto a emissão de notas fiscais quanto o número de voos domésticos apresentaram significativos avanços nas últimas leituras, de modo que, a última se encontra próximo do nível mais elevado desde o início da pandemia. Além disso, todos os indicadores de mobilidade também apresentaram fortes avanços se encontrando nos patamares mais elevados desde abril de 2020.
Genial nas Eleições
Na última semana tivemos a divulgação dos resultados mensais da pesquisa eleitoral Genial-Quaest referentes ao mês de dezembro. Nesse sentido, a pesquisa aponta para uma melhora da avaliação do atual governo em relação ao mês anterior houve com uma queda de 6 p.p. nas análises negativas (50%); aumento de 4 p.p. das regulares (26%); e 2 p.p. das positivas (21%). Esta melhora foi observada em todas as regiões brasileiras, exceto, o Nordeste. Em particular, a região Sul apresentou uma forte melhora ao ter um recuo de 14 p.p. na avaliação negativa do governo, retornando ao patamar observado entre as pesquisas de setembro e outubro. Ademais, houve melhora na avaliação do governo entre aqueles que não votaram ou votaram em branco/nulo na eleição de 2018, de modo que, em nossa avaliação representa uma significativa melhora da avaliação do governo sobretudo entre aqueles que não fazem parte do seu eleitorado. No que diz respeito ao perfil dos respondentes, a melhora se deu em todos os grupos com destaque para as faixas de renda até 5 salários-mínimos e para o sexo feminino.
Já para a intenção de votos espontânea, a pesquisa aponta um aumento dos respondentes que se mostram indecisos (+5 p.p.) em relação à pesquisa anterior. Este aumento se deu, principalmente, pela significativa queda daqueles que votariam no ex-presidente Lula (-6 p.p.). O atual presidente Jair Bolsonaro permaneceu estável em relação ao número observado na última pesquisa, de modo que, desde setembro apresenta entre 15% e 17% das intenções de voto espontâneas.
Analisando os dados da pesquisa estimulada de primeiro turno os resultados ficaram estáveis em relação à pesquisa anterior com Lula variando entre 46% a 48% das intenções de votos entre os diferentes cenários e o atual presidente com intenções de voto entre 23% a 27%. Vale destacar que o candidato Sérgio Moro aparece em terceiro lugar com 10% dos votos, um pouco melhor do que o observado na pesquisa anterior (8%) que na nossa avaliação reflete os votos do eleitorado que classifica a corrupção como principal problema a ser combatido (10%). Portanto, mesmo após o anúncio oficial da sua candidatura, não observamos uma captura de votos por parte do ex-ministro mostrando, assim, a dificuldade da emergência de uma terceira via que consiga competir com os dois principais candidatos. Para o segundo turno, também observamos estabilidade dos resultados com o ex-presidente com mais de 50% da intenção de voto em todos os cenários que disputa. Além disso, em uma eventual disputa de segundo turno entre Bolsonaro e Sérgio Moro, a pesquisa aponta para a vitória do ex-ministro em uma disputa apertada.
Por fim, no que tange à opinião pública em relação a problemas e percepções, os entrevistados seguem apontando a pauta econômica como o principal problema do país. Entretanto, houve uma queda desta avaliação em relação à pesquisa anterior de 7 p.p. Já o tema da saúde/pandemia segue em segundo lugar e apresentou uma leve alta de 2 p.p. se comparado ao número da pesquisa anterior. Acreditamos que o surgimento da variante Ômicron tenha contribuído para observarmos esse aumento da importância do tema de saúde/pandemia nesta pesquisa. Nossa avaliação que este resultado reflete o arrefecimento da pandemia que ocorreu de maneira concomitante com a rápida elevação do processo inflacionário nos últimos meses. Dessa forma, acreditamos que nos próximos meses a pauta econômica seguirá no papel de protagonista podendo influenciar o resultado das eleições no ano que vem, sobretudo, o controle do processo inflacionário que será uma peça-chave para as eleições.
Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 294,6 milhões, ante 291,7 milhões na semana anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 75,6% da população total brasileira, um aumento de 0,2 p.p. em relação à semana anterior. Por sua vez, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou em relação à leitura anterior, ao passar de 0,7 milhão para 0,42 milhão. Ademais, o percentual da população com vacinação completa alcançou o percentual de 65,8% da população, um aumento de 1,9 p.p. em relação à semana anterior.
No que diz respeito à pandemia no Brasil, na última semana observamos uma melhora na MM7D de número de casos registrados que saiu de 8758 para 6721, entretanto, o número de óbitos permaneceu estável em 218. Em particular, para o Estado de São Paulo, os dados apontam para uma melhora tanto no número de novas internações que saiu de 286 para 279 quanto de internados em leitos de UTI que saiu de 1033 para 858. Acreditamos que elevado nível de vacinação completa (94,6% dos adultos já foram vacinados com duas doses ou dose única) tem beneficiado o Estado que possui uma forte tendência de queda nos indicadores da pandemia.
Embora tenhamos observado uma leve piora nos indicadores nacionais da pandemia, em nossa visão, os indicadores seguem apontando para o arrefecimento da pandemia (forte trajetória de queda tanto do número de óbitos quanto de casos) de maneira consistente com o avanço do processo vacinal. Além disso, nas últimas semanas temos observado uma significativa piora da pandemia na Europa com um forte avanço no número de novos casos diariamente, entretanto, o número de óbitos não tem apresentado o mesmo comportamento visto que tem aumentado em ritmo significativamente menor. Portanto, nossa avaliação é que embora os indicadores no Brasil estejam apontando para um arrefecimento da pandemia nos últimos meses, a baixa cobertura vacinal com ambas as doses faz com que o risco de uma piora no número de casos ainda não possa descartado.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Na última semana foram divulgados os dados do consumo de cimento e da produção de veículos referentes ao mês de novembro. Nesse sentido, observamos pelo quinto mês consecutivo a desaceleração do indicador de consumo de cimento que avançou 7,5% a/a. Já a produção de veículos apresentou um forte avanço na margem ao apresentar alta de 13,3% m/m, entretanto, devido ao efeito-base do final do ano passado, no interanual houve um forte recuo de -15,2% a/a. Os dados apontam para sinais de arrefecimento dos gargalos presentes nas cadeias globais de produção, que vem afetando o desempenho do setor automobilístico por conta da escassez de componentes eletrônicos usados como insumo. Por fim, foi divulgada a Sondagem da Indústria do mês de dezembro que aponta para um recuo do setor de -2,2% m/m, o quinto resultado negativo consecutivo. Este resultado reflete a continuidade de um cenário de elevados custos de matérias-primas e a escassez de insumos que vem atuando com os principais obstáculos para a recuperação do setor. Na comparação interanual, o indicador registrou queda de -10,6% a/a.
Setor de Serviços
Serviços: Na próxima semana, teremos a divulgação dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do mês de outubro. Nesse sentido, diante do forte avanço da mobilidade observada no mês; da trajetória de arrefecimento da pandemia, que tende a beneficiar o setor de serviços; dos indicadores antecedentes que apontam para expansão do setor no mês; e do nível depreciado de alguns segmentos que tendem a se beneficiar com o arrefecimento da pandemia, projetamos uma expansão do setor de 0,5% m/m e 10,3% a/a.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana foi divulgado o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio para o mês de outubro. Nesse sentido, o varejo recuou 0,1% m/m em outubro frente a setembro, resultado pior que a projeção mediana do mercado (0,6% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação negativa de 7,1% a/a. Diferentemente dos meses anteriores em que algum grupo puxava o indicador, no mês de outubro não houve um destaque claro que influenciou o resultado. Houve equilíbrio (de impacto) nos setores, sem grande protagonismo de alguma categoria em especial. Além disso, houve avanço na receita nominal do setor (0,7%), em especial no setor de combustíveis (1,7%), indicando que o processo inflacionário vem impactando o volume de vendas. A aceleração da inflação vem sendo o principal vilão do setor, uma vez que diminui o poder de compra das famílias. O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) recuou 0,9% m/m (expectativa era de -0,2%, Broadcast). Houve contração na atividade de Veículos (-0,5% m/m) e retração em Material de Construção (-0,9% m/m).
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na próxima semana teremos a divulgação do dado do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) referentes ao mês de outubro. Nesse sentido, diante das fracas performances dos setores do varejo e da indústria nossas projeções apontam para um recuo de 0,3% m/m e -1% a/a do índice que serve como uma boa proxy para o PIB.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.
Sobre o IAG
O Índice de Atividade da Genial (IAG) é um indicador de frequência diária que tem como objetivo monitorar o ritmo de recuperação da atividade econômica brasileira.
Esse índice diário não se propõe a ser uma proxy do PIB, ou seja, não substitui o modelo de projeção de PIB da Genial (o qual inclui muitas outras variáveis econômicas de frequência mensal). Dessa forma, um indicador não substitui o outro, são duas formas complementares de acompanhar a retomada do nível de atividade. O IAG tem frequência diária e se propõe a acompanhar a evolução da velocidade da retomada da atividade no dia a dia, enquanto a nossa projeção de PIB dá uma ideia do cenário como um todo, e é calibrado para gerar estimativas para os trimestres à frente.
O IAG tem alta correlação com índices mensais de atividade e possui alto poder preditivo sobre as variações mensais do IBC-BR (indicador mensal de atividade divulgado pelo Bacen).
O IAG é construído por uma média ponderada dos seguintes dados de frequência diária: consumo de energia elétrica, indicadores de mobilidade urbana da Apple, emissão de notas fiscais eletrônicas no estado do Rio Grande do Sul e número de voos diários no Brasil.[1]
O índice é construído de forma que toma o valor de 100 para o nível de atividade médio antes do surto de COVID-19 (entre 1º de janeiro e 15 de março). Dessa forma, o IAG representa o nível de atividade corrente em relação ao período pré-surto.