Índice de Atividade da Genial
Resumo: O IAG avançou tanto em sua variação diária quanto em sua média móvel de 7 dias. Com este resultado, o IAG se encontra, aproximadamente, 3,3 p.p. acima do nível pré-Covid (100) e avançou 1,6 p.p. em relação nossa leitura da semana passada. Além disso, houve avanço de 4 p.p. em relação ao número observado há um mês. Os indicadores que compõem o IAG apresentaram resultados mistos. Por um lado, o consumo de energia elétrica e a mobilidade urbana contribuíram positivamente para o cálculo do índice. Com este resultado todas as modalidades se encontram no nível mais elevado desde o início da pandemia, em especial, a mobilidade urbana através de transporte público se encontra em um patamar acima do observado antes do início da crise sanitária pela primeira vez. Em contrapartida, o número de voos domésticos apresentou um leve recuo e a emissão de notas fiscais permaneceu estável.
Genial nas Eleições
Na última semana tivemos a divulgação dos resultados mensais da pesquisa eleitoral Genial-Quaest referentes ao mês de novembro. Nesse sentido, em comparação aos resultados apresentados desde o mês de julho é observada uma significativa piora da avaliação do governo do atual presidente cuja rejeição saiu de 44% e atingiu 56% na pesquisa de novembro. Além disso, pela primeira vez desde o início da pesquisa a avaliação positiva, que vem apresentando uma consistente queda, se encontra abaixo dos 20%. De uma maneira geral, a deterioração da avaliação do governo ocorre em todas as regiões, inclusive nas regiões Sul e Centro-Oeste onde a avaliação negativa se encontrava abaixo dos 50% agora superam este patamar. No que diz respeito ao perfil do respondente, a piora da avaliação se deu em todos os grupos com destaque para as parcelas de menor faixa de renda e menos escolarizadas.
Já a intenção de votos espontânea aponta para um declínio do número de indecisos que foi majoritariamente capturada pela ascensão da intenção de votos para o ex-presidente Lula. Em contrapartida, Bolsonaro permaneceu estável com 16% das intenções de voto espontâneas. Este quadro vem mostrando um aumento da vantagem do ex-presidente em relação ao atual por conta da deterioração da avaliação atual do governo Bolsonaro que em nossa opinião reflete a piora da percepção do quadro econômico.
No que diz respeito à pesquisa estimulada de primeiro turno observou-se que o candidato Sérgio Moro surge como um potencial candidato de terceira via ao apresentar uma intenção de voto de 8% superando Ciro Gomes que até então aparecia em terceiro lugar. Vale destacar que quando a pesquisa foi realizada a candidatura do ex-Ministro da Justiça a sua candidatura ainda não havia sido formalizada, de modo que, após isso a sua intenção de voto tende a aumentar. Na nossa opinião, o candidato tende a atrair votos do atual Presidente Bolsonaro sobretudo nos segmentos de classe e escolaridade média mais elevada. O atual presidente se encontra em uma situação que se mostra mais complicada a cada pesquisa ao apresentar uma grande dificuldade em melhorar sua avaliação mesmo diante de um cenário de forte arrefecimento da pandemia e de ganho de bem-estar social.
Por fim, no que tange à opinião pública em relação às pautas econômicas, a pesquisa segue apontando para uma forte queda da preocupação em relação ao tema da saúde/pandemia sendo acompanhada por um aumento da preocupação com a pauta econômica. Em nossa opinião, este resultado reflete os últimos avanços no processo de vacinação que contribuíram para arrefecer a pandemia que ocorreu de maneira concomitante com o agravamento das pressões inflacionárias influenciado por aumentos nos preços dos combustíveis e a implementação de reajustes tarifários de energia elétrica. Além disso, acreditamos que a economia seguirá sendo a principal pauta para o processo eleitoral do ano que vem. Na atual trajetória de arrefecimento da pandemia, haverá um aumento de bem-estar da sociedade com o processo de liberalização das medidas restritivas e, consequentemente, benefícios para a própria economia. Reflexos disso já podem ser observados nos dados de mercado de trabalho que apontam para uma retomada dos empregos no Brasil e, com isso, a avaliação positiva do atual governo pode melhorar nos próximos meses. Entretanto, a pressão inflacionária segue se mostrando um fator decisivo, visto que o arrefecimento da pandemia nos últimos meses não tem refletido em uma melhora da aprovação do atual governo.
Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 277,7 milhões, ante 270,9 milhões na semana anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 74,2% da população total brasileira, um aumento de 0,6 p.p. em relação à semana anterior. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas avançou em relação à leitura anterior passando de 0,65 milhão para 0,8 milhão. Ademais o percentual da população com vacinação completa alcançou o patamar de 59,3%, um aumento de 2,8% em relação à semana anterior.
No que diz respeito à pandemia no Brasil, na última semana observamos uma leve piora na média móvel de 7 dias do número de óbitos que saltou de 230 mortes para 252, além disso, também houve uma piora na média móvel de novos casos que saiu de 9919 para 10409. Avaliamos que a piora dos indicadores da pandemia não reflete um recrudescimento da pandemia, visto que essa piora decorre da divulgação de dados represados devido ao feriado de finados. Em particular, para o Estado de São Paulo, tanto a média móvel de novas internações quanto o número de internados em leitos de UTI apresentaram uma significativa melhora em relação ao nosso último relatório semanal. A média móvel de novas internações saiu de 352 para 322 enquanto o número de internados em leitos de UTI saiu de 1436 para 1201.
Em nossa visão, os indicadores seguem apontando para o arrefecimento da pandemia de maneira consistente com o avanço do processo vacinal. Entretanto, leve piora dos indicadores na última semana se deve ao efeito de calendário do feriado de finados. Nossa avaliação é que na atual trajetória de queda no número de óbitos encerraremos o ano com o registro de 180 mortes diárias por Covid-19. Por fim, na última semana observamos uma forte piora da pandemia em alguns países da Europa, em especial, na Alemanha que atingiu a marca de 50 mil novos casos pela 1ª vez na pandemia, entretanto, o número de mortes não tem crescido na mesma proporção devido à cobertura vacinal. Portanto, embora 66% da população alemã tenha cobertura completa com ambas as doses, o país segue com uma das maiores taxas de não vacinados entre os países da Europa Ocidental. Portanto, embora os indicadores da pandemia no Brasil apontem para um arrefecimento da pandemia a baixa cobertura vacinal com ambas as doses, acreditamos que o risco de uma piora no quadro da pandemia ainda não deve ser descartado.
Agenda da Semana
Indústria
Indústria: Na passagem de setembro para outubro, os indicadores antecedentes da indústria apontam para mais um mês de desaceleração do setor que acumula quatro recuos na margem seguidos. Nossa avaliação é que a indústria segue apresentando dificuldades ao se deparar com diversos problemas que limita o seu avanço. Em primeiro lugar, vale destacar os desarranjos nas cadeias globais de produção que dificultam a obtenção de matéria-prima e, consequentemente, afetando a produção e oferta de bens, sobretudo, duráveis. Além disso, a elevação dos custos de produção (crise hídrica, aumento nos custos de transportes e elevado preço de commodities), um cenário de elevada inflação e retomada da mobilidade por conta do arrefecimento da pandemia também nos levam a projetar um desempenho negativo para o setor nos próximos meses. Nosso cenário considera um forte avanço do setor de serviços nos próximos meses que fará com que os consumidores tenham que migrar o consumo de bens para um maior consumo de serviços diante de uma maior depreciação da renda das famílias por conta do elevado nível da inflação. Por fim, para o mês de novembro, a sondagem da indústria aponta para um forte recuo na margem do setor de 8%, em linha com a nossa avaliação.
Setor de Serviços
Serviços: Na última semana tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços referente ao mês de setembro. O resultado apontou para um recuo de 0,6% do setor na margem que surpreendeu o mercado que aguardava um avanço de 0,5% no mês. O recuo do setor foi bastante disseminado entre seus segmentos (quatro das cinco atividades recuaram), com destaque para o resultado negativo do setor de transportes que possui o maior peso no setor de serviços. A performance negativa foi puxada pelo recuo do transporte aéreo (-9% m/m) que, em nossa avaliação, se deu por conta do aumento dos preços das passagens aéreas que tiveram alta de 28,2% m/m. A queda do segmento foi contrastada por um aumento da receita nominal do setor aéreo fato que evidencia o impacto do reajuste no desempenho do mês. Além disso, vale ressaltar o resultado negativo do transporte rodoviário e ferroviário de cargas que também contribuíram negativamente. Em contrapartida, os serviços prestados às famílias avançaram 1,3% m/m sendo o único segmento que apresentou taxa positiva. Este foi o segmento mais impactado pela pandemia por conta do caráter presencial de suas atividades (hotéis, restaurantes, bares, etc.), portanto, avaliamos que com o arrefecimento da pandemia esse grupo será bastante beneficiado visto que segue 16,2% abaixo do nível pré-pandemia. Nossa avaliação é que a redução das restrições devido ao arrefecimento da pandemia será um importante fator que fará com que o setor apresente resultados positivos. Nossos indicadores de alta frequência apontam para um forte avanço da mobilidade e do número de voos domésticos para o mês de outubro que, em nossa opinião, é um importante indicador de expansão do setor. Entretanto, avaliamos que a inflação pressiona a renda das famílias e, dessa forma, traz uma pressão negativa que atua como um freio para o setor.
Varejo
Varejo: Na última semana foram divulgados os dados da Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de setembro. Nesse sentido, tanto o varejo restrito (excluí vendas de automóveis e materiais de construção) quanto o ampliado apresentaram recuos de 1,3% m/m e 1,1% m/m, respectivamente. Nossa avaliação é que o fator determinante para o fraco desempenho do setor no mês foi a inflação que acumulou alta de 10,25% em 12 meses no mês de setembro. Esta alta nos preços ao ser repassada para o consumidor mediante a reajustes nos preços de bens essenciais prejudica a performance de vendas em supermercados e hipermercados (o grupo com maior peso no índice); e combustíveis. Os impactos da alta dos preços podem ser percebidos pela contração do volume de vendas em -1,3% m/m acompanhada de uma certa estabilidade nas receitas (-0,2% m/m). De modo geral, as quedas foram bastante disseminadas, visto que seis entre as oito atividades analisadas do varejo restrito apresentaram queda no mês. Ademais, o desempenho do varejo ampliado foi influenciado pelas contribuições negativas tanto da atividade de veículos (-1,5% m/m) quanto da queda nas vendas de materiais de construção (-1,1% m/m). Vale ressaltar que o setor automobilístico segue enfrentando dificuldades nas suas linhas de produção que, por sua vez, afeta a disponibilidade de novos automóveis nas lojas refletindo na piora observada no número de vendas de novos veículos. Já para a venda de materiais de construção, acreditamos que diante de um cenário de inflação elevada; aumento do custo de crédito; e dos problemas nas cadeias globais de produção o segmento segue com perspectiva negativa para os próximos meses. Em suma, devido aos problemas enumerados anteriormente e da transição do consumo de bens para serviços por conta do arrefecimento da pandemia, acreditamos que o varejo deve permanecer estável nos próximos meses visto que enfrenta inúmeros desafios e apenas alguns segmentos ainda tendem a se beneficiar com o arrefecimento da pandemia (vestuário, por exemplo).
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Nesta semana teremos a divulgação do IBC-Br e, nesse sentido, devido aos resultados negativos de todos os indicadores de atividade no mês de setembro, projetamos um recuo de 0,3% m/m.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.