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Publicado em 18 de Outubro às 12:54:02

Monitor de Atividade 18/10: Pandemia em Arrefecimento e Indicadores de Atividade Seguem Mistos

Índice de Atividade da Genial

Resumo: O IAG recuou tanto em sua variação diária quanto em sua média móvel de 7 dias. Com este resultado, o IAG se encontra, cerca de, 0,5 p.p. abaixo do nível pré-Covid e 1 p.p. acima da nossa leitura da semana passada. Além disso, o índice avançou 1,9 p.p. em relação ao número observado há um mês. Os indicadores que compõem o IAG tiveram resultados mistos. Por um lado, contribuições positivas foram observadas na emissão e notas fiscais e no número de voos domésticos. Em contrapartida, o consumo de energia e a mobilidade urbana apresentaram recuos. Com destaque para a mobilidade urbana a pé e de carro que se encontram no patamar mais elevado desde o início da crise sanitária.

Indicadores de Atividade Econômica

Na última semana foram divulgados os últimos dados de atividade econômica referentes ao mês de agosto. Nesse sentido, os resultados apresentaram desempenhos mistos para os setores. Por um lado, apenas o setor de serviços apresentou resultado positivo ao avançar 0,5% em relação ao mês anterior. Em contrapartida, os demais indicadores apontaram para recuos na margem em relação a julho, em especial, o varejo restrito que surpreendeu o mercado ao recuar 3,1% no mês.

A produção industrial apresentou um recuo na margem em agosto (-0,7%), abaixo da expectativa mediana de mercado (-0,4% m/m) que já apontava para um recuo do setor pelo terceiro mês consecutivo. Este resultado decorreu da contração observada na indústria de transformação (-0,7% m/m) não ter sido compensada pelo avanço de 1,3% m/m da indústria extrativa. A indústria apresenta 6 quedas nos últimos 8 meses. Nos primeiros meses do ano, a indústria sentiu os efeitos do recrudescimento da pandemia, em que houve fechamento e restrições sanitárias. Mais recentemente, com o avanço da vacinação e a flexibilização das restrições, a indústria sente os efeitos da elevação do custo de produção (energia elétrica) e do desarranjo das cadeias produtivas com desabastecimento de matérias-primas. Os desafios em relação à escassez de componentes devem se normalizar ao longo do próximo ano.

Além disso, o setor varejista surpreendeu negativamente a expectativa mediana de mercado (+0,6% m/m) ao apresentar um forte recuo de 3,1% m/m em agosto. O resultado fraco no mês decorre da combinação entre a aceleração inflacionária recente, a antecipação de consumo ocorrida em julho e a revisão positiva da série no mês anterior. Já o varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) recuou 2,5% m/m.

Por outro lado, o setor de serviços avançou 0,5% na comparação com julho, acima da expectativa mediana do mercado (0,4%, Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 16,7% a/a (resultado influenciado pela base de comparação baixa). O destaque vai para os serviços prestados as famílias que avançaram 4,1% no mês, acumulando alta de 50,5% desde abril, muito beneficiada pelo arrefecimento da pandemia desde então.

Por fim, o índice de atividade do Banco Central recuou 0,15% em relação ao mês anterior, em linha com a expectativa mediana do mercado que projetava contração de 0,1% m/m (Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 4,7% (a base de comparação é baixa). O indicador do Banco Central foi impactado pelo recuo do varejo (-3,1% m/m) e pela contração do setor industrial (-0,7% m/m).

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 251,4 milhões, ante 244,3 milhões na semana anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 71,6% da população total brasileira, um aumento de 1 p.p. em relação à semana anterior. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou em relação à leitura anterior passando de 1,118 milhão para 1,027 milhão. Além disso, o percentual da população com vacinação completa alcançou o patamar de 49,4%, um aumento de 2,4 p.p. em relação à leitura anterior. A aceleração da aplicação da 2ª dose em detrimento à primeira já era esperada, visto que o processo vacinal foi fortemente acelerado a partir do final do mês de maio, de modo que, o mês de setembro dá o início da vacinação de segunda dose desta parcela da população.

Além disso, na última semana, a média móvel de mortes ficou em 322 mortes, ante 439 observados em nosso último relatório. Com este resultado, a média móvel de óbitos segue na tendência de queda observada desde o início de jun/21. Além disso, houve significativa melhora nos indicadores de novos casos, dado que a média móvel saiu de 15413 em nossa leitura anterior para 9683. Por outro lado, para o Estado de São Paulo os dados apontam para arrefecimento da pandemia visto que tanto a média móvel de internações quanto o número de pacientes internados em leitos UTI apresentaram significativas melhoras. Ademais, a média móvel de novas internações saiu de 502 para 449 e o número de internados em leitos de UTI saiu de 1991 para 1879.

Em nossa visão, embora os indicadores da pandemia estejam apontando para um forte arrefecimento em relação ao nosso último relatório, vale destacar que, por conta do feriado da última semana, estes indicadores podem conter viés de efeito de calendário. Portanto, acreditamos que nesta semana os indicadores da pandemia apontem para uma piora em relação ao quadro apresentado neste relatório. Além disso, acreditamos que devido ao recrudescimento da pandemia em estados norte-americanos devido à baixa cobertura vacinal completa (dose única ou duas doses), acreditamos que, embora o rápido processo vacinal no Brasil tenha promovido uma melhora dos indicadores da pandemia, o risco de uma piora deste quadro ainda não deve ser descartado.

Agenda da Semana

Indústria

Indústria: Na última semana foram divulgados dados referentes ao consumo de cimento e produção de papel ondulado referentes ao mês de setembro. Nesse sentido, foi observado uma desaceleração do consumo de cimento pelo quinto mês consecutivo que apresentou alta de 10,6% a/a, ante 12,8% a/a no mês anterior. Esta piora dos resultados reflete uma deterioração da renda (inflação e diminuição do auxílio emergencial) e de um elevado endividamento das famílias. Soma-se a isso um elevado nível de desemprego e a elevação da taxa de juros. No que diz respeito à produção de papel ondulado, houve alta de 1% na margem em relação ao mês de agosto, entretanto, na comparação interanual houve forte queda de 6%.

Serviços

Serviços: Na última semana foram divulgados dados referentes à Pesquisa Mensal de Serviços referentes ao mês de agosto. Nesse sentido, os dados apontaram para um avanço de 0,5% na comparação com julho, acima da expectativa mediana do mercado (0,4%, Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 16,7% a/a (resultado influenciado pela base de comparação baixa). Contribuições positivas foram observadas em quatro das cinco atividades, com destaque para os serviços de informação e comunicação (1,2% m/m), transportes (1,1% m/m) e serviços prestados às famílias (4,1%). As atividades de caráter presencial (transportes, alojamento e alimentação) continuam impactando positivamente o indicador diante do aumento na mobilidade. Além disso, tivemos avanço em outros serviços (1,5% m/m) e recuo dos serviços profissionais e administrativos (-0,4% m/m). Com cinco meses seguidos de crescimento, o setor acumula alta de 6,5% no período, encontrando-se 4,6% acima do período pré pandemia, sendo o patamar mais alto desde novembro de 2015. Com o avanço, os serviços estão 7,1% abaixo do recorde da série (novembro de 2014). Tivemos algumas revisões importantes nos serviços prestados às famílias (hotéis e restaurantes, por exemplo) nos últimos quatro meses: em abril (de 11,9% para 9,7%), em maio (de 11,9% para 18,5%), em junho (de 6,4% para 9,0%) e julho (de 3,8% para 2,0%). Em conjunto com o avanço de 4,1% em agosto, os serviços às famílias encontram-se 17,4% abaixo do nível pré pandemia. Para setembro, os indicadores antecedentes mostram desaceleração do setor. A recente alta da inflação vem impactando negativamente o consumo das famílias e já se reflete em indicadores de confiança. A sondagem dos serviços da FGV recuou 2,0% m/m e o índice de confiança empresarial recuou 2,4% m/m. Por outro lado, o PMI para o mês de setembro veio positivo, estando em 54,6 (acima de 50 indica crescimento do setor).

Varejo

Varejo: Não houve divulgações na última semana.

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Na última semana foi divulgado o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) referentes ao mês de agosto. Os dados apontaram para um recuo de 0,15% em relação ao mês anterior, em linha com a expectativa mediana do mercado que projetava contração de 0,1% m/m (Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 4,7% (a base de comparação é baixa). Tivemos novamente revisões na série por conta dos ajustes sazonais. Nos meses mais recentes, as revisões foram negativas. Em junho caiu de 0,9% para 0,2% e em julho de 0,6% para 0,2%. Com o recuo no mês de agosto em conjunto com as revisões na série, o IBC-Br encontra-se 0,2% abaixo do período pré pandemia (fevereiro 2020). No ano, o índice apresenta crescimento de 6,4% e nos últimos 12 meses elevação de 4,0%. Além disso, encontra-se 6,3% abaixo do nível mais alto da série (dezembro de 2013). Ademais, foram divulgados também dados referentes à confiança do consumidor da Fecomércio avançaram 0,7% m/m e 5,6% a/a (baixa base de comparação).

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.

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