Resumo: O IAG avançou tanto na sua variação diária, quanto na sua MM7D. Com este resultado o indicador se encontra 12,5 p.p. acima do nível pré-pandemia e apresenta avanço de 7,1 p.p. em relação ao número observado há 30 dias. Os indicadores que compõem o IAG tiveram resultados mistos. Por um lado, o consumo de eletricidade, a emissão de notas fiscais e o número de voos domésticos contribuíram positivamente para o cálculo do índice. Vale destacar a recuperação do número de voos que apresenta recuperação desde o início de fevereiro, em linha com a trajetória de arrefecimento da onda causada pela variante Ômicron. Em contrapartida, os indicadores de mobilidade urbana ficaram estáveis em relação à leitura anterior.
Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 380,3 milhões, ante 373 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 80,8% da população total brasileira, um aumento de 0,9 p.p. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou ao passar de 1213,8 mil para 1051,8 mil. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 72,5% da população, um aumento de 0,7 p.p. em relação à semana anterior. Por fim, com a aplicação de 4,2 milhões de doses, o total da população com esquema vacinal de reforço atingiu 28,7% da população, avançando 2,5 p.p. em relação ao número da semana anterior.
No que diz respeito ao avanço da pandemia no Brasil, na última semana, observamos a manutenção da trajetória de queda no número de casos pela terceira semana consecutiva. Este diagnóstico reforça a avaliação de que o pico de transmissão de Covid por conta da variante Ômicron foi superada, de modo que, nas próximas semanas devemos continuar observando uma melhora deste indicador. A média móvel de novos casos saiu de 136,1 mil para 106 mil, melhora de cerca de 22,1% em 7 dias. Na mesma direção, a média móvel de novos óbitos também melhorou em relação à nossa leitura anterior ao passar de 894 para 835, recuando 6,6% no mesmo período. Ademais, os indicadores para o Estado de São Paulo reforçam nossa visão de que entramos em uma trajetória de arrefecimento da pandemia, visto que tanto a média móvel de novas internações quanto de internados em leitos de UTI se mantiveram em tendência decrescente pela segunda semana consecutiva. Para o primeiro, tivemos que a média móvel saiu de 930 para 667, uma melhora de cerca de 28,3%. Já a média móvel de internados em leitos de UTI saiu de 3240 para 2688, uma melhora de 17% em relação à semana anterior. A média móvel de casos no Brasil se encontra em trajetória de queda desde o trigésimo dia após o início da nova onda causada pela variante Ômicron. Nesse contexto, nossa avaliação é que seguindo na atual tendência de arrefecimento, o número de casos retornará ao patamar observado no período pré-Ômicron no início de abril.
Nesse contexto, nossa avaliação é que o recrudescimento da pandemia no Brasil por conta da variante Ômicron não refletiu em um aumento de mesma magnitude no número de óbitos, tampouco na sobrecarga do sistema de saúde, por conta da proteção fornecida pela ampla vacinação da população brasileira. Portanto, acreditamos que a ampla disponibilidade de vacinas e o avanço da aplicação de doses de reforço são fatores-chave que permitem que continuemos nesta trajetória de arrefecimento que vinha sendo observada até dez/21. Nosso cenário econômico é baseado no avanço da vacinação ao longo de 2022 e da proteção sanitária e econômica fornecida pelas vacinas que permitirá com que os setores mais dependentes da interação entre pessoas retornem aos níveis observados durante o pré-pandemia.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Não houve divulgações na última semana.
Setor de Serviços
Serviços: Não houve divulgações na última semana.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana, foram divulgados os dados do índice Serasa Experian e de Faturamento da CIELO (ICVA) referentes ao mês de janeiro. Nesse sentido, os dados apontam para direções opostas. Em primeiro lugar, o ICVA avançou 2,1% em comparação a janeiro de 2021, refletindo a recuperação do setor, que se beneficiada proteção econômica proporcionada pela ampla vacinação. Com este resultado, o indicador acumula 3 meses consecutivos de altas nas vendas, com destaque para o setor de bens não duráveis (drogarias e farmácias). Em contrapartida, o índice Serasa Experian apresentou forte recuo em janeiro -1,8% m/m, rompendo com a sequência de 4 altas consecutivas. O resultado reflete o avanço de 1,25% das vendas em supermercados e hipermercados ter sido compensada pelo forte recuo nas vendas de materiais de construção (-2,8% m/m).
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Não houve divulgações na última semana.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Na próxima semana, teremos a divulgação dos dados da PNAD contínua referentes ao mês de dezembro. Nesse sentido, devido à trajetória de arrefecimento da pandemia observada em dezembro; dos indicadores de atividade econômica que trouxeram surpresas positivas; e dos indicadores de mobilidade urbana que apontam para uma forte expansão no mês, acreditamos que o desemprego se manterá na trajetória de queda que vem sendo observada nos últimos meses. Nossas projeções indicam que a taxa de desemprego encerrará o ano de 2021 em 11,3%, refletindo a recuperação de setores bastante afetados pela pandemia.
Sobre o IAG
O Índice de Atividade da Genial (IAG) é um indicador de frequência diária que tem como objetivo monitorar o ritmo de recuperação da atividade econômica brasileira.
Esse índice diário não se propõe a ser uma proxy do PIB, ou seja, não substitui o modelo de projeção de PIB da Genial (o qual inclui muitas outras variáveis econômicas de frequência mensal). Dessa forma, um indicador não substitui o outro, são duas formas complementares de acompanhar a retomada do nível de atividade. O IAG tem frequência diária e se propõe a acompanhar a evolução da velocidade da retomada da atividade no dia a dia, enquanto a nossa projeção de PIB dá uma ideia do cenário como um todo, e é calibrado para gerar estimativas para os trimestres à frente.
O IAG tem alta correlação com índices mensais de atividade e possui alto poder preditivo sobre as variações mensais do IBC-BR (indicador mensal de atividade divulgado pelo Bacen).
O IAG é construído por uma média ponderada dos seguintes dados de frequência diária: consumo de energia elétrica, indicadores de mobilidade urbana da Apple, emissão de notas fiscais eletrônicas no estado do Rio Grande do Sul e número de voos diários no Brasil.[1]
O índice é construído de forma que toma o valor de 100 para o nível de atividade médio antes do surto de COVID-19 (entre 1º de janeiro e 15 de março). Dessa forma, o IAG representa o nível de atividade corrente em relação ao período pré-surto.
[1] Os valores defasados do IAG podem mudar em decorrência de alterações na divulgação de dados da Apple, ONS, Fenabrave ou Air Radar. É natural que haja revisão de dados das fontes citadas, por isso o IAG defasado pode ter alterações. Também pode haver alterações devido a divergências no horário de divulgação dessas diferentes fontes. Contudo as alterações tendem a ser pequenas, de forma que não influenciam a tendência 10-15 dias do índice.