Resumo: O IAG avançou tanto na sua variação diária quanto na média móvel de 7 dias. Com este resultado, o índice de encontra 17 p.p. acima do nível pré-Covid (100) e avançou 1,6 p.p. em relação ao número observado há 7 dias. O índice acumula alta de 12,5 p.p. nos últimos 30 dias. Os indicadores que compõem o IAG tiveram resultados mistos. Por um lado, o consumo de energia e a emissão de notas fiscais avançaram. Em contrapartida, os demais indicadores de mobilidade e número de voos domésticos recuaram. Em especial, a mobilidade urbana apresentou forte recuo devido ao efeito calendário do Natal.
Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 298,7 milhões, ante 297,1 milhões na semana anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 76% da população total brasileira, um aumento de 0,2 p.p. em relação à semana anterior. Por sua vez, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou em relação à leitura anterior, ao passar de 0,35 milhão para 0,23 milhão. Ademais, o percentual da população com vacinação completa alcançou o percentual de 67,4% da população, um aumento de 0,6 p.p. em relação à semana anterior.
No que diz respeito ao avanço da pandemia no Brasil, na última semana observamos uma leve piora MM7D de número de casos registrados que saiu de 3420 para 3671, entretanto, o número de óbitos segue apresentando sinais de arrefecimento ao sair de 138 para 95. Já para o Estado de São Paulo, os dados apontam para uma piora do quadro pandêmico, visto que tanto a MM7D de novas internações (saiu de 371 para 424) quanto a de internados em leito de UTI (saiu de 897 para 989) avançaram em relação à nossa leitura da semana anterior.
Embora tenhamos observado uma leve melhora nos indicadores nacionais da pandemia de maneira consistente com o avanço vacinal, nossa avaliação é que o recrudescimento da crise sanitária, devido à nova variante Ômicron, em alguns países do hemisfério norte e da África impõe um viés de risco à pandemia no Brasil. O número de casos registrados nos EUA segue em trajetória de alta com a média móvel acima de 180 mil novos casos, já a média móvel de óbitos se elevou de 1206 para 1421 na semana passada. Vale destacar que ao menos 75% dos novos casos nos Estados Unidos são decorrentes da nova variante (na semana encerrada no dia 18/12, esta correspondia apenas por 13% dos novos infectados).
Na mesma direção, o Reino Unido tem sofrido com um expressivo aumento do número de casos registrados por dia diante do surto decorrente das variantes Delta e Ômicron (variante dominante). Entretanto, o número de óbitos não vem seguindo esta tendência, visto que segue estável sem mostrar sinais de tendência de alta. Destes óbitos, 14 foram causadas por infecções pela nova variante do vírus. A agência de saúde do Reino Unido divulgou uma análise cujo resultado apontou para uma redução de 50% a 70% da necessidade de hospitalização dos pacientes infectados pela Ômicron. Entretanto, mesmo diante de uma possível infecção mais branda, devido o alto grau de transmissibilidade, a nova cepa pode causar uma grande pressão nos hospitais, sobretudo, em leitos de UTI.
Em contrapartida, a Alemanha que vinha observando uma forte tendência de alta no número de novos casos e, em menor magnitude, no número de óbitos, diante da imposição de medidas restritivas que valerão para as festas de fim de ano, vem presenciando uma forte queda em ambos os indicadores. Vale ressaltar que o país possui uma das maiores taxas de rejeição à vacina do continente europeu, o que explicaria a tendência de alta no número de óbitos que não foi observada no Reino Unido. Portanto, nossa avaliação é que, embora os indicadores no Brasil estejam apontando para um arrefecimento da pandemia nos últimos meses, o aumento do número de casos confirmados devido à nova variante faz com que o risco de uma piora do quadro da pandemia não possa ser descartado. Isso decorre do fato de que o Brasil ainda possui uma baixa cobertura vacinal com ambas as doses e um processo ainda inicial de aplicação de doses de reforço, que tem se mostrado importante para combater esta nova cepa.
Agenda da Semana
Frequência mensal – Indústria
Não houve divulgações na última semana.
Setor de Serviços
Não houve divulgações na última semana.
Setor de Varejo
Não houve divulgações na última semana.
Demais Indicadores
Na última semana tivemos a divulgação da Sondagem da Construção e Confiança do Consumidor da FGV. Ambos os indicadores apontam para avanços no mês de dezembro. Por um lado, a Confiança do Consumidor apresentou avanço de 0,8% m/m na margem, de modo que, o indicador obteve uma leve recuperação em relação ao recuo no mês de novembro. Com este resultado, encerra-se o quarto trimestre com uma variação de +0,3% em relação ao encerramento do trimestre anterior. Apesar do avanço na margem, a confiança do consumidor segue em patamares baixos, embora observemos o arrefecimento da pandemia e o processo de recuperação do mercado de trabalho, nossa avaliação é que o elevado processo inflacionário segue limitando a recuperação da confiança do consumidor. Já o indicador de construção avançou 1,5% m/m, de modo que, encontra-se no maior nível desde jan/14. Este resultado refletiu a melhora das expectativas e da percepção em relação ao momento atual. Por outro lado, o elevado custo de matéria-prima e o encarecimento do custo de crédito permanecem como os principais problemas para o setor.
Mercado de Trabalho
Na última semana foram divulgados os dados do Caged de criação de vagas de emprego formal referentes ao mês de novembro. Nesse sentido, houve criação líquida de 324,1 mil vagas, resultado que por sua vez foi melhor que o esperado pelo mercado (mediana de 216 mil vagas). Com este resultado, no acumulado do ano, houve criação de, aproximadamente, 3 milhões de vagas e em 12 meses o saldo foi de 2,8 milhões. No mês, houve criação líquida em seis dos nove setores analisados, porém o resultado de novembro ficou muito concentrado nos setores de serviços (+181 mil) e comércio (+139,3 mil). Nos últimos meses, esses dois setores já eram os protagonistas da geração de empregos, contribuindo com cerca de 60% a 70% dos postos de trabalho criados. Dessa vez, a relevância desses setores foi mais forte, chegando a 98,8% do total. Nossa avaliação é que o arrefecimento da pandemia é o principal fator de avanço do mercado de trabalho e tem refletido nos sucessivos resultados positivos, sobretudo, no setor de serviços, o mais impactado pela pandemia devido ao seu caráter presencial. Para a próxima semana, teremos a divulgação da PNAD Contínua referente ao mês de outubro. Diante dos sucessivos resultados positivos de criação de vagas de emprego formal e da manutenção da trajetória de queda da pandemia ao longo do mês de outubro, avaliamos que a taxa de desemprego deverá apresentar um recuo de 0,4 p.p., de modo que, a taxa de desocupação no mês será de 12,2%.
Sobre o IAG
O Índice de Atividade da Genial (IAG) é um indicador de frequência diária que tem como objetivo monitorar o ritmo de recuperação da atividade econômica brasileira.
Esse índice diário não se propõe a ser uma proxy do PIB, ou seja, não substitui o modelo de projeção de PIB da Genial (o qual inclui muitas outras variáveis econômicas de frequência mensal). Dessa forma, um indicador não substitui o outro, são duas formas complementares de acompanhar a retomada do nível de atividade. O IAG tem frequência diária e se propõe a acompanhar a evolução da velocidade da retomada da atividade no dia a dia, enquanto a nossa projeção de PIB dá uma ideia do cenário como um todo, e é calibrado para gerar estimativas para os trimestres à frente.
O IAG tem alta correlação com índices mensais de atividade e possui alto poder preditivo sobre as variações mensais do IBC-BR (indicador mensal de atividade divulgado pelo Bacen).
O IAG é construído por uma média ponderada dos seguintes dados de frequência diária: consumo de energia elétrica, indicadores de mobilidade urbana da Apple, emissão de notas fiscais eletrônicas no estado do Rio Grande do Sul e número de voos diários no Brasil.[1]
O índice é construído de forma que toma o valor de 100 para o nível de atividade médio antes do surto de COVID-19 (entre 1º de janeiro e 15 de março). Dessa forma, o IAG representa o nível de atividade corrente em relação ao período pré-surto.