Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 435,4 milhões, ante 431,9 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose alcançou o patamar de 84,3% da população total brasileira, um aumento de 0,2 p.p. em relação à leitura anterior. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 78,4% da população, aumento de 0,2 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 1,2 p.p., alcançando o patamar de 45,4% da população brasileira.
Em relação ao avanço da Covid no Brasil, temos observado uma tendência de aumento no número de novos casos em todas as regiões do país, segundo o boletim InfoGripe da Fiocruz. Os dados divulgados na última quinta-feira apontam que aproximadamente 48% dos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave foram decorrentes da doença. Esse comportamento é esperado, uma vez que a Covid-19 é uma doença viral respiratória não controlada, sendo seu contágio mais propício durante as quedas de temperatura e diminuição da imunidade coletiva. Nos últimos 14 dias, a média móvel de novos casos registrou aumento 21%, enquanto a média de mortes ainda apresente queda de 3,9%. Diante disso, reiteramos a importância da alta cobertura vacinal já conquistada pelo Brasil para ainda ter os indicadores de casos graves e óbitos sob controle, mas o cenário exige atenção.
O número de novos casos e mortes pelo novo coronavírus está caindo em todo o mundo, menos nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde. A entidade divulgou relatório semanal que mostrou queda de 3% de novos casos de covid-19 no mundo e diminuição de 11% das mortes pela doença nos últimos sete dias. As mortes aumentaram 30% no Oriente Médio e foram estáveis ou diminuíram no resto do mundo.
Xangai deve finalmente sair do lockdown em 1º de junho, depois que novas infecções caíram acentuadamente. A cidade chinesa de 25 milhões de pessoas vem cautelosamente permitindo que sua população se volte a circular pelas ruas, mas o retorno de atividades comerciais e de escolas só deve acontecer no próximo mês.
Nos Estados Unidos, depois de um longo período de aumento de casos, a média móvel de novos casos nos últimos 7 dias voltou a registrar queda de 9,51%, ainda que o número de novos casos diários ainda esteja acima dos 100 mil. A média móvel de mortes por covid aumentou 7,42% no mesmo período. Cerca de 58% dos casos no país são causados pela variante BA.2.12.1, que ainda mantém a característica de levar menos pessoas aos hospitais, principalmente as vacinadas, mesmo que essa taxa tenha apresentado aumento.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Na última semana tivemos a divulgação dos dados da Sondagem da Indústria da FGV referentes ao mês de maio. Nesse sentido, o indicador registrou expansão de 2,4% m/m na confiança do setor no mês de maio, refletindo melhora no sentimento de confiança em 12 dos 19 segmentos industriais monitorados pela pesquisa. De modo geral, houve melhora da satisfação em relação à situação corrente dos negócios, com avaliações favoráveis quanto ao nível atual da demanda externa. Já o Índice de Expectativas cresceu de maneira disseminada, sendo influenciada pela recuperação do otimismo entre os produtores de bens não duráveis. Em contrapartida, o único segmento que apresentou queda do otimismo foi o de bens duráveis. Na nossa avaliação isso decorre principalmente da atual conjuntura econômica de inflação elevada e ciclo de aperto monetário significativamente contracionista, que ao elevar o custo do crédito, impõe um viés mais pessimista para este segmento. Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, referente ao mês de abril. Nesse contexto, os indicadores antecedentes dão sinais mistos para o desempenho da indústria para o período. Além disso, o segmento segue sendo afetado por restrições do lado da oferta por conta da continuidade dos gargalos nas cadeias produtivas, que seguem impactando a obtenção de insumos para a produção, sobretudo da indústria automobilística. Portanto, nossos modelos indicam uma leve expansão de 0,2% m/m do setor, entretanto, na comparação interanual o resultado aponta para uma contração de -0,4% a/a.
Setor de Serviços
Serviços: Não houve divulgações na última semana.
Setor de Varejo
Varejo: Não houve divulgações na última semana.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na próxima semana, teremos a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2022. Nesse sentido, diante das surpresas positivas dos principais indicadores da atividade econômica esperamos uma forte expansão do produto de 1,7% t/t no período. Já na comparação interanual, esperamos um avanço de 2,7% a/a. Este resultado decorre, principalmente, do forte avanço do setor de serviços e do varejo, que acumularam altas de 1,8% e 1,9% nos primeiros três meses do ano, respectivamente. O destaque deve ser o segmento de Outros Serviços, que incorpora o componente de Serviços Prestados às Famílias da PMS, beneficiado pela flexibilização das medidas sanitárias ao longo do período que impulsionaram uma forte recuperação deste segmento que ainda se encontra abaixo do nível pré-pandemia. Este segmento concentra as atividades de maior caráter presencial, portanto, o aumento da sensação de segurança sanitária beneficia este grupo, fazendo com que as pessoas retornem antigo hábitos de consumo e dando vazão à demanda reprimida durante a pandemia. Além disso, os Serviços de Transporte devem apresentar importante contribuição para o número do trimestre, diante da normalização do embarque de passageiros e da forte demanda no segmento de cargas, que tem se beneficiado pelo fortalecimento do comércio eletrônico durante a pandemia e pelo escoamento da produção de commodities, derivada do ciclo de valorização internacional.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Na próxima semana, teremos a divulgação da criação de vagas de emprego formal (Caged) e da taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua do IBGE referentes ao mês de abril. Nesse sentido, diante da significativa expansão dos principais indicadores mensais de atividade do IBGE para o mês de março, avaliamos que a criação de empregos deve registrar 173 mil novas vagas de emprego formal em abril, em linha com a recuperação, principalmente, do subgrupo de serviços prestados às famílias que possui elevado caráter presencial. Além disso, as medidas fiscais de impulso a demanda (Auxílio Brasil, antecipação do 13º salário e liberação do saldo do FGTS) são um combustível adicionar para sustentar a continuidade da criação de vagas de emprego formal nos próximos meses. Já a PNAD deve registrar um recuo na taxa de desemprego de 0,2 p.p., refletindo a continuidade do processo de recuperação do mercado de trabalho, em linha com uma perspectiva mais positiva do setor de serviços. Nesse sentido, nossas projeções apontam para uma taxa de desemprego de 10,9% da força de trabalho em abril.