Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Na última semana, tivemos a divulgação do índice de produção de papel ondulado da ABPO e da sondagem da indústria da CNI referente aos meses de fevereiro e março, respectivamente. O primeiro registrou alta de 1,5% m/m na expedição de papel ondulado na margem, revertendo a queda de 0,6% m/m observada no mês imediatamente anterior e o quarto avanço nos últimos cinco meses, de modo que, acumula alta de 4,4% no período. Com este resultado, o indicador registrou o maior nível desde mar/21 e a perspectiva de um desempenho positivo da indústria no mês de fevereiro. Na comparação interanual, o indicador registrou alta de 11,1% a/a. Por sua, vez o índice de confiança da indústria da CNI registrou alta de 2,9% m/m em março, dando continuidade à trajetória de quatro altas consecutivas acumuladas nos quatro meses imediatamente anteriores. Na comparação interanual, o indicador registrou alta de 5,5% a/a.
Setor de Serviços
Serviços: Na última semana, tivemos a divulgação da pesquisa mensal de serviços da FGV referente ao mês de janeiro. Nesse sentido, o indicador registrou alta de 0,7% m/m na passagem de dezembro para janeiro, superando o teto das estimativas de mercado (0,2% m/m, Broadcast+), de modo que, o setor se encontra 13,5% acima do nível observado no período pré-pandemia e 0,7% abaixo do nível mais elevado já registrado na série histórica (dez/22). Este resultado deixa um carrego estatístico de 1,3% para o primeiro trimestre de 2024 e 1,7% para o ano cheio. Na comparação mensal, quatro das cinco atividades pesquisadas registraram expansão, com destaque para os Serviços profissionais administrativos e complementares (1,1% m/m) e Transporte e serviços auxiliares aos transportes e correios (0,7% m/m). Por outro lado, a única retração do mês ficou por conta dos Serviços prestados às famílias (-2,7% m/m). Na nossa avaliação, o setor de serviços apresentou um desempenho surpreendentemente positivo no início do ano, adicionando um viés altista para as projeções de crescimento no ano. Entretanto, acreditamos que esse desempenho mais positivo também demanda uma maior cautela por parte do Banco Central no que diz respeito à condução da política monetária, sob o risco de um superaquecimento da economia se tornar um limitador para a convergência da inflação em direção à meta.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da pesquisa mensal do comércio do IBGE e do indicador de emplacamento de veículos leves da Fenabrave referentes aos meses de janeiro e fevereiro, respectivamente. O indicador setorial do comércio varejista surpreendeu o mercado com avanço de 2,5% m/m, vindo melhor que o teto das estimativas de 1,7% m/m (Broadcast+). Com este resultado, o setor varejista acumulou alta de 1,8% em 12 meses, de modo que, se encontra 5,7% acima do nível pré-pandemia e 0,8% abaixo do ponto mais elevado da série histórica (out/20). O resultado positivo no mês foi reflexo das altas entre cinco das oito atividades pesquisadas, com destaque para Equipamentos e material para escritório (5,2% m/m), Tecidos, vestuário e calçados (8,5% m/m) e Móveis e eletrodomésticos (3,6% m/m). Na mesma direção, as vendas no varejo ampliado, registrou forte alta de 2,4% m/m na margem, em função da forte expansão nas vendas de Veículos e motos, partes e peças (2,8% m/m). Dessa forma, avaliamos que o resultado reforça a percepção de resiliência da atividade econômica neste início de ano, que tende a se beneficiar nos próximos meses da continuidade do bom desempenho do mercado de trabalho e do ciclo de afrouxamento monetário. Com estes resultados em mãos, revisamos nossa projeção de crescimento do PIB do primeiro trimestre de ano de 0,2% t/t para 0,4% t/t, de modo que, a economia brasileira deve apresentar uma expansão de 1,6% no ano de 2024.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na próxima semana, teremos a divulgação do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de janeiro. Nesse sentido, diante das surpresas positivas nos indicadores setoriais, que apontaram para um robusto crescimento no início do ano, e do mercado de trabalho que vem se mostrando mais resiliente do que o antecipado, projetamos uma expansão de 1,12% m/m na margem e de 4,3% a/a na comparação interanual.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Na última semana, tivemos a divulgação dos dados de emprego formal do Caged referentes ao mês de janeiro. Nesse sentido, os números apontaram para uma criação líquida de 180,4 mil postos de trabalho formal, resultado que superou o teto das projeções de mercado de 115,5 mil vagas (Broadcast+). No mês, os principais destaques positivos ficaram por conta da criação de postos de trabalho formal no setor de Serviços (80,6 mil), Indústria geral (67,0 mil) e na Construção (49,1 mil). A contribuição negativa, ficou por conta do Comércio, com destruição de 38,2 mil postos de trabalho no mês. Diante da surpresa positiva no Caged do mês e da percepção de resiliência do mercado de trabalho, revisamos nossas projeções de criação de postos de trabalho formais no ano de 1,0 milhão para 1,1 milhão e para o PIB do primeiro trimestre de 0,2% t/t para 0,4% t/t.