Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 466,4 milhões, ante 465,8 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose permaneceu em 85,6%. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 81,3% da população, aumento de 0,1 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 0,1 p.p., alcançando o patamar de 55,9% da população brasileira.
O Brasil registrou, neste sábado, média móvel de 72 óbitos por dia, número 43% menor que cálculo de duas semanas atrás, o que demonstra tendência de queda pelo trigésimo dia consecutivo. No mesmo sentido, a média móvel de novos casos foi de 7.801 diagnósticos positivos, 60% menor que o cálculo de 14 dias atrás. Trata-se de a menor média móvel diária de mortes desde abril de 2020.Com o avanço da vacinação, diversos estados vêm deixando de divulgar dados sobre a aplicação de vacinas nos finais de semana e feriados, tornando os dados imprecisos. O boletim Infogripe, divulgado semanalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica redução no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo e curto prazo. Segundo o prognóstico, o Brasil pode alcançar um patamar inferior ao observado no mês de abril de 2022, até então o mais baixo desde o início da pandemia de covid-19.
Foi divulgado essa semana que a vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças entre 6 meses e 4 anos será oferecida em todo o país assim que a área técnica do Ministério da Saúde aprovar a recomendação do imunizante. A versão pediátrica da vacina da Pfizer tem dosagem diferente da usada em faixas etárias acima de 12 anos. A formulação autorizada pela Anvisa deverá ser aplicada em três doses de 0,2 ml (equivalente a 3 microgramas). As duas doses iniciais devem ser administradas com três semanas de intervalo, seguidas por uma terceira dose aplicada pelo menos oito semanas após a segunda dose. Os calendários de aplicação serão definidos junto aos estados.
O Biovac Institute, um fabricante de vacinas parcialmente estatal na África do Sul, concluiu o seu primeiro lote de vacinas contra a covid-19 como parte de um acordo sob o qual pretende produzir até 100 milhões de doses por ano dos imunizantes Pfizer e BioNTech. As vacinas, produzidas na semana passada, são as primeiras doses da Pfizer contra a doença a serem fabricadas no continente africano. A Johnson & Johnson licenciou a sul-africana Aspen Pharmacare Holdings para produzir sua vacina no país e a Moderna pretende também fabricar seu imunizante no continente. Mesmo que a demanda pelas vacinas tenha diminuído em todo o mundo, com as variantes mais recentes causando doenças menos graves, os cientistas continuaram a insistir na distribuição de imunizantes, pois reduzem as chances de hospitalização e morte.
Uma nova subvariante da Ômicron está se espalhando nos Estados Unidos e no Reino Unido. O último documento informativo sobre as variantes da Covid-19 publicado pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) apontou que, durante a semana que começou em 14 de agosto, BA.4.6 encontrada em 3,3% das amostras positivas para coronavírus na região. Desde então, sua incidência cresceu passa a representar cerca de 9% dos casos sequenciados. Da mesma forma, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, BA.4.6 agora responde por mais de 9% dos casos recentes nos EUA. A variante também foi identificada em vários outros países ao redor do mundo. Identificada como BA.4.6, a sublinhagem possui a mutação R346T, que está associada à evasão imunológica, o que significa que ajuda o vírus a escapar de anticorpos adquiridos por vacinação e infecção anterior.
A cidade de Chengdu, no sudoeste da China, retomará a produção e a vida “de maneira ordenada” a partir da próxima segunda-feira, após mais de duas semanas de lockdowns por conta da Covid-19 e de outras restrições mais rígidas, disseram autoridades locais neste domingo. O afrouxamento das regras acontece após o governo local detectar uma queda no número de novos casos da doença, fazendo com que a cidade de mais de 21 milhões de habitantes suspendesse, na quinta-feira, o bloqueio imposto a partir de 1º de setembro, se tornando a maior metrópole chinesa atingida por lockdowns desde Xangai nos meses de abril e maio.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Na última semana tivemos a divulgação dos dados de Produção de Papel Ondulado da ABPO e da Sondagem da Indústria da CNI referentes aos meses de agosto e setembro, respectivamente. Nesse sentido, observamos uma contração de 1% m/m, rompendo com uma sequência de 4 meses de altas consecutivas. Na comparação interanual, devido ao efeito base, observamos alta de 6,6% a/a da produção de papel ondulado. Por sua vez, a Sondagem da Indústria da CNI registrou expansão de 2,7% m/m na passagem de agosto para setembro, encerrando a sequência de duas contrações consecutivas nos meses imediatamente anteriores. O resultado aponta para uma melhora do otimismo no setor, com o avanço tanto da situação atual quanto das expectativas para os próximos meses. Estes números refletem a percepção de melhora do ambiente macroeconômico, diante da menor pressão de custos na cadeia produtiva e da maior oferta de matéria prima/componentes para produção.
Setor de Serviços
Serviços: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de julho. Nesse sentido, o setor de serviços avançou pelo terceiro mês consecutivo, crescendo 1,1% na comparação com junho, vindo significativamente melhor que o consenso de mercado de 0,7% m/m. Na comparação interanual, houve crescimento de 6,3% a/a. Com este resultado, o setor de serviços se encontra 8,9% acima do nível pré pandemia, deixando carrego de 1,8% para o terceiro trimestre e de 7,1% para o ano de 2022. Diante da forte recuperação dos serviços, o setor se encontra 1,8% abaixo do nível mais alto da série histórica (nov/14). O resultado de julho foi puxado pela alta em três dos cinco grandes grupos, com destaque para o setor de Transportes (2,3% m/m) e Informação & Comunicação (1,1% m/m). O setor de transportes apresentou crescimento disseminado em todas as atividades, porém as maiores influências ocorreram na gestão de portos e terminais e concessionárias de rodovias, reflexo do escoamento da safra agrícola. O transporte de cargas apresentou avanço de 1,2% m/m, a décima taxa positiva consecutiva, e o transporte de passageiros avançou 4,1% m/m, com o cenário mais favorável para as atividades de turismo. Os serviços prestados às famílias apresentaram o quinto mês consecutivo de alta (0,6% m/m), acumulando expansão de 9,7% no período. Entretanto, mesmo com a sequência positiva, o setor ainda não conseguiu se recuperar para o nível pré-pandemia, estando 5,7% abaixo. Nesse mês, o destaque vai para hotéis e restaurantes, diante da retomada dos serviços de turismo. Em suma, os serviços apresentaram um resultado forte no mês de julho, não dando sinais de desaceleração e colocando viés positivo em nossa projeção para o crescimento do PIB no ano.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de agosto. Nesse sentido, o setor registrou queda no volume de vendas pelo terceiro mês consecutivo, sendo impactado pelo cenário macroeconômico adverso para o setor, diante da política monetária contracionista, encarecimento do crédito, além da mudança do padrão de consumo de bens para serviços. Em julho, as vendas recuaram 0,8% m/m frente ao mês de junho, resultado piro que a projeção mediana de mercado que aguardava por expansão de 0,2% m/m. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de vendas apresentou recuo de 5,2% a/a. Com este resultado, o setor varejista retorna praticamente para o mesmo patamar observado no período pré-pandemia (0,5% acima). O carrego para o terceiro trimestre é de -1,9% e para 2022 o carrego é de 0,4%. No mês o resultado negativo foi generalizado entre as atividades econômicas, com queda em 9 dos 10 grupos pesquisados, com avanço apenas no grupo de Combustíveis e Lubrificantes (12,2% m/m), diante da queda no preço dos combustíveis (deflação de 14,2% no mês). Os destaques vão para a queda no grupo de Tecidos e Vestuário (-17,1% m/m), com a redução de receitas de cadeias comerciais, principalmente na parte de calçados. Além disso, importante salientar o recuo em móveis e eletrodomésticos (-3,0% m/m), artigos farmacêuticos (-1,4% m/m) e hiper & supermercados (-0,6% m/m).
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na última semana, tivemos a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de julho. Os números mostraram que a atividade econômica brasileira iniciou o terceiro trimestre do ano em significativa expansão. O IBC-Br registrou avanço de 1,2% m/m, vindo substancialmente melhor do que o projetado pelo mercado (0,5% m/m). Na comparação interanual, houve crescimento de 3,9% a/a. Além disso, houve revisão positiva no mês de junho, passando de 0,7% para 0,9% de crescimento. Com este resultado, a atividade econômica se encontra 3,5% acima do nível pré-pandemia, sendo o patamar mais elevado desde dezembro de 2014. Ademais, com o resultado de julho, o carrego estatístico é de 1,7% para o terceiro trimestre e de 3,3% para o ano de 2022. Vale destacar que o bom desempenho da economia nos últimos meses vem sendo derivado da recuperação do mercado de trabalho, com forte queda na taxa de desemprego e o aumento da população ocupada e da massa de rendimentos. Nos últimos 12 meses, a taxa de desemprego caiu 4,6 p.p. (de 13,7% para 9,1%), a população ocupada aumentou em 8,8% (mais 8,0 milhões de trabalhadores) e a massa de rendimentos aumentou em 6,1%. Nesse sentido, apesar da política monetária contracionista, a combinação do mercado de trabalho mais forte, um setor de serviços que não dá sinais de desaceleração em conjunto com os estímulos fiscais, acarretarão uma desaceleração mais suave nos próximos dois trimestres. Nossa projeção para o PIB de 2022 é de 2,8%, porém com as últimas leituras nosso viés é de crescimento acima dos 3%. Por outro lado, o ano de 2023 será de atividade econômica mais fraca, com os impactos mais perceptíveis da política monetária contracionista, além do esgotamento da normalização econômica no setor de serviços com o fim das restrições.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.