Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 461,5 milhões, ante 459,1 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose avançou 0,1 p.p. atingindo 85,3%. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 80,8% da população, aumento de 0,1 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 0,8 p.p., alcançando o patamar de 54,4% da população brasileira.
O Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz, mostra que a maioria dos Estados do país já apresenta sinal de queda nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), apesar da manutenção dos indícios de crescimento no Norte. O Brasil registrou 40 mortes provocadas pela Covid-19 neste domingo. A média móvel diária de óbitos está em 205, queda de 8,2% em relação ao número verificado há 14 dias. É o menor número desde 27 de junho. Desde o dia 18 de julho, a média móvel de mortes registra variações menores que 15%, o que é considerado dentro da chamada estabilização na curva epidemiológica. No último mês, a média móvel de casos de Covid-19, que considera as infecções nos últimos sete dias, apresentou uma queda de 44,5%. O Ministério da Saúde atribuiu a redução nas infecções, entre outras medidas, à cobertura vacinal contra a doença no país.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afrouxaram diversas medidas referentes à prevenção da Covid-19. Entre as novas orientações, anunciadas na última quinta-feira, a agência elimina a exigência de quarentena para quem for exposto ao vírus. De acordo com as novas diretrizes, embora as pessoas que entrem em contato com o coronavírus não precisem ficar em casa, elas devem usar máscara por 10 dias e testar para contaminação por Sars-CoV-2 no quinto dia após a possível infecção. Quem testar positivo deverá permanecer em casa, isolado, por ao menos cinco dias. As autoridades ainda recomendam o uso de máscaras em ambientes fechados e em regiões onde os números de casos de Covid-19 são altos.
A China registrou a maior alta de novos casos de covid-19 em três meses após detectar 1.993 contágios nas últimas 24 horas. A maior concentração dos casos está na ilha turística de Hainan, que está em lockdown desde a última semana, com quase 25 mil turistas presos por conta das rígidas regras de Pequim para a contenção da pandemia. Esta é a primeira vez que a cifra diária de testes positivos para a covid-19 em qualquer província ou cidade da China ultrapassa 1.000 desde maio, quando um grande surto fez a Xangai decretar um lockdown que durou dois meses. Quase toda a ilha está em lockdown, gerando diversas dificuldades no comércio e abastecimento da população. Dois outros destinos turísticos populares também tiveram um aumento nos casos e viram os casos quase triplicarem em um dia. Em Xinjiang, 395 novos contágios foram relatados nas últimas 24 horas, enquanto o Tibete registrou mais 68.
A população do Japão diminuiu em 726,3 mil pessoas desde o início de 2022, uma queda de 0,57% em relação ao ano anterior. Essa é a maior queda populacional do país desde que dados comparáveis se tornaram disponíveis em 2013. Uma das explicações para o efeito são que as mortes superaram novamente o número de nascimentos e que as restrições de circulação causadas pela pandemia de covid-19 mantiveram o número de residentes estrangeiros baixos. O atual surto no país continua com altos números de casos diários, enquanto os números de óbitos seguem controlados e em um patamar baixo. Em relação à semana anterior houve uma queda de 15,7% nas infecções. Assim, pela terceira semana consecutiva, a OMS registrou que o Japão reportou o maior número de contágios em todo o mundo. O total semanal representa cerca de 20% do montante global. Com relação às mortes, ficou em quarto lugar no número semanal, atrás dos Estados Unidos, Brasil e Itália. Além disso, a OMS diz que variantes da Ômicron, em especial a BA.5, ainda são predominantes globalmente.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria:Na última semana foram divulgados os dados referentes ao Consumo de Cimento, Tráfego Pesado nas Rodovias e Produção de Papel Ondulado, referentes ao mês de julho. Os números divulgados apontam para ambas as direções. Em primeiro lugar, o indicador de mobilidade pesada apontou para um leve avanço de 0,4% m/m na margem, revertendo, parcialmente, o recuo observado em junho (-2,3% m/m) e nos últimos 3 meses acumula alta de 0,1%. Na mesma direção, a Produção de Papel Ondulado avançou 0,3% m/m, ante 0,8% m/m no mês imediatamente anterior. Com este resultado, o indicador apresenta o quarto resultado positivo consecutivo, entretanto, vem desacelerando mensalmente desde maio, refletindo os impactos de um cenário econômico mais adverso e da mudança de perfil de consumo das famílias mais voltado para serviços. Por fim, o Consumo de Cimento recuou 2,3% a/a em relação ao mesmo período do ano anterior, acumulando a quarta contração consecutiva. Para o mês de agosto, a Sondagem da Indústria da CNI registrou recuo de 4,9% m/m, o segundo mês consecutivo que o índice apresenta significativo recuo. Este resultado decorreu tanto do recuo do índice de condições atuais (-6,8% m/m) quanto das expectativas futuras (-4,1% m/m) dos empresários industriais, diante do cenário mais adverso para o setor.
Setor de Serviços
Serviços: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE referente ao mês de junho. Nesse contexto, o setor de serviços avançou 0,7% na comparação com maio, resultado melhor do que o esperado pelo mercado que aguardava avanço de 0,4%. Na comparação interanual, houve crescimento de 6,3% a/a. Com este resultado, no 2º trimestre do ano, o setor de serviços continuou avançando apresentando crescimento de 1,1% t/t, encontrando -se 7,5% acima do nível pré pandemia. O resultado de junho foi disseminado entre as atividades econômicas, com crescimento em quatro dos cinco grandes grupos. O setor de Transporte, com alta de 0,6%, foi o que mais influenciou positivamente o resultado, com destaque para os transportes de rodoviários de cargas e dutoviário. Os transportes vem sendo um importante driver de crescimento do setor de serviços, principalmente, os ligados aos transportes de cargas, que foram beneficiados pelo aumento do comércio eletrônico. Os transportes de passageiros apresentaram recuperação, mas nas últimas leituras se mantém em patamar levemente abaixo do nível pré pandemia. O destaque negativo para o setor de transportes no mês foi o aéreo, que apresentou contração de -9,9%. Outro destaque positivo no mês foram os serviços profissionais e administrativos, com aumento de 0,7%. Os destaques ficaram com as atividades ligadas a organização e gestão de feiras, congressos e convenções; atividades de engenharia e arquitetura; e vigilância e segurança privada. Além disso, importante destacar mais um mês de avanço dos serviços prestados às famílias (0,6%), sendo a quarta taxa positiva consecutiva. Nesse mês, diferentemente das leituras anteriores, houve contração do setor ligado a alojamento e alimentação (bares, hotéis, restaurantes), em -0,8%. O crescimento, por sua vez, decorreu da evolução dos Outros serviços prestados às famílias, com destaque para os serviços de artes cênicas & espetáculos e a gestão de instalação esportivas. Na nossa avaliação, as medidas políticas de impulso à demanda aprovadas no Congresso (redução do ICMS e PEC dos Benefícios) darão impulso adicional para o setor, devido ao seu impacto (positivo) direto na renda disponível das famílias. Vale ressaltar que, a redução do ICMS de itens essenciais combinada com elevação do Auxílio Brasil e da inclusão de mais beneficiários no programa, além da melhora do cenário macroeconômico com significativo aumento da população ocupada e da massa de rendimentos dará sustentação para o setor de serviços nas próximas leituras. Em linha com a forte recuperação do mercado de trabalho e com a recomposição das margens, a inflação de serviços continuará pressionando o IPCA.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE referente ao mês de junho. Nesse contexto, pelo segundo mês consecutivo, houve queda no volume de vendas no setor varejista, que desde o começo deste ano, vem apresentando taxas decrescentes, sendo impactado pelo cenário macroeconômico adverso, diante do encarecimento do crédito e da inflação elevada. Em junho, as vendas recuaram 1,4% m/m frente maio, resultado pior que a projeção mediana do mercado (-1,0% m/m, Broadcast). Além disso, o resultado do mês anterior foi revisado para baixo (de 0,1% para -0,4%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou recuo de -0,3% a/a. No mês, o resultado negativo foi generalizado entre as atividades econômicas (queda em sete dos oito grupos pesquisados), com crescimento somente em artigos farmacêuticos, médicos e perfumaria (1,3%). Por outro lado, as maiores influências negativas foram: Hipermercados & Supermercados (0,5%) e tecidos & Vestuário (-5,4%). A leitura negativa para o setor de hiper e supermercados continua sendo a alta inflação que afeta o setor. Vemos uma discrepância significativa entre a receita e o volume de vendas do setor, movimento típico de períodos com alta inflação. No ano, o volume de vendas avançou 1,4%, enquanto a receita aumentou 16,9%. Nas vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) houve uma queda ainda mais intensa (2,3% m/m), com recuo de 4,1% na atividade de Veículos e de -1,0% em Material de Construção. O setor varejista apresenta maior sensibilidade ao mercado de crédito, com as concessões de crédito, principalmente de cartão de crédito, apresentando boa correlação com as vendas no setor. A política monetária está em patamar contracionista, tendo representado um encarecimento significativo do custo do crédito. Nesse sentido, a desaceleração do setor já pode ser um sinal do desaquecimento na margem do mercado de crédito (principalmente para as pessoas físicas). Porém, projetamos uma desaceleração suave, sem rupturas, diante das medidas implementadas pelo governo, tanto para empresas, quanto para as famílias. No âmbito das pessoas físicas, políticas de sustentação da demanda (liberação do FGTS, antecipação do 13º salário, aumento do Auxílio Brasil) em conjunto com a melhora do mercado de trabalho e da massa de rendimentos deve ajudar a suavizar a trajetória de arrefecimento do crédito para as famílias.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na próxima semana, teremos a divulgação do índice de atividade econômica (IBC-Br) do Banco Central referente ao mês de junho. Nesse sentido, embora a indústria e o varejo tenham apresentado resultados negativos no período, nossas projeções apontam para a expansão do IBC-Br, em linha com o bom desempenho do setor de serviços. Dessa forma, projetamos avanço de 0,6% m/m na comparação mensal e 2,7% a/a na comparação interanual.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações no último mês.