Dados de Frequência Diária
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Em fevereiro, a Produção Industrial variou -0,2% m/m, na série com ajuste sazonal, vindo bem em linha com a mediana do mercado. Nos últimos três meses a queda acumulada é de 0,6%. Na variação interanual, houve queda de 2,4% a/a, caindo mais do que o esperado pelos analistas. O resultado foi composto por uma continuação da recuperação da Indústria Extrativa Mineral (4,6% m/m, ante 3,4% m/m), e uma retração menos acentuada da Indústria de Transformação (-0,5% m/m, ante -0,9% m/m). Com isso, a indústria se encontra 19,0% abaixo do nível recorde de maio de 2011 e 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia (fev/20). Diante disso, o resultado de fevereiro contribui para reforçar o movimento de perda de tração da atividade brasileira. Com a expectativa de manutenção da taxa Selic em 13,75% por mais tempo, setores industriais ligados ao crédito continuarão sendo fortemente penalizados pelas altas taxas de juros, bem como pela desaceleração global.
Ademais, de acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o índice de confiança do empresário industrial caiu 1,1%, atingindo 48,8 pontos, o pior resultado do pós-pandemia. Tal resultado é reflexo das quedas de avaliação dos empresários sobre as condições atuais da economia e das expectativas que recuaram 1,7% e 0,8% para 42,5 e 51,9 respectivamente, indicando uma deterioração do setor industrial sobre as condições econômicas. Por fim, vale ressaltar que tal indicador varia de 0 a 100 e valores abaixo de 50 pontos indicam desconfiança.
Setor de serviços
Serviços: Não houve divulgações.
Setor de Varejo
Varejo: Não houve divulgações.
Demais indicadores
Demais Indicadores: Em janeiro, o IBC-Br teve queda de 0,04% m/m, na série com ajuste sazonal, melhor que a mediana das expectativas de -0,3% m/m. Em relação ao mesmo mês de 2022, houve expansão de 3,03% a/a. No mês de janeiro, os três grandes setores da atividade apresentaram resultados em direções distintas. Primeiramente, a produção industrial teve mais uma desaceleração, o volume de vendas no varejo foi a surpresa positiva e o setor de serviços surpreendeu no sentido oposto com retração bem pior que a esperada. Esse cenário está, portanto, em linha com nossa expectativa de desaceleração da economia devido ao forte ciclo de aperto monetário desempenhado. Especialmente no acumulado dos últimos doze meses, é possível detectá-la de forma generalizada entre os setores de atividade, bem como no mercado de trabalho.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Nesta semana serão divulgados os dados de mercado de trabalho de março. Vale ressaltar que as últimas divulgações dos indicadores de atividade colaboram com nosso cenário de uma desaceleração gradativa da economia, que se reflete no emprego. Os dados de fevereiro apontam para uma perda de tração após a forte recuperação desempenhada no último ano. O Caged apontou para uma retração de 4,5% m/m no acumulado em 12 meses do saldo total de criação de postos de trabalho formal, o décimo mês consecutivo de contração desta métrica, refletindo a desaceleração em sete dos oito subgrupos pesquisados. Além disso, embora a criação de vagas tenha sido próxima do teto das expectativas, tal resultado está associado ao menor número demissões ao invés de uma melhora das contratações, corroborando à desaceleração. Já a taxa de desemprego de fevereiro continuou em trajetória ascendente, com queda da população ocupada e aumento da desocupada. Na mesma direção, a taxa de participação (61,7%) segue em contração, o que, na nossa visão, reflete os efeitos da expansão das políticas de transferência de renda. Assim, nossa expectativa é de criação de 92,1 mil postos de trabalho formal e que a taxa de desemprego chegue a 8,9%.