Pandemia
No Brasil, há média de 131 óbitos nos últimos sete dias, voltando a indicar estabilidade após uma sequência de altas, com -13% em relação a duas semanas atrás. A média de casos conhecidos está em 20 mil casos por dia, a mais baixa desde o final de novembro. Indaiatuba (SP) confirmou na última sexta-feira que a moradora de 54 anos infectada pela XBB.1.5, ramificação da variante ômicron da Covid-19, apresentou apenas sintomas leves e viajou aos Estados Unidos no mês de outubro. Este é o primeiro caso confirmado até o momento no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que a XBB.1.5 tem uma “vantagem de crescimento” sobre outras subvariantes identificadas até o momento, mas reforçou que não há indicação de que ela seja mais grave ou prejudicial do que as variantes anteriores.
Começou na China, neste sábado, o “chun yun” (migração da primavera), período de 40 dias de viagens do Ano Novo chinês. A época é famosa por ter a maior migração anual de pessoas no mundo. Este ano, a circulação da população dentro do país preocupa por favorecer ainda mais à propagação da Covid-19. Pela primeira vez desde 2020, o Ano Novo Lunar – ou Festival da Primavera, como também é conhecido – que começa oficialmente em 21 de janeiro, não será celebrado sob as rígidas restrições impostas pela política “Zero Covid”, abandonada pelas autoridades chinesas. A grande migração de pessoas para suas regiões de origem poderia provocar picos de contaminação em cidades pequenas e zonas rurais, onde os hospitais têm menos vagas nas UTIs. As autoridades afirmam reforçar os serviços médicos de base, abrir clínicas e tomar as medidas necessárias para os pacientes de alto risco, principalmente pessoas idosas frágeis.
O número crescente de figuras públicas cujas mortes foram anunciadas nos últimos dias na China está levando a população a questionar o número oficial de mortes por covid-19 contabilizado pelo governo. O país parou de divulgar diariamente número de casos da doença e registrou, desde dezembro, apenas 22 mortes por covid. No final do ano passado, a China alterou os critérios para definir mortes pela doença, dificultando a contagem correta.
O governo da Alemanha desaconselhou viagens à China, a não ser em casos indispensáveis, devido à explosão dos contágios por Covid-19 no país asiático. O posicionamento chega em meio ao crescente número de países que exigem testes negativos para Covid-19 de viajantes provenientes da China, incluindo Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Japão, além da própria Alemanha. Além disso, os viajantes provenientes da China deverão apresentar um teste de Covid-19 negativo para entrar na Holanda, devido à explosão de casos no país asiático, anunciou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira.
Dados de Frequência Diária
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de novembro. Nesse sentido, os dados apontaram para a contração da produção industrial em 0,1% m/m, vindo melhor que o consenso de mercado que aguardava por uma queda de 0,2% m/m. Na variação interanual, o setor apresentou alta de 0,9% a/a, acumulando quedas de 0,6% no ano e de 1,0% nos últimos 12 meses. Com este resultado, o setor industrial se encontra 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia (fev/20) e 18,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. O Carrego estatístico para o ano de 2022 ficou em -0,7% e de -0,5% para o quarto trimestre. Vale destacar que embora o resultado tenha se mostrado negativo na margem, apenas 11 dos 26 ramos pesquisados mostraram recuos na produção e apenas uma das quatro grandes categorias econômicas. Entre as categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis apesentaram avanço de 0,6% m/m. Na mesma direção, a produção de bens intermediários avançou 0,4% m/m, avançando pelo segundo mês consecutivo. Ainda na ponta positiva, observamos expansão de 0,8% m/m na produção de bens de capital, interrompendo uma sequência de 2 quedas consecutivas na margem. Com este resultado, o segmento segue 11,9% acima do nível pré-Covid. Por fim, os bens de consumo duráveis recuaram mais uma vez, agora em -0,4% m/m na margem e se encontram 20,2% m/m abaixo do nível pré-pandemia. Com este resultado, a indústria opera em um patamar semelhante ao observado em janeiro de 2009. Em linha com os últimos resultados da Pesquisa Industrial Mensal, nossas perspectivas para indústria são negativas para 2023. Acreditamos que o cenário macroeconômico adverso, marcado pela combinação de uma política monetária contracionista; encarecimento do custo do crédito; aceleração do nível de inadimplência; a normalização do perfil de consumo de bens para serviços; e as incertezas em torno da política econômica a ser adotada pelo novo governo limitarão o desempenho do setor nos próximos meses. Embora a produção de bens de capital esteja em um patamar significativamente acima do nível observado durante o pré-pandemia (11,9%), refletindo os efeitos positivos das reformas econômicas aprovadas nos últimos anos, acreditamos que esse segmento deve ser penalizado nos próximos meses, diante das expectativas de ausência de avanços na agenda de reformas estruturais.
Setor de Serviços
Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de novembro. Nesse sentido, diante da deterioração dos indicadores antecedentes que vem apontando para uma perda de dinamismo do setor. O cenário macroeconômico se mostra adverso, refletindo os efeitos do encarecimento do custo do crédito, elevado nível de inadimplência e inflação elevada, tem impactado a demanda por serviços, ainda que esta esteja sendo beneficiada pela melhora do mercado de trabalho e pela normalização do perfil de consumo do brasileiro. Nossas projeções apontam para uma desaceleração do volume de vendas de serviços na comparação interanual que sairá de 9,5% a/a em outubro para 7,7% a/a em novembro. Entretanto, devido aos efeitos sazonais, na margem o setor se recuperará da contração observada em outubro (-0,6% m/m) e avançará 0,9% m/m.
Setor de Varejo
Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de novembro. Nesse contexto, nossas projeções apontam para contração na margem do volume de vendas do varejo, diante da deterioração dos indicadores antecedentes e das vendas mais fracas durante a black Friday. Nesse contexto, o cenário macroeconômico mais adverso deve ter ditado o desempenho do setor em novembro, marcado por uma elevação do custo do crédito e da inadimplência. Nossas projeções apontam para contração de 0,4% m/m do varejo no conceito restrito e de expansão de 0,1% m/m no conceito ampliado.
Demais Indicadores
Na próxima semana teremos a divulgação do índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de novembro. Nesse sentido, projetamos expansão do indicador na margem (0,35% m/m) refletindo os desempenhos mistos dos setores ao longo do mês. Por um lado, a indústria e o varejo devem apresentar uma leve desaceleração na margem. Em contrapartida, o setor de serviços deve apresentar expansão durante o mês.