Resumo: O IAG recuou 0,09 p.p. na sua variação diária. Com este resultado, o indicador se encontra 13,6 p.p. acima do nível pré-pandemia e apresenta avanço de 0,3 p.p. em relação ao número observado há 30 dias. Os indicadores que compõem o IAG apresentaram resultados mistos. Por um lado, apenas o consumo de energia contribuiu positivamente para o cálculo do índice. Em contrapartida, os demais indicadores recuaram na margem. Em especial, a mobilidade urbana que apresentou significativa queda com o fim do efeito calendário do carnaval.
Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 406,4 milhões, ante 402,3 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 83% da população total brasileira, um aumento de 0,2 p.p. em relação à leitura anterior. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou ao passar de 691,5 mil para 578,3 mil. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 75,5% da população, aumento de 0,5 p.p. em relação à semana anterior. Por fim, o total da população com esquema vacinal de reforço atingiu 35,9% da população, avançando 1,3 p.p. em relação ao número de 7 dias atrás.
No que diz respeito ao avanço da Covid no Brasil, na última semana, observamos a manutenção da trajetória de arrefecimento da pandemia. Nesse sentido, a média móvel de casos recuou ao sair de 37,6 mil para 30,5 mil, melhora de 18,7% em 7 dias. Na mesma direção, a média móvel de óbitos teve queda ao passar de 307 para 236, melhora de 23,1% no mesmo período. Vale destacar que nas últimas semanas, diversos Estados anunciaram flexibilização de medidas sanitárias, com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras. Entretanto, os dados apontam que não houve reversão da trajetória de arrefecimento da pandemia. Nossa avaliação é que o sucesso da campanha vacinal promove uma importante proteção sanitária e econômica, fundamental para a recuperação das atividades mais dependentes da mobilidade e da interação entre as pessoas. Esse fator, combinado às políticas de estímulo econômico (redução de impostos e a liberação de saque ao FGTS) será um importante driver de crescimento para o PIB brasileiro deste ano. Contudo, os efeitos positivos da recuperação dos setores devem se limitar ao primeiro semestre devido aos efeitos da política monetária a partir de então.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria:Na próxima semana teremos a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de fevereiro. Nesse sentido, após observarmos em janeiro forte retração do setor, influenciado pelos efeitos do avanço da Ômicron e das chuvas em Minas Gerais que paralisaram a extração de ferro por alguns dias, nossa projeção aponta para expansão do setor em fevereiro. Esta avaliação decorre da expressiva recuperação dos indicadores antecedentes do setor, sobretudo produção de veículos que apresentou expansão de 8,1% m/m, e do retorno à trajetória de arrefecimento da pandemia. Portanto, nossos números apontam para um avanço de 0,7% m/m da indústria no mês. Já na comparação interanual, devido ao efeito base de fev/21, o setor deve recuar -4,5% a/a.
Setor de Serviços
Serviços: Não houve divulgações na última semana.
Setor de Varejo
Varejo: Não houve divulgações na última semana.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na última semana tivemos a divulgação do Índice de Confiança do Consumidor da FGV. Nesse sentido, o indicador recuou 4,0% m/m em março, compensando parcialmente a expansão observada no mês anterior. Este fato decorreu da piora das avaliações sobre a situação atual, que alcançou o menor nível desde abril de 2016, e das expectativas dos agentes em relação aos próximos meses. O número de março é resultante da queda do otimismo puxado pelo elevado processo inflacionário, que acumulou alta de 10,54% no mês anterior, deteriorando a renda pessoal. Além disso, a taxa de desemprego ainda elevada para padrões históricos e o crescente endividamento das famílias também contribuem para a queda da confiança do consumidor.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho:Na próxima semana, teremos a divulgação dos dados da PNAD contínua (taxa de desemprego) e do Caged (criação líquida de vagas de emprego formal) referentes ao mês de fevereiro. Nossa avaliação é que a taxa de desemprego deve apresentar leve aumento de 0,1 p.p., alcançando 11,3% da população economicamente ativa, devido à sazonalidade adversa do mês de fevereiro. Entretanto, nossa projeção aponta para uma baixa elevação da população desocupada se comparado à série histórica, beneficiada pela recuperação dos setores mais afetados pela pandemia, sobretudo serviços. Já para o Caged, projetamos a criação líquida de 230 mil vagas no mês. Este resultado decorre do arrefecimento da pandemia a partir da segunda metade do mês, que beneficiará a atividade econômica, do aumento da mobilidade urbana e do pagamento do Auxílio Brasil, em valor significativamente superior ao Bolsa Família, que deve beneficiar os setores de varejo e serviços. Vale destacar que estas atividades foram responsáveis pela criação de mais de 60% das vagas de emprego formal em 2021.
Sobre o IAG
O Índice de Atividade da Genial (IAG) é um indicador de frequência diária que tem como objetivo monitorar o ritmo de recuperação da atividade econômica brasileira.
Esse índice diário não se propõe a ser uma proxy do PIB, ou seja, não substitui o modelo de projeção de PIB da Genial (o qual inclui muitas outras variáveis econômicas de frequência mensal). Dessa forma, um indicador não substitui o outro, são duas formas complementares de acompanhar a retomada do nível de atividade. O IAG tem frequência diária e se propõe a acompanhar a evolução da velocidade da retomada da atividade no dia a dia, enquanto a nossa projeção de PIB dá uma ideia do cenário como um todo, e é calibrado para gerar estimativas para os trimestres à frente.
O IAG tem alta correlação com índices mensais de atividade e possui alto poder preditivo sobre as variações mensais do IBC-BR (indicador mensal de atividade divulgado pelo Bacen).
O IAG é construído por uma média ponderada dos seguintes dados de frequência diária: consumo de energia elétrica, indicadores de mobilidade urbana da Apple, emissão de notas fiscais eletrônicas no estado do Rio Grande do Sul e número de voos diários no Brasil.[1]
O índice é construído de forma que toma o valor de 100 para o nível de atividade médio antes do surto de COVID-19 (entre 1º de janeiro e 15 de março). Dessa forma, o IAG representa o nível de atividade corrente em relação ao período pré-surto.
[1] Os valores defasados do IAG podem mudar em decorrência de alterações na divulgação de dados da Apple, ONS, Fenabrave ou Air Radar. É natural que haja revisão de dados das fontes citadas, por isso o IAG defasado pode ter alterações. Também pode haver alterações devido a divergências no horário de divulgação dessas diferentes fontes. Contudo as alterações tendem a ser pequenas, de forma que não influenciam a tendência 10-15 dias do índice.