Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 459,2 milhões, ante 455,2 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose avançou 0,2 p.p. atingindo 85,2%. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 80,7% da população, aumento de 0,2 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 1,6 p.p., alcançando o patamar de 53,6% da população brasileira.
Após temporada em ascensão, a primeira semana de agosto foi marcada pela perda de fôlego da quarta onda da Covid-19: os impactos podem ser vistos nos indicadores de transmissão e letalidade da doença. O país apresentou, assim, queda de 32,2% na média móvel de novos casos em comparação com os números computados há duas semanas. Este é o 19º dia consecutivo em que o índice está em queda no Brasil, atingindo, neste sábado, o ponto mais baixo da curva desde 22 de junho, há 45 dias. Na mesma linha, a média móvel de óbitos de Covid-19 – 207,6 – indica estabilidade na curva de letalidade. Na comparação com os dados registrados há 14 dias, há variação negativa de 11%. Já se completaram mais de 40 dias com a média móvel diária de mortes acima de 200, no entanto, a queda nas taxas de internação deve refletir uma tendência de desaceleração nas próximas semanas. Apesar do panorama geral positivo, a Fundação Oswaldo Cruz informou há pouco ter detectado continuidade de tendência de alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) na população adulta da Região Norte.
Mais de 80 mil turistas estão impedidos de sair da ilha de Hainan, sul da China, depois que as autoridades cancelaram todos os voos e trens por um surto de Covid-19 no local. Quase 500 casos de Covid-19 foram registrados neste domingo no balneário de Sanya, que tem mais de 1 milhão de habitantes, na ilha de Hainan, conhecida como “Havaí chinês”. Para sair da ilha, os turistas terão que apresentar cinco testes de Covid-19 realizadas em um período de sete dias, informaram as autoridades. Por outro lado, o governo da China reduziu neste domingo o período de suspensão dos voos internacionais que transportam passageiros com Covid-19, o que indica que Pequim pode flexibilizar em breve os controles de fronteira.
O Japão despencou 60 lugares, para 90º, na última edição do Índice de Recuperação Covid-19 do “Nikkei”, já que a subvariante ômicron conhecida como BA.5 sobrecarrega o país com mais casos diários do que em qualquer outro lugar. A Coreia do Sul, que também está vendo um salto nas infecções, caiu de quarto para 13º lugar. Em outras partes da região, Camboja e Vietnã continuaram em alta, em segundo e quarto lugares, respectivamente. Taiwan subiu 33 pontos, com casos e mortes caindo gradualmente.
Em todo o mundo, Japão, EUA e Coreia do Sul relataram o maior número de casos na última semana de julho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Japão registrou 1,38 milhão de infecções, um aumento de 42% em relação à semana anterior, enquanto a Coreia do Sul registrou mais de 560 mil, um aumento de 25%. A contagem combinada de casos dos vizinhos do leste asiático representou 30% do total global. Os voos que chegam ao Japão caíram 80% em julho em comparação com os níveis pré-pandemia, de acordo com dados da empresa de análise de aviação Cirium. Por fim, tanto no Japão quanto na Coreia do Sul, as taxas de mortalidade de casos permanecem baixas, embora o rápido aumento de infecções esteja pressionando o sistema de saúde japonês.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Na última semana foi divulgada Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de junho. Nesse sentido, foi registrado contração de 0,4% m/m da produção industrial frente ao mês de maio, resultado pior que a expectativa mediana do mercado, que esperava uma contração de 0,3% m/m. No mês, a queda foi concentrada na indústria de transformação (-0,3% m/m), enquanto a indústria extrativa avançou 1,9% m/m. O resultado interrompeu com a sequência de quatro altas seguidas do setor. Vale destacar que o recuo no mês foi disseminado entre as categorias, com o destaque negativo sendo o setor de farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1% m/m). Outro destaque negativo ficou com a produção de derivados do petróleo e biocombustíveis, puxado pelo impacto negativo da produção de álcool e derivados de petróleo. Na ponta positiva, a maior influência foi dada pela produção de veículos (6,1%), que ainda se encontra 8,5% abaixo do nível pré-pandemia. A produção de veículos vem sendo afetado por problemas nas cadeias globais de produção, que vem sendo exacerbados pelo cenário doméstico mais adverso com uma inflação bastante elevada e um aperto monetário bastante significativo. O cenário adverso para indústria ainda permanece, com juros elevados encarecendo o crédito e a inflação deprimindo a demanda. Os gargalos na cadeia de suprimentos, as paralisações, as reduções de jornadas e as concessões de férias coletivas continuam marcando a dinâmica do setor. Isso no contexto global de aperto monetário e ciclo global desfavorável com vetores negativos vindo da China com a política de Covid Zero e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, a recuperação do mercado de trabalho com aumento da população ocupada e o crescimento da massa de rendimentos combinada com os estímulos fiscais (redução ICMS e PEC dos benefícios) deve proporcionar sustentação a demanda nas próximas leituras.
Setor de Serviços
Serviços: Na próxima semana, será divulgada a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de junho. Nossa avaliação é que o segmento deverá apresentar expansão no mês de junho, refletindo uma combinação de fatores, que no saldo líquido devem continuar sustentando o crescimento do segmento nos próximos meses. Em primeiro lugar, a trajetória de recuperação do mercado de trabalho, marcado por uma forte queda da taxa de desemprego e da expansão da massa de rendimentos nos últimos meses, deve beneficiar o consumo de serviços em um contexto de pós-pandemia. Além disso, os indicadores antecedentes do setor de serviços apresentaram resultados bastante positivos para o período, sustentando uma avaliação positiva para o segmento no mês. Não obstante, as medidas aprovadas no Congresso que visam impulsionar a demanda devem ser uma força positiva adicional para o setor. Na ponta oposta, o cenário macroeconômico adverso, marcado por um elevado nível inflacionário e uma taxa de juros bastante elevada devem atuar na direção oposta, limitando o desempenho dos serviços. Portanto, projetamos a expansão de 1,0% m/m do setor de serviços na comparação mensal e de 7,0% a/a, no mês de junho.
Setor de Varejo
Varejo: Na próxima semana, será divulgada a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de junho. Nesse sentido, diante da performance mista dos indicadores antecedentes do comércio, sobretudo da forte queda das consultas à inadimplência durante o mês de junho, e de um cenário macroeconômico adverso marcado por uma inflação elevada, acreditamos que o setor deverá se contrair durante o mês de junho. Nossos modelos apontam para uma contração de -1,6% m/m do varejo restrito. Na mesma direção, o conceito ampliado deve apresentar contração, puxado, principalmente, pelo desempenho ruim das vendas de automóveis durante o período. Dessa forma, projetamos uma contração de 0,5% m/m do varejo ampliado, de modo que, na comparação interanual o segmento deva apresentar uma leve expansão de 0,2% a/a.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Não houve divulgações no último mês.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações no último mês.