Home > Macroeconomia Brasil > Monitor de Atividade: Mercado de trabalho segue forte puxado por serviços

Publicado em 01 de Agosto às 15:10:07

Monitor de Atividade: Mercado de trabalho segue forte puxado por serviços

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 455,2 milhões, ante 452,3 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose avançou 0,1 p.p. atingindo 85,0%. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 80,5% da população, aumento de 0,1 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 1,1 p.p., alcançando o patamar de 52,0% da população brasileira.

Após temporada em ascensão, a quarta onda da Covid-19 segue perdendo fôlego e os impactos podem ser vistos nos indicadores de transmissão e letalidade da doença. A média móvel de diagnósticos teve queda de 44,2% em relação a duas semanas atrás. Já a média móvel de óbitos está em estabilidade há 12 dias, com queda de 10,5% em relação a duas semanas. As contaminações semanais por coronavírus caíram 43% em um mês no Brasil, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

O Japão tem atualmente o maior número de casos diários de covid-19 em comparação com qualquer outra nação. O dado lança uma sombra sobre as esperanças de que o país relaxe seus rígidos controles de fronteira. Na terça-feira, 196 mil novos casos foram confirmados em todo o país, o segundo maior nível já registrado, colocando o Japão à frente dos Estados Unidos e da Alemanha. Em uma base per capita, o país ocupa o 9º lugar. Antes do recente aumento, o Japão tinha medidas de fronteira mais rígidas do que a maioria dos outros países. Uma força-tarefa do governo para a covid-19 diz que o aumento acentuado nos casos é em grande parte devido à subvariante BA.5 ômicron, altamente contagiosa, mas menos mortal. Embora mais de 60% dos japoneses tenham sido vacinados triplamente, as infecções podem estar aumentando porque já faz muito tempo desde que muitas pessoas tomaram sua última vacina. Em Tóquio, cerca de 50% dos leitos hospitalares estão ocupados. E a situação está se tornando mais grave nas áreas rurais, onde o sistema de saúde é mais frágil. Apesar do aumento dos casos de covid-19, o governo central não impôs restrições à atividade social ou medidas de fronteira mais rígidas.

A Nova Zelândia vem observando um forte aumento no número de casos, mortes e hospitalizações no mês de julho. Especialistas temem que o país pode estar no começo de uma segunda onda da variante ômicron. O país lidera no momento o ranking de mortes por Covid no mundo: são 4,37 mortes por milhão de habitantes, na média diária dos últimos sete dias. O número é quatro vezes maior do que o registrado no Brasil e o triplo dos EUA. Alguns hospitais estão operando com capacidade máxima, por causa da Covid. A subvariante ômicron BA.5 está por trás da onda atual na Nova Zelândia, de acordo com as autoridades.

Um dos epicentros globais é a União Europeia, que registrou uma média móvel de 392,9 mil novos casos no sábado, quase o triplo do visto há dois meses e um número próximo ao de março deste ano, época da onda causada pela subvariante BA.2. Com 73% da população vacinada, a opção de momento é conviver com o vírus. Isto ocorre em parte porque as mortes continuam baixas na União Europeia, na casa de 620 por dia. O cenário é similar ao dos Estados Unidos, o segundo na lista de países com maior média móvel de novos diagnósticos, ficando atrás apenas do Japão. Em média, 127 mil americanos são infectados e 444 morrem de Covid por dia, aumentos de 19% e 38% em relação a duas semanas atrás, respectivamente, segundo dados do New York Times. Mais de três quartos dos casos nos EUA são causados pela BA.5.

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria:Na última semana foi divulgada a Sondagem da Indústria da FGV referente ao mês de julho. Nesse sentido, foi observado recuo de 1,7% m/m do indicador, resultado que rompeu com a sequência de três altas consecutivas observadas até junho. O número de julho foi influenciado pela moderação do otimismo empresarial quanto à evolução do setor ao longo do segundo semestre, diante de expectativas menos favoráveis decorrentes do elevado nível inflacionário e manutenção de uma taxa de juros em um patamar bastante elevado nos próximos meses. Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de junho. Nesse contexto, embora os indicadores antecedentes da indústria tenham apresentado resultado misto, nossa avaliação é que o setor deve ter apresentado uma leve expansão na margem ao longo do mês, beneficiado pelo bom desempenho da produção de veículos, que avançou 5,9% m/m no período. Dessa forma, projetamos uma expansão de 0,2% m/m e 0,5% a/a.

Setor de Serviços

Serviços:  Na última semana foi divulgada a Sondagem de Serviços da FGV referente ao mês de julho. Nesse sentido, o indicador registrou expansão de 2,2% m/m na passagem de junho para julho. A melhora da confiança, que registra a quinta alta consecutiva, foi bastante disseminada entre os segmentos estudados. O resultado positivo no mês reflete tanto a melhora da demanda corrente quanto as expectativas para a demanda nos próximos meses, sobretudo diante das medidas de estímulo à demanda aprovadas pelo governo que deve beneficiar o setor ao longo do segundo semestre de 2022.

Setor de Varejo

Varejo: Na última semana foram divulgados os dados da Sondagem do Comércio da FGV referentes ao mês de julho. Nesse sentido, foi observado o recuo de 2,9% m/m do indicador em julho, rompendo com a sequência de duas altas consecutivas. O resultado do mês refletiu a piora da percepção tanto da situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses, refletindo os impactos da inflação e dos juros em um patamar bastante elevado sobre a demanda dos consumidores. Nesse contexto, para os próximos meses, deve-se observar uma performance do segmento mais próxima a estabilidade, mesmo diante da aprovação de medidas de impulso à demanda por parte do governo.

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Na última semana foram divulgadas as Sondagens da Construção e do Consumidor da FGV, ambos referentes ao mês de julho. Em primeiro lugar, foi observado um recuo de 0,7% m/m do indicador da construção, refletindo um cenário mais adverso e deterioração das expectativas com relação à evolução da demanda nos próximos meses. O encarecimento do custo do crédito, resultante do ciclo de aperto monetário, impõem perspectivas mais negativas para o setor nos próximos meses, que deve enfrentar uma desaceleração a partir do segundo semestre de 2022, sob o efeito da política monetária mais restritiva sobre a economia real. Já a confiança do consumidor teve alta de 0,6% m/m, desacelerando 4 p.p. em relação ao número do mês anterior, refletindo a melhora das perspectivas para os próximos meses sobre a economia e o emprego.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Na última semana foram divulgados os dados da PNAD Contínua e de criação de vagas de emprego formal do Caged, ambos referentes ao mês de julho. Em primeiro lugar, a taxa de desemprego medida pela PNAD veio em linha com a expectativa mediana do mercado, caindo para 9,3%. Foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em junho desde 2015 (8,4%). Na série com ajuste sazonal, o desemprego se encontra em 9,2%. O resultado do mês foi muito positivo, com contingente recorde de pessoas ocupadas, além de registrar o maior nível de ocupação (56,8%) desde junho de 2015. Além de disseminada, a geração de empregos vem acelerando entre os trabalhadores com carteira assinada, e apresenta crescimento da massa de rendimentos.  Entre as atividades econômicas, houve crescimento disseminado da ocupação em todas as categorias, com destaque para administração pública, educação e saúde (738 mil). Além de fatores sazonais no setor de educação, vem ocorrendo uma recomposição do emprego, não só com a contratação de professores, mas também trabalhadores ligados à prestação de serviços com o retorno das atividades presenciais. Além disso, vale destacar a geração de empregos no comércio (617 mil), nos serviços prestados às empresas (336 mil) e na indústria (332mil). Ademais, em junho, houve geração líquida de 277,9 mil postos de trabalho formal, resultado melhor que o esperado pelo mercado, que projetava saldo líquido de 234 mil (Broadcast). O resultado de junho foi puxado novamente pelo setor de serviços, com 121,5 mil vagas líquidas geradas (44% do total). O segmento parece convergir para o patamar histórico de geração de postos de trabalho (40% do saldo), uma vez que nas últimas leituras vinha apresentando taxas historicamente elevadas, diante da normalização do setor no pós pandemia. Entre os destaques no setor de serviços podemos citar: atividades profissionais e administrativas (65,8 mil), alojamento e alimentação (17,7 mil), transporte (16,7 mil) e administração pública, educação e saúde (14,6 mil). No acumulado em 12 meses, vemos trajetórias divergentes para os setores. A construção civil mantém trajetória de estabilidade, enquanto o comércio e a indústria apresentam arrefecimento nos últimos meses. O cenário macroeconômico de juros e inflação elevados impacta significativamente essas atividades econômicas. Por outro lado, o setor de serviços se descola dos demais, mantendo a trajetória de crescimento com 1,4 milhão de vagas formais criadas.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações

    Vale a pena conferir