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Publicado em 07 de Março às 10:46:37

Monitor de Atividade: PIB avança 4,6% em 2021 e deve crescer 0,6% t/t no 1T22

Resumo: O IAG recuou tanto na sua variação diária, quanto na média móvel de 7 dias. Com este resultado, o indicador se encontra 12,5 p.p. acima do nível pré-pandemia e apresenta avanço de 6,9 p.p. em relação ao número observado há 30 dias. Os indicadores que compõem o IAG apresentaram resultados mistos. Por um lado, contribuições positivas foram observadas no consumo de energia e na emissão de notas fiscais, que retorna ao patamar acima do observado no pré-pandemia. Em contrapartida, a mobilidade urbana e o número de voos domésticos recuaram na margem devido ao fim do efeito calendário de carnaval.

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 390,5 milhões, ante 386,9 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 81,8% da população total brasileira, um aumento de 0,4 p.p. em relação à leitura anterior. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou ao passar de 935,6 mil para 516,5 mil. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 73,5% da população, um aumento de 0,4 p.p. em relação à semana anterior. Por fim, o total da população com esquema vacinal de reforço atingiu 31,5% da população, avançando 0,9 p.p. em relação ao número de 7 dias atrás. Nossa avaliação é que o significativo recuo da campanha vacinação na última semana, sobretudo das doses de reforço, reflete o efeito calendário do carnaval, afetando negativamente os indicadores. Portanto, nos próximos dias, com o fim do efeito sazonal devemos observar a aceleração destes números diante do retorno à normalidade.

No que diz respeito ao avanço da pandemia no Brasil, na última semana, observamos a manutenção da trajetória de queda no número de casos pela terceira semana consecutiva. Este diagnóstico reforça a avaliação de que o pico de transmissão de Covid por conta da variante Ômicron foi superada, de modo que, nas próximas semanas devemos continuar observando uma melhora deste indicador. A média móvel de novos casos saiu de 82 mil para 40,7 mil, melhora de cerca de 50,3% em relação à leitura anterior. Na mesma direção, a média móvel de novos óbitos também arrefeceu significativamente ao passar de 717 para 426, recuando 40,6% no mesmo período. Com este resultado, a média móvel de novos casos se encontra no patamar observado ao final do mês de jul/21, período em que se iniciou a trajetória de arrefecimento da pandemia, que só foi interrompida com o avanço da variante Ômicron no início de janeiro. Ademais, os indicadores para o Estado de São Paulo reforçam nossa visão de que entramos em uma trajetória de arrefecimento da pandemia, visto que tanto a média móvel de novas internações quanto de internados em leitos de UTI se mantiveram em tendência decrescente pela quarta semana consecutiva. Para o primeiro, tivemos que a média móvel saiu de 412 para 337, uma melhora de cerca de 18,2%. Já a média móvel de internados em leitos de UTI saiu de 1980 para 1585, uma melhora de 20%.

Assim como observado no resto do mundo, a média móvel de casos no Brasil se encontra em trajetória de queda desde o trigésimo dia após o início da nova onda causada pela variante Ômicron. Nesse contexto, nossa avaliação é que seguindo na atual tendência de arrefecimento, o número de casos retornará ao patamar observado no período pré-Ômicron no início de abril. Entretanto, avaliamos que a forte queda observada nos últimos dias reflete o efeito calendário do carnaval, portanto, acreditamos que nos próximos dias os indicadores da pandemia devem apresentar um leve recrudescimento devido ao fim da sazonalidade. Nesse sentido, avaliamos que o recrudescimento da pandemia no Brasil por conta da variante Ômicron terá seus impactos limitados e concentrados no mês de janeiro graças à proteção sanitária e econômica fornecidas pela ampla vacinação. Tanto os indicadores pandêmicos quanto de atividade econômica apontam para uma significativa recuperação a partir do mês de fevereiro, corroborando com nosso cenário econômico baseado no fim da pandemia ao longo de 2022 devido ao sucesso da campanha vacinal no Brasil. Este fato permitirá com que os setores mais dependentes da interação entre pessoas (serviços e comércio varejista) retornem aos níveis observados durante o pré-pandemia, contribuindo significativamente com o avanço do PIB ao longo do ano.

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria:  Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de janeiro. Nesse sentido, devido ao forte recrudescimento da pandemia ao longo do mês com o avanço da Ômicron e da acentuação dos problemas no fornecimento de insumos, sobretudo de semicondutores, nossas projeções apontam para uma forte contração da atividade industrial de -2,1% m/m. Este resultado reflete os significativos recuos observados nos indicadores antecedentes, com destaque para a queda de 30,8% m/m na produção de automóveis. Além disso, as chuvas intensas que ocorreram em Minas Gerais e paralisaram as atividades extrativas por alguns dias também devem impactar negativamente o desempenho do setor no mês.

Setor de Serviços

Serviços: Não houve divulgações na última semana.

Setor de Varejo

Varejo: Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referentes ao mês de janeiro. Nesse sentido, nossas projeções consideram o impacto do avanço da variante Ômicron sob o setor varejista, sobretudo nas atividades de caráter presencial. Ademais, indicadores antecedentes do varejo tiveram resultados mistos no mês. Por um lado, o índice de varejo ACSP, as consultas à inadimplência e o índice de faturamento da CIELO apontam para expansão do setor no período. Soma-se a isso, o início do pagamento do Auxílio Brasil, em valor e abrangência significativamente superior ao Bolsa Família, que deve contribuir para a performance no mês. Em contrapartida, a sondagem do comércio, a confiança do consumidor e o índice Serasa Experian, que aliados ao avanço da pandemia, elevada inflação e taxa de desemprego, devem impor uma pressão de baixa no desempenho do setor no mês. Para o varejo ampliado, temos que o forte recuo nas vendas de veículos em janeiro, devido à acentuação da crise de semicondutores, deve impactar substancialmente o desempenho do indicador. Nesse contexto, projetamos avanço de 0,5% m/m no varejo restrito e recuo de -1,5% m/m no conceito ampliado.

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Na última semana tivemos a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2021 que avançou 0,5% t/t. O resultado veio melhor que o projetado pelo mercado, que aguardava avanço de 0,2% t/t.  Este resultado foi influenciado pelo avanço do setor de serviços (0,5% t/t) e do setor agropecuário (5,8% t/t). Apesar do forte crescimento no setor agropecuário no quarto trimestre, o fator determinante para o crescimento foi o avanço no setor de serviços, que têm um peso muito mais relevante na economia. Dentro do setor de serviços, os destaques no trimestre foram os mesmos que avançaram no ano: informação e comunicação (3,4%), transportes (2,6%) e outros serviços (2,1%), que possuem diversas atividades de caráter presencial que estão se beneficiando com a reabertura da economia. Pela ótica da demanda, os resultados foram: Formação Bruta de Capital Fixo (0,4% t/t), a Despesa de Consumo das Famílias (0,7% t/t), a Despesa de Consumo do Governo (0,8% t/t), Exportações (-2,4% t/t) e Importações (0,5% t/t). Com este resultado, o PIB avançou 4,6% em 2021, se recuperando do recuo de 3,9% em 2020 e deixando um carrego estatístico de 0,3% para o próximo ano. Este desempenho foi puxado pelo avanço de 4,7% do setor de serviços e de 4,5% da indústria. Já o setor agropecuário recuou 0,2%, por conta das quebras de safra observadas ao longo do ano. Para o ano de 2022, nossa projeção preliminar aponta para uma expansão do PIB de 0,6% t/t no primeiro trimestre.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho:Na próxima semana teremos a divulgação dos dados de criação de vagas de emprego formal (Caged) de janeiro. Nesse contexto, devido ao efeito sazonal que colabora para a criação de empregos em janeiro, projetamos criação de 130 mil vagas no mês.

Sobre o IAG

O Índice de Atividade da Genial (IAG) é um indicador de frequência diária que tem como objetivo monitorar o ritmo de recuperação da atividade econômica brasileira.

Esse índice diário não se propõe a ser uma proxy do PIB, ou seja, não substitui o modelo de projeção de PIB da Genial (o qual inclui muitas outras variáveis econômicas de frequência mensal).  Dessa forma, um indicador não substitui o outro, são duas formas complementares de acompanhar a retomada do nível de atividade. O IAG tem frequência diária e se propõe a acompanhar a evolução da velocidade da retomada da atividade no dia a dia, enquanto a nossa projeção de PIB dá uma ideia do cenário como um todo, e é calibrado para gerar estimativas para os trimestres à frente.

O IAG tem alta correlação com índices mensais de atividade e possui alto poder preditivo sobre as variações mensais do IBC-BR (indicador mensal de atividade divulgado pelo Bacen).

O IAG é construído por uma média ponderada dos seguintes dados de frequência diária: consumo de energia elétrica, indicadores de mobilidade urbana da Apple, emissão de notas fiscais eletrônicas no estado do Rio Grande do Sul e número de voos diários no Brasil.[1]

O índice é construído de forma que toma o valor de 100 para o nível de atividade médio antes do surto de COVID-19 (entre 1º de janeiro e 15 de março). Dessa forma, o IAG representa o nível de atividade corrente em relação ao período pré-surto.


[1] Os valores defasados do IAG podem mudar em decorrência de alterações na divulgação de dados da Apple, ONS, Fenabrave ou Air Radar. É natural que haja revisão de dados das fontes citadas, por isso o IAG defasado pode ter alterações. Também pode haver alterações devido a divergências no horário de divulgação dessas diferentes fontes. Contudo as alterações tendem a ser pequenas, de forma que não influenciam a tendência 10-15 dias do índice.

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