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Publicado em 11 de Julho às 10:41:23

Monitor de Atividade: Recuperação do mercado de trabalho deve beneficiar setores em maio

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 453,1 milhões, ante 450,3 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose teve aumento de 0,1 p.p para o patamar de 84,8% da população total brasileira. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 80,0% da população, aumento de 0,1 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 0,9 p.p., alcançando o patamar de 51,7% da população brasileira.

A média móvel de mortes causadas pela covid-19 no Brasil chegou ao 16º dia consecutivo em tendência de alta. Pela segunda semana seguida, o total de casos de covid-19 registrados no Brasil ficou acima de 400 mil nos sete dias, patamar que não era observado desde fevereiro deste ano. O número de casos diários é superior a 50 mil desde 25 de junho, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Há a percepção de que o cenário pode ser ainda mais grave, por causa da subnotificação. O governo federal não elaborou mecanismos para contabilizar os resultados dos autotestes, cada vez mais usados no Brasil.

Dados divulgados pela Rede Genômica Fiocruz apontam que a crescente circulação de duas linhagens da variante Ômicrom podem levar o Brasil a uma nova onda de reinfecções. De acordo com o informe há uma mudança na dinâmica da pandemia em território nacional com maior detecção das linhagens BA. 4 e BA. 5. Em 81 casos de reinfecção avaliados entre 16 e 30 de junho, 68 estavam associados à Ômicrom, incluindo pessoas contaminadas duas vezes por linhagens distintas.

A Europa voltou a registrar aumento no número de casos de covid-19 e voltou a ser o epicentro da pandemia no mundo, disso a Organização Mundial da Saúde (OMS). O aumento de casos aconteceu devido ao grande número de viagens e reuniões públicas causadas pelo verão no continente. O número de novos casos de covid-19 aumentou 30% no mundo nas últimas duas semanas, impulsionados pelas subvariantes da ômicron na Europa e nos EUA. A nova onda de infecções não está causando um aumento nas internações e mortes, como resultado da proteção vacinal.

 A França ultrapassou nesta sexta-feira as 150 mil mortes por Covid-19. O país atravessa um novo aumento de casos da doença, segundo dados da Saúde Pública francesa -essa é a sétima onda de infecções no país. A partir do fim de maio, subvariantes da ômicron fizeram com que os números de infecções voltassem a aumentar. A circulação do vírus continua se intensificando no território, e a data do pico epidêmico ainda incerta. O uso da máscara é recomendado, mas não obrigatório, sendo que as autoridades ainda não pretendem retomar com restrições.

Xangai reabriu a maioria de seus cinemas nesta sexta-feira e segue com plano de reabertura gradual depois que passou por severo lockdown durante dois meses. Apesar da liberação, a região registrou seu segundo dia seguido de novo aumento de casos de covid-19. A cidade registrou 45 novas infecções na quinta-feira e 54 novos casos na quarta, fazendo com que o governo local declarasse nesta sexta-feira mais de 100 áreas de risco médio de infecção e sete de alto. No início da semana, apenas 4 áreas da cidade apresentavam risco médio e 1 era considerada de alto risco. As autoridades disseram que os casos de quinta-feira foram todos detectados em quarentena e estão sob controle.

Após breve suspensão da política “covid zero”, quando autoridades declararam que os surtos em Xangai e Pequim estavam sob controle, as medidas de restrição voltaram a ser aplicadas com o novo aumento de casos nas principais cidades da China, provocados pelas subvariante ômicron. Em outros lugares do país, a província de Shandong detectou 66 casos locais, depois de não relatar infecções na semana passada. Anhui relatou 157 novos casos, Hangzhou encontrou dois e Pequim não anunciou nenhum caso local.

A cidade de Xangai descobriu um caso Covid-19 envolvendo uma nova subvariante ômicron BA.5.2.1, disse uma autoridade neste domingo (10), sinalizando as complicações que a China enfrenta para acompanhar novas mutações enquanto busca implantar sua política de “covid-zero”.

Dados de Frequência Diária

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria: Na última semana, foi divulgada a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de maio. Nesse sentido, o indicador registrou avanço de 0,3% m/m frente ao mês de abril, ficando pior que a expectativa mediana do mercado, que esperava por um avanço de 0,5% m/m. O resultado no mês refletiu a expansão de 0,8% m/m da indústria de transformação ter sido parcialmente compensada por um recuo de 5,6% m/m da indústria extrativa. No mês de maio, apesar do resultado mais fraco que o esperado, houve disseminação do crescimento entre as atividades, com aumento em 19 das 26 atividades pesquisadas. A taxa de difusão ficou em 74,3% (acima da média para o mês de maio em 61%). O maior impacto decorreu do avanço em máquinas e equipamentos (7,5%), com o comportamento positivo em máquinas para indústria, agricultura e construção, setores que vem apresentando bom desempenho no âmbito dos investimentos. Além disso, outro destaque positivo ficou com o setor de veículos automotores (3,7%), com desempenho positivo em automóveis, caminhões e autopeças. O resultado de maio apresentou boa abertura, apesar do resultado mais fraco que o esperado. Entretanto, o cenário adverso para indústria ainda permanece, com juros e inflação elevados e os gargalos na cadeia de suprimentos. Muitas plantas industriais prosseguem fazendo paralisações, reduções de jornadas e concedendo férias coletivas, com o setor automotivo exemplificando esse cenário. Os lockdowns da China, diante da política de Covid Zero, afetam a cadeia global de suprimentos. Por outro lado, a recuperação do mercado de trabalho e o crescimento da massa de rendimentos deve proporcionar sustentação a demanda nas próximas leituras.

Setor de Serviços

Serviços:  Na última semana, tivemos a divulgação do PMI-Markit de serviços referente ao mês de junho. Nesse sentido, o indicador ficou 10,8 pontos acima do nível neutro (50), apontando para expansão do setor no mês de junho. Este resultado foi a maior taxa de expansão registrada desde o início da pesquisa em março de 2007, refletindo a recuperação do setor em um contexto de fim da pandemia e da melhor criação de empregos em mais de 15 anos na coleta de dados. De modo geral, os dados de junho revelam uma melhora no ritmo de crescimento do setor de serviços, à medida em que as empresas presenciam um aumento da demanda. Entretanto, a pesquisa destaca que as pressões sobre preços permaneceram acentuadas no mês, sendo repassadas ao consumidor, sendo um vetor negativo para o desempenho do setor nos próximos meses. Ademais, na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE referente ao mês de maio. Nesse sentido, diante do bom desempenho dos indicadores antecedentes e da combinação da forte recuperação do mercado de trabalho e das políticas de impulso a demanda (liberação do saque do FGTS e antecipação do décimo terceiro salário de beneficiários do INSS), projetamos expansão de 0,8% m/m do setor em junho. Na comparação interanual, nossas projeções apontam para uma expansão de 9,1% a/a.

Setor de Varejo

Varejo: Na próxima semana teremos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente ao mês de maio. Nesse sentido, diante da boa recuperação do mercado de trabalho e da liberação de recursos extraordinários como os saques do FGTS e antecipação de décimo terceiro salário de aposentados devem beneficiar o setor no mês. Além disso, o calendário festivo do Dia das Mães deve ter sido beneficiado pelo arrefecimento da pandemia, sendo um fator adicional de impulso ao segmento no mês. Por fim, o expressivo aumento de emplacamentos de veículos deve beneficiar o desempenho do indicador do varejo no conceito ampliado. Dessa forma, projetamos expansão de 1,4% m/m do varejo no conceito ampliado e de 0,9% m/m no conceito restrito. Embora o varejo tenha apresentado um bom desempenho nos primeiros meses do ano, acreditamos que ao longo do segundo semestre o segmento perca o fôlego diante do elevado nível inflacionário e por conta do ciclo de elevação dos juros, que encarece o crédito limitando o consumo das famílias.

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Na próxima semana, teremos a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de maio. Diante das perspectivas de expansão dos principais segmentos da economia (Indústria, Comércio e Serviços) e das políticas de impulso a demanda (saque do FGTS e antecipação do décimo terceiro), nossa projeção aponta para expansão do indicador, mesmo em um contexto de inflação elevada e crescentes incertezas no que diz respeito à economia. Dessa forma, projetamos uma leve expansão de 0,1% m/m e 4,2% a/a do indicador no mês de maio.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho:Não houve divulgações na última semana.

Sobre o IAG

O Índice de Atividade da Genial (IAG) é um indicador de frequência diária que tem como objetivo monitorar o ritmo de recuperação da atividade econômica brasileira.

Esse índice diário não se propõe a ser uma proxy do PIB, ou seja, não substitui o modelo de projeção de PIB da Genial (o qual inclui muitas outras variáveis econômicas de frequência mensal).  Dessa forma, um indicador não substitui o outro, são duas formas complementares de acompanhar a retomada do nível de atividade. O IAG tem frequência diária e se propõe a acompanhar a evolução da velocidade da retomada da atividade no dia a dia, enquanto a nossa projeção de PIB dá uma ideia do cenário como um todo, e é calibrado para gerar estimativas para os trimestres à frente.

O IAG tem alta correlação com índices mensais de atividade e possui alto poder preditivo sobre as variações mensais do IBC-BR (indicador mensal de atividade divulgado pelo Bacen).

O IAG é construído por uma média ponderada dos seguintes dados de frequência diária: consumo de energia elétrica, indicadores de mobilidade urbana da Apple, emissão de notas fiscais eletrônicas no estado do Rio Grande do Sul e número de voos diários no Brasil.[1]

O índice é construído de forma que toma o valor de 100 para o nível de atividade médio antes do surto de COVID-19 (entre 1º de janeiro e 15 de março). Dessa forma, o IAG representa o nível de atividade corrente em relação ao período pré-surto.


[1] Os valores defasados do IAG podem mudar em decorrência de alterações na divulgação de dados da Apple, ONS, Fenabrave ou Air Radar. É natural que haja revisão de dados das fontes citadas, por isso o IAG defasado pode ter alterações. Também pode haver alterações devido a divergências no horário de divulgação dessas diferentes fontes. Contudo as alterações tendem a ser pequenas, de forma que não influenciam a tendência 10-15 dias do índice.

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