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Publicado em 22 de Novembro às 12:12:29

Monitor de Atividade: Revisão de PIB 3T

Índice de Atividade da Genial

Resumo: O IAG recuou em sua variação diária, entretanto, devido ao forte avanço observado na semana passada segue avançando em sua média móvel de 7 dias. Com este resultado, o IAG se encontra, cerca de, 5,7 p.p. acima do nível pré-Covid (100) e avançou 2,4 p.p. em relação ao número observado há uma semana. Além disso, houve avanço de 4,5 p.p. em 30 dias. Os indicadores que compõem o IAG tiveram resultados mistos. Por um lado, apenas os indicadores de mobilidade urbana apresentaram resultados negativos, entretanto, todas as modalidades se encontram no nível acima do observado antes do início da pandemia. Em contrapartida, os demais indicadores contribuíram positivamente para o cálculo do IAG.

Indicadores de Atividade Econômica

No mês de setembro, todos os indicadores de atividade apresentaram resultados negativos na margem. Em particular, o setor de serviços surpreendeu o mercado, que aguardava avanço de 0,5% no mês, ao recuar 0,6% m/m rompendo, assim, com uma sequência de 5 altas consecutivas bastante influenciadas pelo arrefecimento da pandemia. Nossa avaliação é que no mês de setembro os setores foram bastante impactados, principalmente, por 2 fatores: problemas nas cadeias globais de produção que vêm gerando impactos na produção e disponibilidade de bens; e da elevada inflação, que reduz o poder de compra das famílias, que acumulou alta de 10,25% no mês de setembro.

A indústria recuou -0,4% m/m ficando em linha com a expectativa de mercado. Com este resultado o setor apresentou o quarto recuo consecutivo com uma perda acumulada de 2,6% no período. Diferentemente dos meses anteriores observamos quedas mais concentradas em setores específicos da indústria. Os maiores impactos negativos vieram dos produtos alimentícios, impactado por questões climáticas que afetaram a produção de cana-de-açúcar, e da metalurgia. O setor enfrenta escassez de matéria-prima, elevação dos custos de produção e operacionais que na nossa avaliação impõem um viés pessimista para a indústria nos próximos meses.

No que lhe concerne, o setor de serviços recuou -0,6% m/m em setembro surpreendendo o mercado que aguardava um avanço do setor. O recuo no mês foi bastante disseminado entre seus segmentos, com destaque para o setor de transportes que possui o maior peso no setor de serviços. Por outro lado, os serviços prestados às famílias foram o único segmento que apresentou taxa positiva no mês. Vale destacar que este foi o segmento mais impactado pela pandemia por conta de seu caráter presencial (hotéis, restaurantes, bares, etc.), portanto, acreditamos que esse grupo seguirá avançando nos próximos meses, visto que segue 16,2% abaixo do nível pré-pandemia. Por fim, nossos indicadores de alta frequência apontam para um forte avanço da mobilidade e no número de voos domésticos no mês de outubro que, em nossa opinião, é um importante indicador de desempenho do setor. Entretanto, acreditamos que a elevada inflação ao pressionar a renda das famílias traz um risco ao nosso cenário.

Em relação ao setor varejista, os resultados apontaram para um forte recuo do setor (-1,1% no varejo ampliado e -1,3% no varejo restrito). Nossa avaliação é que o fator determinante para o fraco desempenho no mês foi a inflação que acumulou alta de 10,25% no período de 12 meses. Diante deste elevado processo inflacionário, problemas nas cadeias globais de produção que vem afetando a disponibilidade de produtos e da transição do consumo de bens para serviços acreditamos que o setor siga apresentando resultados modestos nos próximos meses.

Com estes resultados, no terceiro trimestre observamos um recuo de -1,7% e -0,4% dos setores da indústria e comércio, respectivamente. Em contrapartida, mesmo com o recuo do mês de setembro, o setor de serviços avançou 3% t/t no trimestre. Diante destes resultados, o índice de atividade do Banco Central que é uma boa proxy para o PIB recuou -0,14% t/t no período. Portanto, revisamos nossa projeção de PIB para o terceiro trimestre de 0,3% t/t para 0,1% t/t.

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 282,1 milhões, ante 277,7 milhões na semana anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 74,6% da população total brasileira, um aumento de 0,4 p.p. em relação à semana anterior. No que lhe concerne, a média móvel (MM7D) de doses aplicadas recuou em relação à leitura anterior passando de 0,8 para 0,68 milhão. Ademais, o percentual da população com vacinação completa superou o patamar de 60% (60,9%), um aumento de 1,6 p.p. em relação à semana anterior.

No que diz respeito à pandemia no Brasil, na última semana observamos uma significativa melhora tanto da média móvel de óbitos que saiu de 252 para 200 mortes e da média móvel de casos registrados por dia que saiu de 10409 para 8463. Vale ressaltar que apesar da significativa melhora nos números, acreditamos que o efeito de calendário do feriado de 15 de novembro contribuiu para esta forte queda dos indicadores, de modo que, nesta semana devemos observar uma leve piora devido à divulgação de dados represados. Em particular, para o Estado de São Paulo, por um lado a média móvel de novas internações permaneceu estável em relação a nossa semana anterior, entretanto, o número de internados em leitos de UTI recuou de 1201 para 1145.

Em nossa visão, os indicadores seguem apontando para o arrefecimento da pandemia (forte trajetória de queda tanto do número de óbitos quanto de casos) de maneira consistente com o avanço do processo vacinal. Acreditamos que a significativa melhora dos indicadores na última semana se deve ao efeito de calendário do feriado de 15 de novembro, de modo que, os dados desta semana devam apontar para um recrudescimento da pandemia devido à divulgação de dados represados. Por fim, nas últimas semanas se observou uma forte piora da pandemia em alguns países da Europa, em especial, na Alemanha, Itália e o Reino Unido; e nos Estados Unidos que segue com a média móvel de óbitos acima de 1000 mortes e uma piora no número de internações. Os dados apontam para uma forte disseminação da Covid nestes países nos indivíduos que não possuem vacinação completa. Portanto, embora os indicadores da pandemia no Brasil apontem para um arrefecimento da pandemia a baixa cobertura vacinal com ambas as doses, acreditamos que o risco de uma piora no quadro da pandemia ainda não deve ser descartado.

Agenda da Semana

Indústria

Indústria: Não houve divulgações na última semana.

Serviços

Serviços: Não houve divulgações na última semana.

Varejo

Varejo: Na última semana foi divulgado o Índice de Faturamento da CIELO que apresentou recuo de 0,2% a/a para o mês de outubro. Dessa forma, o índice apresenta desaceleração pelo quinto mês consecutivo e retorna ao nível negativo pela primeira vez desde mar/21, período em que foi observado um forte recrudescimento da pandemia. Nossa avaliação é que o fator determinante para o fraco desempenho do setor no mês foi a inflação que acumulou alta de 10,67% a/a no mês de outubro. Esta alta de preços ao ser repassada para o consumidor, sobretudo, no consumo de bens essenciais (alimentação, combustíveis e energia) prejudica o desempenho do setor de varejo, visto que há uma depreciação da renda disponível a ser gasta com consumo. Soma-se a isto, os problemas nas cadeias globais de produção que afetam a disponibilidade de bens, sobretudo, os de consumo duráveis e a transição de consumo de bens para serviços com o arrefecimento da pandemia. Diante destes obstáculos, avaliamos que o setor deve seguir estável nos próximos meses visto que enfrenta desafios e apenas alguns segmentos ainda tendem a se beneficiar com o arrefecimento da pandemia (vestuário, por exemplo).

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Nesta semana, foi divulgado o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) do mês de setembro que recuou 0,3% m/m, em linha com nossa projeção. Na comparação interanual, houve crescimento de 1,5%. O indicador do Banco Central foi influenciado pelo recuo de todos os indicadores de atividade no mês de setembro que seguem bastante impactados, principalmente, por problemas nas cadeias globais de produção e pela inflação elevada. Com o recuo no mês de setembro em conjunto com as revisões na série, o IBC-Br encontra-se 0,3% abaixo do nível observado no período pré-pandemia (média jan/20 e fev/20). No ano, o índice apresenta crescimento de 5,88% na série sem ajuste e nos últimos 12 meses elevação de 4,2%. Além disso, encontra-se 6,8% abaixo do nível mais alto da série (dezembro de 2013). Com este resultado, no terceiro trimestre, o índice recuou 0,14% em relação ao trimestre anterior, de modo que, alteramos nossa projeção de PIB do terceiro trimestre de 0,3% t/t para 0,1% t/t.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Nesta semana será divulgado a Criação de Emprego Formal (Caged) do mês de outubro. Nesse sentido, diante do processo de normalização das atividades no setor de serviços por conta do arrefecimento da pandemia projetamos a criação de 250 mil vagas no mês.

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