Pandemia
No Brasil, a média móvel de novas mortes por Covid-19 está em alta há 26 dias, atingindo a marca de 134 óbitos diários, maior média desde 30 de agosto. Além disso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi de 40.867, e a variação foi de 48% em relação a duas semanas antes, o que indica tendência de alta. O número de casos é o maior desde o final de julho, o que aumenta a preocupação das autoridades com as comemorações de final de ano. Especialistas ressaltam que o número de novos casos certamente está subnotificado, já que muita gente não realiza mais exames, e a popularização dos testes caseiros faz com que resultados positivos não sejam notificados aos governos. Ainda assim, o aumento das internações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) revelam o avanço do quadro. Segundo o último boletim InfoGripe da Fiocruz, a covid-19 já representa 76,7% das internações por Srag. As vacinas bivalentes, que oferecem um nível de proteção maior contra a Ômicron, começaram a chegar ao Brasil nesta semana, mas em quantitativo ainda baixo e sem previsão de quando devem começar a ser aplicadas.
Dias após a flexibilização das restrições na China, o número de mortes e casos de Covid-19 voltou a aumentar no país, ainda que os números oficiais não registrem novos óbitos desde o dia 4 de dezembro. Há sinais de que o coronavírus tem feito mais vítimas e que há mortes, com cenas impressionantes de filas de carros de funerárias. A China vive um aumento de casos. Na semana passada, o governo abandonou algumas das medidas de contenção Covid-19. Na quarta-feira, o governo disse que pararia de relatar casos assintomáticos, pois eles se tornaram impossíveis de rastrear, já que os testes em massa não são mais necessários. Essa interrupção nos relatórios torna mais difícil rastrear a velocidade com que a qual o vírus está se espalhando. No entanto, publicações em mídias sociais, fechamento de negócios e outras demonstrações não científicas sugerem que o número de infecções é alto.
O impulso modesto na economia da China depois que as restrições impostas para combater a covid-19 parece ter durado pouco, à medida que os casos da doença aumentaram em todo o país. Depois de uma pequena recuperação no começo de dezembro, quando os governos locais começaram a desmantelar os controles contra o vírus, várias medidas de atividade econômica, como congestionamentos de trânsito nas principais cidades, viagens intermunicipais e confiança do consumidor, caíram nesta semana.
Dados de Frequência Diária
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Na última semana, tivemos a divulgação dos dados de tráfego pesado nas rodovias da ABCR e de produção de papel ondulado da ABPO referentes ao mês de novembro. Nesse sentido, de acordo com os dados da ABPO, a produção de papel ondulado se contraiu 1,6% m/m na passagem de outubro para novembro, acelerando a trajetória de contração do indicador, o quarto mês consecutivo no campo negativo. Com este resultado, o índice se encontra no patamar mais baixo desde mar/22. No interanual, a contração foi de 0,2% a/a, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas. Já o indicador de fluxo pedagiado de veículos pesados apresentou um desempenho próximo da estabilidade no período ao avançar 0,2% m/m, interrompendo uma sequência de três quedas consecutivas na margem. Na nossa avaliação, o conjunto de indicadores antecedentes da indústria divulgados até agora para o mês de novembro corroboram com uma projeção de contração do setor, entretanto, próxima da estabilidade. Nossa projeção preliminar é de recuo de -0,2% m/m em novembro.
Setor de Serviços
Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE referente ao mês de outubro. Nesse sentido, o setor de serviços apresentou a primeira taxa de variação mensal negativa desde fevereiro deste ano, interrompendo uma sequência de cinco avanços consecutivos. A PMS registrou -0,6% m/m, pior que a estimativa mediana do mercado que esperava -0,2% m/m (Bloomberg). Na comparação interanual houve avanço de 9,5% a/a, em linha com a projeção Genial de 9,6% a/a. Com o resultado do mês de outubro e os ajustes na série, o setor de serviços se encontra 10,5% acima do nível pré pandemia, deixando carrego de 0,1% para o 4º trimestre e de 7,9% para o ano de 2022. Diante da forte expansão do setor nos últimos meses, setembro atingiu o ponto mais alto da série histórica, estando agora 0,6 p.p. abaixo deste patamar. O recuo no índice geral foi acompanhado por três dos cinco grupos que o compõem. O destaque foi o setor de transportes (-1,8%), que aprofundou a queda observada em setembro (-0,3%). A atividade apresentou taxas negativas em todos os segmentos, sendo o pior resultado observado no modal aéreo (-10,1%). Assim, tanto transportes de passageiros (-5,5%) quanto de cargas (-2,0%) contribuíram negativamente para o resultado geral. As demais retrações do mês vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,8%) e dos prestados às famílias (-1,5%). Vale lembrar que o último ainda se encontra 6,0% abaixo do nível pré-pandemia. Por outro lado, informação e comunicação (0,7%) e outros serviços (2,6%) exerceram as contribuições positivas do mês, com o primeiro consolidando a quarta alta consecutiva, e um acumulado de 4,7% entre julho e outubro, enquanto o segundo pode recuperar boa parte do recuo apresentando em setembro (-3,1%). Vale ressaltar que o setor de outros serviços teve a primeira alta na variação interanual (6,5% a/a) desde janeiro deste ano. Apesar do resultado negativo, a trajetória de recuperação do setor ainda tem como consequência um carrego estatístico que deve garantir um forte avanço dos serviços no ano de 2022. A queda em outubro, marcada pela disseminação de taxas negativas, mostra a perda de fôlego frente a uma política monetária restritiva. Este resultado está em linha com o nosso cenário de gradativa desaceleração da economia nos próximos meses. Entretanto, seguimos com um viés positivo para o setor, que deverá ser um dos principais vetores de crescimento em 2023. Em nossa avaliação, os efeitos inerciais da recuperação do mercado de trabalho em 2022, somados às políticas de impulso à demanda que deverão ser aprovadas no próximo governo e uma trajetória de desinflação beneficiarão o setor de serviços. Em contrapartida, vemos que o elevado grau de endividamento das famílias, o encarecimento do custo do crédito e a forte elevação da incerteza em torno da economia no próximo governo serão importantes fatores limitantes para o desempenho de serviços ao longo de 2023.
Setor de Varejo
Demais Indicadores
Na última semana, tivemos a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de outubro. Nesse sentido, o indicador registrou recuo de 0,05% m/m, na série com ajuste sazonal. Desse modo, a leitura surpreendeu negativamente, haja vista que o consenso de mercado aguardava por uma expansão de 0,3% m/m (Broadcast+). Em relação ao mesmo mês de 2021, houve expansão de 3,7% a/a, ficando abaixo da expectativa mediana de 4,0% do mercado, entretanto, ligeiramente pior do que a nossa projeção de expansão de 3,8% a/a. Diante disso, o IBC-Br, que serve como uma proxy para o crescimento do PIB, acumulou uma alta de 3,4% em 2022 até outubro, na série sem ajuste sazonal. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento é de 4,63%. Além disso, com este resultado, o carrego estatístico para o ano de 2022 é de 3,2% – em linha com a nossa projeção de PIB, de 3%. Com este resultado e as revisões na série histórica, o IBC-Br (sem ajuste sazonal) se encontra no nível mais elevado para o mês de outubro desde 2014.