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Publicado em 12 de Dezembro às 09:42:28

Monitor de Atividade: Serviços deve se contrair 1,0% m/m sob os efeitos da política monetária

Pandemia

No Brasil, na última sexta-feira, a média móvel de mortes causadas pela covid-19 no Brasil ficou em 106, uma variação de 37% em comparação aos últimos 7 dias, o 18° dia consecutivo de alta. Além disso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi de 32.366, e a variação foi de 53% em relação a duas semanas antes, a maior média desde 2 de agosto. Na última quinta-feira (09/12), o Brasil recebeu o primeiro lote com 1,4 milhão de doses de vacinas bivalentes contra covid-19. As doses são de fabricação da Pfizer e protegem contra a variante Ômicron original e a variante BA1. Nesse momento, o aumento dos casos é observado em 22 estados e no DF.

Na última semana, a China registrou mais dois óbitos causados por covid-19, além de 25.702 casos ativos e 127.755 casos assintomáticos. No mesmo período, houve uma variação de -47,13% no número de áreas do país classificadas como de alto risco, mais um sinal de que os parâmetros de classificação estão sendo flexibilizados. A China abandonou a maior parte de suas rígidas restrições da Covid-19 na quarta-feira (07/12) após protestos sem precedentes contra elas no mês passado, mas cidades que já estavam lutando contra seus surtos mais graves, como Pequim, tiveram uma queda acentuada na atividade econômica depois que regras como testes regulares foram descartadas. No entanto, os casos de covid começam a crescer rapidamente na China em meio à flexibilização da política de tolerância zero.

Com a significativa redução das exigências de testes de laboratório, relatos sugerem que casos não detectados têm aumentado. Alguns especialistas de saúde preveem que os números reais ultrapassarão em muito a contagem oficial. Em Guangzhou, no sul da China, o número de contagiados diários caiu, apenas uma semana após a cidade suspender a necessidade de testes de covid para entrar na maioria dos lugares. Na quarta-feira, a cidade registrou cerca de 2.500 casos, abaixo dos cerca de 7.000 antes da flexibilização. A tendência também é semelhante em Pequim. A reviravolta na abordagem da China segue três anos de adesão estrita à política “covid zero” – um termo que se refere à eliminação do coronavírus – que prejudicou a economia, abalou a confiança de empresas e consumidores e resultou em incidentes trágicos e angústia para milhões de pessoas em todo o país. Por fim, o governo buscará vacinar 90% das pessoas com mais de 80 anos até o final de janeiro, uma vez que essa proteção dos mais idosos tem sido uma dificuldade do país.

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria: Na última semana, tivemos a divulgação dos dados de Produção de Veículos da Anfavea referentes ao mês de novembro. Nesse sentido, os dados apontaram para uma expansão da produção nacional de veículos de 5,3% m/m no período, recuperando parte da contração de 12,9% m/m observada no mês de outubro. Com este resultado, interrompe-se a sequência de duas quedas consecutivas, fazendo com que o nível de produção fique em um patamar próximo do observado em mai/22, entretanto, abaixo do observado na passagem do primeiro para o segundo semestre. Já na comparação interanual, houve expansão de 4,9% a/a, a sétima alta consecutiva. Na nossa avaliação a recuperação no mês reflete a melhora no fornecimento de insumos, em particular de semicondutores, que vem permitindo que a produção possa avançar nos últimos meses de 2022, em linha com um quadro de recomposição de estoques e de melhora do quadro inflacionário. Em contrapartida, o encarecimento do custo do crédito e o elevado nível de inadimplência limitarão este quadro de recuperação.

Setor de Serviços

Serviços:  Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de outubro. Nesse sentido, nossas projeções apontam para uma contração do setor na passagem de setembro para outubro, refletindo os efeitos da política monetária contracionista sobre a economia, após uma sequência de sucessivas altas. Reforça esta nossa visão o conjunto de indicadores antecedentes que apontam para uma significativa desaceleração do setor, mesmo diante da recuperação do mercado de trabalho. Nesse contexto, projetamos uma contração de 1,0% m/m na margem e expansão de 9,6% a/a na comparação interanual.

Setor de Varejo

Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de outubro. Nesse sentido, os dados apontaram que o volume de vendas no setor varejista registrou avanço de 0,4% m/m no conceito restrito, vindo levemente acima do consenso de mercado que aguardava por uma expansão de 0,3% m/m (Broadcast+). Na comparação interanual, o volume de vendas no varejo se expandiu 2,7% a/a. Com este resultado e a revisão no mês anterior, o setor varejista se encontra 3,4% acima do nível pré-Covid. Além disso, em 2022 o setor acumula um crescimento de 1,0% e em 12 meses uma alta de 0,1%. Diante disso, o carrego estatístico para o quarto trimestre do ano é de 1,2% e para 2022, de 1,5%.  Ainda no que se refere ao varejo restrito, cinco das oito atividades analisadas apresentaram taxas positivas na passagem de setembro para outubro. Os destaques vão para Móveis e Eletrodomésticos (2,5% m/m), beneficiados pela pulverização dos descontos da Black Friday; Equipamentos e Material para Escritório (2,0% m/m), beneficiados pela apreciação do real em outubro, que ajudou na oferta destes produtos; e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (2,0% m/m). Além disso, altas foram observadas também em Combustíveis e Lubrificantes (0,4% m/m); e Hipermercados e Supermercados (0,2% m/m). Em contrapartida, contrações foram observadas nos grupos de Artigos Farmacêuticos e de Perfumaria (-0,4% m/m); Tecidos, Vestuário e Calçados (-3,4% m/m); e Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-3,8% m/m).

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Na próxima semana, teremos a divulgação do índice de atividade econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br) referente ao mês de outubro. Nesse sentido, diante das variações na margem positivas da indústria e do varejo e da expectativa de uma contração de 1,0% m/m do setor de serviços, acreditamos que o indicador que serve como proxy para o PIB deverá apresentar leve expansão na margem. Nossas projeções apontam para uma variação de 0,3% m/m na passagem de setembro para outubro e de 3,8% a/a na comparação interanual. Este resultado reflete uma desaceleração já esperada da economia frente ao atual ciclo de aperto monetário, entretanto, segue em linha com nossa expectativa de expansão de 3,0% do PIB brasileiro em 2022.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.

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