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Publicado em 06 de Fevereiro às 12:33:08

Monitor de Atividade: Serviços devem apresentar recuperação em dezembro

Pandemia

No Brasil, foi registrada média de 85 óbitos diários nos últimos sete dias, com tendência de queda, representando -36% em relação a duas semanas. A média de casos conhecidos está em 9,8 mil casos por dia, também com tendência de queda. Com isso, o país completou uma semana com média abaixo de 100. O Ministério da Saúde divulgou esta semana o cronograma para 2023 do Programa Nacional de Vacinação. As ações começam em 27 de fevereiro, com a aplicação de doses de reforço bivalentes contra a covid-19 na população com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.

A Organização Mundial da Saúde começou a receber dados mais completos do alcance da onda da Covid-19 na China. As novas informações colocam o país asiático com pelo menos 98 milhões de positivos registrados, valor muito próximo dos Estados Unidos, que tem sido a nação mais afetada e que acumula 100 milhões de casos. No atual ritmo, o país asiático poderia se tornar rapidamente o mais afetado do planeta, depois que, durante os primeiros três anos, a incidência da pandemia foi muito menor na China. A atualização da OMS, com dados chineses, também permitiu a quebra do recorde de positivos registrados em uma semana desde o início da pandemia. A terceira semana de dezembro passado teve a notificação de 44 milhões de casos no mundo, número que superou o pico de 23 milhões registrados em janeiro de 2022, em meio à propagação da variante ômicron.

Em boletim epidemiológico semanal, a OMS indicou que nas últimas quatro semanas (de 2 a 29 de janeiro), houve quase 20 milhões de casos globais, uma queda de 78% na comparação com idêntico período anterior. Por outro lado, as mortes subiram 65%, ficando em 114 mil, em dados muito inflados pela onda de contágios da China. Neste período de quatro semanas, a China reportou 11 milhões de casos (cerca de 85% a menos do que nos 28 dias anteriores), seguida pelos EUA, Coreia do Sul e Brasil. A China também foi o país com mais mortes no período avaliado.

Segundo dados oficiais da China, o número de mortes diárias nos hospitais baixou desde o pico, de 4.273, em 04 de janeiro, para 434, em 30 de janeiro, um número que representa uma diminuição de 89,9%. O número de internamentos hospitalares devido à doença atingiu o pico de 1,6 milhão em 05 de janeiro, quando começou a cair, até chegar aos 144 mil, registados em 30 de janeiro, uma queda de 91,1%. Por fim, O número de pessoas hospitalizadas com sintomas graves atingiu o pico de 128 mil, também em 05 de janeiro, tendo depois caído para 14 mil, no final do mês passado.

Dados de Frequência Diária

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

O Índice Gerente de Compras (PMI) do setor industrial brasileiro subiu de 44,2 em dezembro para 47,5 pontos em janeiro, ficando 2,5 pontos abaixo do nível neutro. O aumento do índice geral foi resultado, principalmente, de reduções mais lentas nos índices de novos pedidos e produção. A demanda mais fraca, diante de alta inflação e encarecimento do crédito, e a incerteza política são fatores de risco que prejudicaram as vendas em janeiro e prometem seguir deteriorando o cenário. Condições econômicas desafiadoras a nível global e temores de recessão teriam restringido as vendas internacionais em janeiro, com algumas empresas mencionando uma demanda mais fraca da América Latina em particular.

Setor de Serviços

Em mais um recuo, a confiança dos empresários do setor de serviços medida pela Sondagem da FGV caiu 2,7 pontos, ou seja, 2,9% m/m, retornando aos 89,5 pontos, além de acumular baixa de 12% em relação a setembro, quando atingiu a maior marca desde 2013. Com isso, o indicador chega ao menor nível desde fevereiro de 2022. Na análise por médias móveis trimestrais, tem-se a quarta retração em sequência, de 3,4% m/m desta vez. Tanto o índice de situação atual quanto o de expectativas apresentaram queda em janeiro, sendo que o segundo apresentou o maior peso. Enquanto um recuou 0,7 ponto, o outro cedeu 4,6 pontos, chegando, respectivamente, a 93,6 e 85,5 pontos. A incerteza prevalece nesse início de ano, mantendo a tendência de desaceleração do setor iniciada em outubro do último ano, com perda de fôlego da demanda e piora das expectativas. Na mesma direção, o Índice de Confiança Empresarial da FGV de janeiro registrou queda de 2,1 pontos, acompanhando o movimento de desaceleração da economia a partir do quarto trimestre de 2022. Com esse resultado, o índice registra a quarta queda consecutiva, passando do pico de confiança observado em setembro do ano passado, de 101,5 pontos, para 88,6 pontos, distanciando-se significativamente do nível neutro dos 100 pontos.Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de dezembro. Nesse sentido, acreditamos que após dois meses consecutivos de resultados mais fracos, o setor de serviços deve se beneficiar do efeito calendário em um contexto de forte recuperação do mercado de trabalho e do arrefecimento da inflação em 2022. Dessa forma, projetamos uma expansão de 1,8% m/m na passagem de novembro para dezembro. Entretanto, para os próximos meses, acreditamos que o setor entre em uma trajetória de desaceleração, refletindo o fim dos efeitos positivos do fim da pandemia e da política monetária contracionista sobre a economia.

Setor de Varejo

Em janeiro, o Índice de Confiança do Comércio com ajuste sazonal, medido pela Sondagem da FGV, caiu 5,0% m/m, para 82,8 pontos. Assim, atingiu-se o quarto mês consecutivo sem avanços, com três baixas, que acumularam queda de 18,7% em relação ao resultado de setembro, quando foi atingido o maior nível desde janeiro de 2019. Em médias móveis trimestrais, observou-se tendência de queda pelo terceiro mês seguido, com baixa de 5,6% m/m desta vez. O resultado foi majoritariamente influenciado pelo recuo da avaliação da situação atual (quarta queda consecutiva), sendo que o índice de expectativas, diferente de outros setores, registrou avanço. O aumento da inadimplência e a inflação elevada são as principais problemáticas para o pessimismo no comércio. As perspectivas para os próximos meses melhoraram, mas ainda estão em baixo patamar com as altas taxas de juros dificultando o consumo. Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de dezembro. Nesse sentido, nossas projeções indicam que o setor varejista deve apresentar um resultado negativo pelo segundo mês na margem, refletindo os efeitos do cenário macroeconômico adverso, sobretudo do encarecimento do custo do crédito. Projetamos contração de 0,6% m/m na margem para o varejo no conceito restrito e expansão de 1,0% m/m no conceito ampliado.

Demais Indicadores

Mercado de Trabalho

Segundo dados do Caged de dezembro, houve perda líquida de 431,0 mil postos de trabalho formal, resultado pior que o esperado pelo mercado, cujo piso das projeções era de -430 mil vagas. Todos os cinco grandes grupos de atividade tiveram saldo negativo em dezembro. Em linha com nosso cenário, o mês deixou clara a inversão de tendência do setor de serviços. O setor que foi o principal motor da criação de postos de trabalho em 2022 teve o pior resultado do mês, com saldo de -188,1 mil vagas (ante -85 mil em novembro). O segundo grupo com pior resultado foi a indústria geral (-114,2 mil), principalmente na indústria de transformação (-112,9 mil). Assim, a perda de vagas foi generalizada entre os setores da economia em dezembro, com construção (-74,5 mil), agropecuária (-36,9 mil) e comércio (-17,2 mil) também apresentando saldos negativos. No acumulado do ano os cinco grupos registraram saldos positivos, fechando um ano em que o mercado de trabalho performou uma forte recuperação. O setor de serviços foi coroado como protagonista com saldo acumulado de 1,18 milhão de vagas, cerca de 57,72% do saldo total. Já os setores industrial e comércio já vêm apresentando perda de dinamismo há alguns meses (oito e nove quedas consecutivas, respectivamente), diante do contexto macroeconômico mais adverso e da normalização do perfil de consumo no pós-pandemia que beneficia serviços. No entanto, como já foi exposto, o setor de serviços está em uma trajetória de desaceleração, e já conta com sete meses consecutivos de queda no saldo acumulado em 12 meses.

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