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Publicado em 14 de Novembro às 09:52:40

Monitor de Atividade: Serviços surpreende o mercado avançando 0,9% em setembro

Pandemia

Neste final de semana, foram registrados 6,3 mil infecções e cerca de 40 óbitos. Além disso, a média de novos casos nos últimos sete dias é de 8.935 por dia, um salto de 74% em relação aos casos contabilizados em 14 dias. Por fim, a média móvel de mortes está em 45 por dia, uma queda de 33% em relação a duas semanas atrás. O país enfrenta um aumento do número de casos, muito por conta da chegada da subvariante BQ.1 do coronavírus, reforçando a necessidade da vacinação.

As principais autoridades de saúde da China disseram que uma ampla revisão em seu manual do ‘Covid Zero’ foi um refinamento das regras e não um relaxamento dos controles, descartando interpretações de que as mudanças eram um passo para viver com o vírus. Após suspender algumas das restrições impostas à metrópole Guangzhou, no sul da China, um novo aumento de casos levou a um novo lockdown para todos os moradores do distrito. Em outra área do sudoeste chinês, autoridades locais ordenaram o fechamento de escolas em meio ao aumento de casos. Um total de 3.775 infecções foram diagnosticadas em Guangzhou, uma cidade de 13 milhões de habitantes, inclusive 2.996 casos assintomáticos, informa a Comissão Nacional de Saúde.

Os números da China são baixos em relação ao restante do mundo, mas o aumento de casos coincide com o afrouxamento da política de covid zero. Autoridades sanitárias chinesas reforçaram hoje que o afrouxamento anunciado ontem não deve ser visto como descontrole. Entre as principais medidas anunciadas na sexta-feira, o governo chinês reduziu o período de quarentena obrigatória para viajantes que entram no país.

Na última semana, a BQ.1 foi responsável por 14% das infecções por covid-19 nos Estados Unidos, enquanto BQ.1.1 foi responsável por 13,1%. Outra variante, chamada BA.4.6, também ganhou terreno desde agosto e, atualmente, é responsável por 9,6% dos casos. Os dados são do CDC. No Japão, foram mais de 66,3 mil novos casos em um único dia, patamar que o país não atingia desde o final de setembro.

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria: Na última semana, tivemos a divulgação dos dados de Produção de Veículos da Anfavea e de Tráfego Pesado nas Rodovias da ABCR referentes ao mês de outubro. Nesse sentido, ambos os indicadores apontaram para a contração do setor industrial no mês, haja vista à forte contração da produção automobilística (-12,9% m/m), a maior queda na margem desde o mês de janeiro, e da piora do volume de tráfego nas rodovias (-1,3% m/m). Vale ressaltar que a significativa contração do indicador da Anfavea decorreu da contração na margem de todas as aberturas analisadas. Os destaques vão para a contração de 7,3% m/m na produção de automóveis e de 13 42,8% da produção de comerciais leves. Além disso, a produção de caminhões, um bom indicador de investimento, recuou 6,7% m/m na margem, acentuando a trajetória de queda que foi de 6,1% m/m na passagem de agosto para setembro. O conjunto de indicadores antecedentes divulgados até o momento estão em linha com o nosso cenário prospectivo para a indústria nos próximos meses. O cenário macroeconômico impõe um viés baixista para o setor, haja vista o atual ciclo de aperto monetário, que atua negativamente na propensão de investimento dos agentes e ao encarecer o custo de acesso ao crédito também desestimula o consumo das famílias, sobretudo de bens.

Setor de Serviços

Serviços: Na última semana tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE referente ao mês de setembro. Nesse sentido, o setor de Serviços avançou pelo quinto mês consecutivo, crescendo 0,9% m/m na comparação com agosto, melhor que a expectativa mediana do mercado que era de aumento de 0,3% m/m (Bloomberg) e da nossa projeção que apontava para uma expansão de 0,4% m/m. No mês de setembro, houve crescimento de três dos cinco grandes grupos, com destaque para os crescimentos dos segmentos de Informação e Comunicação (2,0% m/m), que registrou o terceiro resultado positivo seguido e ganho acumulado de 4,1%; e dos Serviços Prestados às Famílias (1,0% m/m). Vale destacar que o primeiro grupo vem se beneficiando desde o início da pandemia com a expansão do teletrabalho e da digitalização de serviços. Por sua vez, os Serviços Prestados às Famílias avançaram pelo sétimo mês consecutivo, acumulando ganhos de 11,7% no período, beneficiado pela melhora no mercado de trabalho, normalização do perfil de consumo das famílias, da aprovação das medidas de impulso à demanda e do fim da pandemia. Entretanto, este grupo segue 3,9% abaixo do nível pré-Covid. Com o resultado do mês de setembro e a revisão na série, o setor de serviços se encontra 11,8% acima do nível pré pandemia, deixando carrego de 1,0% para o 4º trimestre e de 8,3% para o ano de 2022. Diante da forte expansão do setor de serviços nos últimos meses, este se encontra no ponto mais alto da série histórica, superando o patamar obtido em novembro de 2014. Na nossa avaliação, os serviços apresentaram um forte resultado pelo quarto mês consecutivo, vindo significativamente melhor que o consenso de mercado. Este fato sinaliza a resiliência do setor mesmo diante de uma política monetária significativamente contracionista, que vem encarecendo o custo do crédito. Nossa avaliação sugere que a melhora do mercado de trabalho, observada tanto em termos da expansão da população ocupada quanto dos aumentos dos salários reais e da massa de rendimento nos últimos meses; a aprovação de medidas de impulso à demanda (FGTS e Auxílio Brasil, por exemplo); o arrefecimento da inflação; e a normalização do perfil de consumo que tende a beneficiar o consumo de serviços em detrimento ao de bens são os principais fatores contribuintes para o bom desempenho do setor nos últimos meses e devem continuar beneficiando as próximas leituras. Nesse sentido, mantemos o nosso viés positivo para o setor ao longo dos próximos meses, entretanto, em um ritmo mais moderado do que o observado nos meses de agosto e setembro. Com o resultado de setembro, mantemos a nossa projeção de crescimento do PIB em 3,0% para o ano de 2022.

Setor de Varejo

Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE referente ao mês de setembro. Nesse sentido, os dados registraram expansão do volume de vendas do varejo no mês (1,1% m/m), vindo substancialmente acima das expectativas que apontavam para um avanço mais modesto de 0,3% m/m (Bloomberg).  Além disso, o IBGE revisou a leitura de agosto, de uma queda de -0,1% m/m para uma expansão de 0,1% m/m, puxada principalmente pelas revisões altistas para Hiper e Supermercados; e Combustíveis e Lubrificantes. Na comparação interanual, o volume de vendas no setor se expandiu 3,2% a/a. Desse modo, o setor varejista se encontra 2,8% acima do patamar pré-Covid. Além disso, em 2022 o setor acumula um crescimento de 0,8% e em doze meses uma queda de 0,7%. Diante disso, o carrego estatístico para o terceiro trimestre do ano é de 0,7% e para 2022, de 1,4%. Em relação às vendas no varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças e Material de Construção), o avanço foi de 1,5% m/m. Tanto Veículos, Motos, Partes e Peças (-0,1% m/m) quanto Material de Construção (0% m/m) ficaram próximos à estabilidade no mês. Embora o resultado do mês tenha apontado para expansão de varejo ampliado, este ainda se encontra 1,5% abaixo do nível pré-pandemia. Acreditamos que o bom desempenho do setor varejista no mês de setembro tenha sido apenas um resultado pontual, haja vista os grandes desafios que devem continuar penalizando o setor nos próximos meses. Na nossa avaliação, o encarecimento do custo do crédito, a política monetária contracionista, a elevação do nível de inadimplência serão os principais limitadores do desempenho do setor varejista. Em contrapartida, a recuperação do mercado de trabalho, a aprovação das medidas de impulso à demanda e o arrefecimento da inflação devem impedir que a perda de fôlego do setor se transforme em uma forte contração, implicando em uma performance mais lateralizada nos próximos meses. Para o mês de outubro, sinais negativos ecoam do Sondagem do Comércio da FGV que se contraiu 3,7% m/m, apontando para um resultado negativo do setor no período.

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Na próxima semana, teremos a divulgação do índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de setembro. Nesse sentido, diante do bom desempenho dos setores do Varejo e de Serviços no mês terem sido parcialmente balanceados pela contração do setor industrial, acreditamos que o indicador registrará uma leve expansão na margem de 0,1% m/m. Entretanto, ressaltamos que devido aos inúmeros choques observados na economia nos últimos meses, há uma grande incerteza em torno da análise na margem dos indicadores de atividade econômica. Nesse contexto, avaliamos que embora o ritmo de expansão na margem seja de desaceleração em relação aos números observados nos meses de junho e julho, a projeção interanual (4,0% a/a) segue consistente com o nosso cenário de crescimento do PIB de 3,0% em 2022, beneficiado principalmente pela forte expansão do setor de serviços.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.

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