Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 426,8 milhões, ante 424,0 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose alcançou o patamar de 83,9% da população total brasileira, um aumento de 0,1 p.p. em relação à leitura anterior. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 77,7% da população, aumento de 0,3 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 0,9 p.p., alcançando o patamar de 42,4% da população brasileira.
No que diz respeito ao avanço da Covid no Brasil, na última semana, observamos um cenário de oscilação entre aumento e diminuição de casos. Nesse sentido, a média móvel de casos saiu de 14,7 mil para 14,8 mil, piora de 1,4% em 7 dias. Por outro lado, a média móvel de óbitos teve queda ao passar de 126 para 87, melhora de 30,9% no mesmo período. O Brasil registrou, neste sábado, 36 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 664.179 desde o início da pandemia, em um momento que, pela primeira vez desde o início da pandemia, a média móvel diária fica abaixo de 90 óbitos. O aumento dos indicadores observado na semana passada ainda está sendo observado com atenção, mas as médias já voltam a apresentar estabilidade. Assim, com as taxas de hospitalização e mortes ainda baixas, e com a boa cobertura vacinal da população, nossa avaliação é de que o cenário da pandemia no Brasil ainda é positivo.
O avanço do número de casos de Covid-19 na China segue gerando preocupação. As autoridades de Xangai endureceram o lockdown da Covid-19 que impuseram há mais de um mês na cidade, prolongando até o final de maio numa tentativa de não precisar tomar a mesma medida na capital. Os bloqueios estão gerando diversos gargalos de produção, como bloqueios de transportes e fechamento de firmas. Das empresas japonesas com fábricas em Xangai, 63% suspenderam as operações devido aos bloqueios criados para conter o novo surto de covid-19.
Os Estados Unidos ultrapassaram quarta-feira passada a marca de 1 milhão de mortes por covid-19. Embora as mortes por covid tenham diminuído nas últimas semanas, cerca de 360 pessoas ainda morrem todos os dias. O aumento no número de internações ainda está bem abaixo do que foi visto em cepas anteriores, mais um indício do caráter mais contagioso e menos agressivo das novas variantes. Além disso, a maioria absoluta dos óbitos têm ocorrido em indivíduos não vacinados. Na última semana, houve um aumento de 47,94% na média móvel de novos casos nas últimas duas semanas, enquanto a média de mortes também aumentou 46,37% no mesmo período.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria: Na última semana foram divulgados os dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referentes ao mês de março. Nesse sentido, os dados apontaram para avanço de 0,3% m/m na margem, resultado levemente melhor que o consenso de mercado (0,2% m/m). O resultado foi consequência do avanço de 0,9% m/m da indústria extrativa ter sido parcialmente compensado pela retração de 0,6% da indústria de transformação. Entretanto, na variação interanual o setor recuou 2,1% a/a, o oitavo resultado negativo consecutivo. Com este resultado, o setor industrial acumula alta de 0,3% no primeiro trimestre de 2022, gerando um carrego estatístico de 0,4% para o segundo trimestre. No mês o resultado deriva do desempenho positivo em três das quatro grandes categorias econômicas, com destaque para o avanço de 6,9% m/m na produção de veículos automotores, beneficiado pelo arrefecimento temporário da escassez de componentes eletrônicos; na produção de outros produtos químicos (7,8% m/m); e máquinas e equipamentos (4,9% m/m). Na ponta negativa, houve retração na produção de alimentos (-1,7% m/m); derivados de petróleo (-2,1% m/m); e produtos farmacêuticos (-8,4% m/m). Apesar dos avanços registrados nos últimos meses, mantemos nosso viés negativo para o desempenho do setor industrial nos próximos meses, visto que as dificuldades se mantêm elevadas. Em particular, a escassez global de insumos, a elevação dos custos de produção e a interrupção das cadeias de suprimentos tendem a ser agravados por um cenário global mais adverso decorrente da guerra na Europa e da política de tolerância zero-Covid na China. Já no front doméstico, o elevado nível inflacionário e o ciclo de elevação da taxa de juros em patamar significativamente contracionista impõem um cenário muito desafiador para o setor. Como forma de contornar as perspectivas negativas para o segmento, nas últimas semanas, o governo aprovou uma nova redução do IPI de 25% para 35% como forma de aliviar os repasses de custos para o consumidor. Entretanto, acreditamos que a redução não implicará em uma redução de preços ao consumidor final, sendo capturada pelas empresas como forma de recompor suas margens, que se encontram bastante pressionadas pela elevação de custos.
Setor de Serviços
Serviços: Na última semana foi divulgada o Índice de Confiança Empresarial da FGV referentes ao mês de abril. Nesse sentido, o indicador registrou avanço de 2,9% m/m em relação ao mês anterior. Este resultado decorreu da melhora das perspectivas do setor diante da trajetória de arrefecimento da pandemia que tende a beneficiar as atividades de maior caráter presencial. Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços referentes ao mês de março. Nossa avaliação é que a reversão do quadro sanitário de recrudescimento da pandemia observado nos meses de janeiro e fevereiro beneficiará o setor, sobretudo o segmento de serviços prestados às famílias, que segue abaixo do nível observado durante o pré-pandemia. Além disso, os indicadores antecedentes do setor registraram forte avanço no mês de março, com destaque para os fortes resultados da Sondagem de Serviços da FGV e do PMI de serviços. Por fim, o avanço da produção industrial no mês deve beneficiar os serviços de transporte, sendo um vetor adicional de expansão do setor no mês. Nesse contexto, projetamos uma expansão de 1,4% m/m e 10,7% a/a do setor em março.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação dos dados das Consultas à Inadimplência do SCPC referentes ao mês de abril. Nesse sentido, houve um avanço de 4,2% m/m das consultas ao SCPC, sinalizando a continuidade da expansão do varejo no mês. Na próxima semana, teremos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de março. Nossa avaliação é que, diante dos sinais mistos dos indicadores antecedentes que apontam para ambas as direções, do cenário econômico adverso (inflação elevada e encarecimento do custo do crédito) e da substituição do consumo de bens por serviços, o varejo deva apresentar um resultado próximo da estabilidade. Nossas projeções apontam para um avanço de 0,4% m/m tanto para o varejo restrito quanto o ampliado, decorrentes dos avanços de 2,3% a/a e 3,9% a/a, respectivamente. Entretanto, ressaltamos que as descontinuidades verificadas nos modelos de ajuste sazonal para o mês, que impactam drasticamente as variações na margem, prejudicam a interpretação dos resultados na comparação mensal.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Na última semana, tivemos a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de fevereiro. Nesse sentido, foi registrado expansão de 0,3% m/m em relação ao mês de janeiro, resultado pior que o consenso de mercado que aguardava por um avanço de 0,4% m/m. No interanual, a expansão foi de 0,7% a/a. Com este resultado, o indicador se encontra 0,1% acima do nível pré-pandemia e deixa um carrego estatístico de -0,1% para o primeiro trimestre de 2022. O resultado no mês decorreu da combinação dos resultados positivos da indústria e varejista terem sidos parcialmente compensados por uma leve retração do setor de serviços. Os destaques vão para a expansão da indústria extrativa (com a normalização do nível pluviométrico após as fortes chuvas de janeiro que impactaram a produção de minério de ferro em minas gerais) e a produção de alimentos. Já o setor varejista, se beneficiou das fortes campanhas promocionais em janeiro e fevereiro que impulsionaram as vendas de móveis/eletrodomésticos e vestuários/tecidos. Já o setor de serviços foi prejudicado pelo desempenho negativo do grupo de informação e comunicação, refletindo a desaceleração dos investimentos em TI, diante do arrefecimento da pandemia. Por fim, o desempenho do setor agrícola também contribuiu negativamente para a leitura do mês com a contração na estimativa da produção (-3,8%), diante das fortes chuvas na região Sul do país, porém a projeção para ao no continua positiva com avanço de 3,3%.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.